Pessoas se recusam a receber recenseadores do IBGE
SP é estado com maior índice de pessoas que se recusam a receber recenseadores do IBGE; participação no Censo é obrigatória
Dados do Censo são importantes para atualizar banco de dados sobre o país, que serve de referência para direcionar políticas públicas.
Recenseadora durante entrevista morador para o Censo 2022 em Franca, SP — Foto: Jefferson Severiano Neves/EPTV
São Paulo é o estado em que mais pessoas se recusam a receber os recenseadores do IBGE: 4%, o dobro da média nacional. Até o fim de outubro, 9,100 milhões de domicílios tinham sido recenseados no estado. Isso representa pouco mais da metade da população total estimada.
Desde agosto, os recenseadores estão nas ruas fazendo um trabalho muito importante, o de atualizar o banco de dados sobre o Brasil, que serve de referência para direcionar as políticas públicas.
Todas as informações coletadas são confidenciais e protegidas por sigilo. Além disso, a legislação define que “toda pessoa natural ou jurídica de direito público ou de direito privado que esteja sob a jurisdição da lei brasileira é obrigada a prestar as informações solicitadas pela Fundação IBGE para a execução do Plano Nacional de Estatística“.
Os profissionais se apresentam sempre identificados com crachá e uniforme. A coleta precisa das informações vai direcionar ações e políticas públicas que podem beneficiar toda a população pelos próximos anos.
Vando da Paz Nascimento, coordenador técnico estadual do Censo Demográfico de São Paulo, pede que “a população receba bem os nossos recenseadores”. “É uma pesquisa segura e que é sigilosa, os dados não são compartilhados com nenhum outro órgão público. A população pode ter confiança no trabalho do IBGE.”
Jenice Maria da Silva decidiu ser recenseadora porque gosta de trabalhar com pessoas. Como já foi vendedora, achou que com simpatia ia tirar de letra, mas não está sendo tão fácil. Muitos moradores dos condomínios da região do Morumbi, na Zona Sul da capital, onde ela está aplicando os questionários, não estão a fim de conversar.
“Pelo interfone as pessoas já xingaram, já falaram que aquilo é um absurdo ligar na casa dela, que não têm interesse em fazer… fui a uma casa e quando eu pedi o nome e a data de nascimento dos familiares a pessoa falou que eu era louca, onde já se viu passar isso e fechou a porta na minha cara.”
Há também o contrário: casas e prédios em que os moradores querem responder as perguntas do Censo e entendem a importância desse trabalho, mas ainda não receberam visita do recenseador.
É o caso de Johnatan Paiva, securitário que mora na Barra Funda, na Zona Oeste. “Vi passar em algumas casas, batendo de porta em porta, mas acho que ainda nos condomínios eles estão ainda um pouco tímidos. A gente sabe da insegurança da população de receber quem não conhece dentro de casa, mas é importante e muita gente quer receber. Eu, por exemplo, gostaria de fazer parte.”
Isso porque faltam recenseadores: das 41 mil vagas oferecidas no estado, só 19.800 foram preenchidas. Em algumas regiões, as vagas continuam abertas para tentar dar conta de todos os domicílios.
Se o recenseador ainda não passou na sua casa ou no seu condomínio, é possível ligar e se informar na Central de Atendimento do IBGE, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, para 0800-7218181.
Fonte: G1