Destaque

São Paulo tem aumento de assaltos e de roubos seguidos de assassinatos

Os casos de roubos aumentaram 10% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. E foram 17 latrocínios, que é o roubo seguido de morte, entre janeiro e março.


São Paulo tem aumento de assaltos e de roubos seguidos de assassinatos

São Paulo tem aumento de assaltos e de roubos seguidos de assassinatoshttps://68b09a107ba1511331188dcbe3f8f478.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

A cidade de São Paulo está enfrentando um aumento no número de assaltos e de latrocínios, os roubos seguidos de assassinatos.

Josivaldo Belarmino da Silva, de 55 anos, era enfermeiro e morava no tradicional bairro da Mooca, Zona Leste da capital paulista. Era conhecido na vizinhança pela dedicação.

“Ele sempre trabalhou na área da Saúde. Ele era enfermeiro, cuidava das velhinhas, ia na casa das pessoas. Ajudava muito a gente; com certeza vai fazer muita falta para nós aqui”, afirma o pedreiro Leonardo Martins.

Pouco depois das 6h, ele estava saindo de carro para o trabalho, quando chegaram dois homens encapuzados; um deles apontou uma arma. Josivaldo foi até o porta-malas, pegou um objeto e levou um tiro no pescoço. Os bandidos fugiram e o enfermeiro morreu.

“Eles levaram o celular e a carteira dele, não chegaram a levar o carro não. No que eles atiraram, já saíram correndo”, conta Roseane Maria da Silva, irmã de Josivaldo.

Um morador que não quer se identificar acordou com o barulho do disparo que matou Josivaldo.

“Era uma delícia morar aqui. Agora está isso: assalto em casa, assalto na rua, agora morte na rua. A gente não tem mais segurança nenhuma. Eu estou trancado aqui, cheio de câmera, e até as 6h27 fazer isso, matar uma pessoa. É triste”, lamenta.

O número de latrocínios, que é o roubo seguido de morte, vem subindo em São Paulo. Em 2020, foram 46 registros: na média, 11,5 a cada trimestre. Em 2021, 53: média de pouco mais de 13. Entre janeiro e março deste ano, já foram 17.

Em um deles, no mês passado, um homem que se passava por entregador de comida por aplicativo rendeu um estudante de 20 anos que deixava a namorada em casa. O bandido exigiu o celular do rapaz, que reagiu para proteger a namorada. O falso entregador deu três tiros e matou Renan Loureiro. Acxel de Holanda foi preso dois dias depois.

Além do aumento nos latrocínios que terminam de forma trágica para as vítimas e suas famílias, a cidade de São Paulo tem vivido um aumento dos casos de roubos. Foram 10% a mais neste trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Nesta segunda-feira (9), o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), reconheceu o aumento desse tipo de crime na capital paulista.

“Para quem teve um celular roubado hoje de manhã, a segurança não vai bem, e o governo não se acomoda com isso. Nós estamos atentos. A nossa vida está voltando ao normal; infelizmente, crimes contra o patrimônio estão voltando aos patamares de 2019, e nós estamos colocando mais polícia na rua para evitar esses crimes”, afirmou.

PM disse que desde quarta-feira passada intensificou as blitzes nas ruas. “Nós já fizemos mais de 7,5 mil vistoriais, quase 300 veículos foram apreendidos só nessa Operação Sufoco, nesses primeiros dias da operação. Isso deve continuar e não tem prazo para acabar”, informa o coronel Álvaro Camilo, secretário-executivo da PM-SP.

Um jovem de 18 anos foi mais uma vítima da violência em São Paulo. Nesta segunda, quando chegava na escola, na Zona Leste, bandidos tentaram levar o celular dele e de duas amigas. Caíque reagiu e foi baleado.

“Eu tinha acabado de chegar com as minhas amigas; a gente se encontrou na esquina da escola e sentou. Na hora que a gente sentou, os malucos chegaram gritando ‘perdeu, perdeu, perdeu’. Eu levei quatros tiros, três na perna direita e um na perna esquerda”, conta.

“Um conselho para ninguém fazer isso, reagir. Assaltou? Deixa levar o celular e vida que segue. Bens materiais a gente compra outro. Deu foi muita sorte, né?”, diz o pai do Caíque.

David Marques, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, explica que, mais do que levar os smartphones, os ladrões estão de olho nas informações bancárias.

“O que é necessário nesse momento é que as instituições de controle – as polícias, mas também os outros players desse negócio, como por exemplo as instituições bancárias, os aplicativos -, possam colocar restrições a essa facilidade que os criminosos hoje encontram para realizar esses assaltos e, posteriormente, aplicar esses golpes, fazer essas transferências com muita facilidade”, explica.

A Federação Brasileira de Bancos declarou que orienta os clientes a sempre usar o bloqueio de tela no celular, e nunca salvar a senha no aparelho. Lembrou ainda que, em caso de roubo, perda ou furto, é preciso pedir à operadora telefônica o bloqueio imediato do aparelho e comunicar à polícia.

Fonte: G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *