PSDB oficializa vice-governador Rodrigo Garcia como candidato ao governo de São Paulo em 2022

A decisão ocorre em meio às prévias do partido que vão definir o candidato da sigla à Presidência da República no próximo ano. A disputa está entre os governadores João Doria, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul.


Presidente do PSDB Bruno Araújo, os governadores João Doria e Eduardo Leite e o prefeito Arthur Virgílio durante prévias do PSDB para Presidente da República, em Brasília, neste domingo, 21. — Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Presidente do PSDB Bruno Araújo, os governadores João Doria e Eduardo Leite e o prefeito Arthur Virgílio durante prévias do PSDB para Presidente da República, em Brasília, neste domingo, 21. — Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

O PSDB oficializou neste domingo (21) o vice-governador Rodrigo Garcia como candidato do partido ao governo de São Paulo. A homologação ocorreu em reunião da Comissão Executiva do partido.

A decisão ocorre em meio às prévias do partido que vão definir o candidato da sigla à Presidência da República, em 2022. A disputa está entre os governadores João Doria e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul. Doria poderia disputar a reeleição como governador de São Paulo, mas optou por tentar o Palácio do Planalto.

Rodrigo Garcia saiu do Democratas (DEM) em maio deste ano, quando também se filiou ao partido de Doria. Garcia tem 47 anos, é casado e pai de três filhos, e estava no DEM desde os 21 anos.

Rodrigo Garcia filia-se ao PSDB  — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

Rodrigo Garcia filia-se ao PSDB — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

Na ocasião da filiação, o vice-governador negou que tivesse se filiado ao PSDB com a intenção de ser candidato a governador do estado em 2022.

“Minha vinda para o PSDB é muito natural, uma migração em que deixo muitos amigos do DEM. Aprendi com o ex-governador Geraldo Alckmin que ano par a gente fala de eleição, ano ímpar a gente trabalha. Nesse momento não é isso que está sendo discutido. Quando chegar o momento de discutir, vou me submeter às regras do partido”, disse Rodrigo Garcia.

A mudança de partido foi classificada pelo presidente nacional do DEM, ACM Neto, como uma “inexplicável imposição” de Doria a Garcia. Em sua conta no Twitter, Neto também disse que a atitude do governador paulista é “desagregadora”.

“A mudança do vice-governador Rodrigo Garcia para o PSDB é fruto de uma inexplicável imposição estabelecida pelo governador de São Paulo, João Doria, cuja inabilidade política tem lhe rendido altíssima rejeição e afastado os seus aliados. A postura desagregadora do governador de São Paulo amplia o seu isolamento político, e reforça a percepção do seu despreparo para liderar um projeto nacional”, afirmou.

E emendou: “O momento pede grandeza e compromisso dos homens públicos com o país. Não é hora de dividir, mas de agregar. O Democratas defende a união de forças, e que se deixem os interesses pessoais de lado. Certos de que o PSDB possui lideranças e quadros nacionais que são capazes de colocar os objetivos comuns e os sonhos para o futuro do Brasil à frente de projetos pessoais, o Democratas espera preservar a longa história de parcerias construída com o partido”.

No evento de filiação, Doria respondeu ao democrata dizendo que agora não é “hora de ressentimentos” e negou que tenha havia alguma imposição para que o vice trocasse de legenda. “É hora de compreensão e união, para o enfrentamento que teremos hoje e num futuro próximo, precisamos estar unidos. Somados, não divididos.” https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“Rodrigo Garcia não recebeu nenhuma imposição de nenhuma ordem, de nenhuma espécie para ingressar no PSDB. Exatamente por nossa capacidade agregadora que ele veio para o PSDB, para somar forças. Compreendo a posição do presidente nacional do DEM, o perdoo por essa posição, mas em breve ele vai saber o valor da união e da agregação para que juntos possamos encontrar o melhor caminho para o Brasil”, afirmou o governador.

Vice-governador de SP deixa DEM para se filiar ao PSDB — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

Vice-governador de SP deixa DEM para se filiar ao PSDB — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

Racha tucano

Lideranças históricas do PSDB Paulista como os ex-governadores Geraldo Alckmin e José Serra, e o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, não estiveram presentes na filiação de Garcia ao PSDB.

A ausência deles expõe o racha dentro do partido, que enfrenta mais uma disputa eleitoral interna.

O grupo liderado por João Doria quer que Rodrigo Garcia seja o cabeça de chapa da eleição em SP em 2022, mas enfrenta resistência do grupo de Geraldo Alckmin, que deseja retornar ao Palácio dos Bandeirantes e disputar uma nova eleição para governador de São Paulo. 

Alckmin já foi governador paulista por três mandatos, entre os anos de 2001 e 2006 e também de 2011 a 2018. Também foi o responsável pelo crescimento de Doria no partido, quando, em 2016, lançou o então aliado como candidato a prefeito de São Paulo contrariando caciques tucanos. https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

O presidente municipal do PSDB, Fernando Alfredo, disse que, por ora, não há candidaturas postas entre os tucanos com vistas para o governo paulista em 2022. Mas ele admitiu que Garcia e Alckmin têm se encontrado com as bancadas de deputados e vereadores do partido para pavimentar possíveis pré-candidaturas no próximo ano. 

Alfredo defendeu também a realização de prévias no PSDB paulista para definir o próximo candidato ao Palácio dos Bandeirantes e resolver a cisão.

“O governador Geraldo Alckmin tem tomado café com várias lideranças toda semana, inclusive comigo. Ontem fizemos um jantar com a executiva municipal e a bancada de vereadores com o Rodrigo Garcia e hoje o Geraldo recebeu a bancada. Se tiver dois, três ou quatro candidatos, o instrumento de decisão é as prévias. O problema é que nem Geraldo Alckmin diz ainda que é candidato a governador, nem Rodrigo Garcia. Na hora que as candidaturas tiverem postas, o partido vai usar as prévias pra definir”, declarou.

Vice-governador assinou o documento na tarde desta sexta-feira (14) — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

Vice-governador assinou o documento na tarde desta sexta-feira (14) — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

Histórico de Rodrigo Garcia

Filiado ao DEM desde 1994, quando o partido ainda se chamava PFL, Garcia foi secretário de Alckmin em vários momentos, tendo ocupado as pastas do Desenvolvimento Social, do Desenvolvimento Econômico e também a Secretaria Estadual da Habitação.

Nascido na cidade de Tanabi, no interior de São Paulo, Garcia foi eleito vice-governador paulista em 2018 na chapa encabeçada por João Doria. Além do posto de vice, ele também ocupa a Secretaria de Governo, sendo responsável pela articulação política da atual gestão, fazendo contato direto com deputados estaduais e prefeitos paulistas para a aprovação de projetos de lei e liberação de verbas. 

Evento de filiação do vice-governador ocorreu em SP — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

Evento de filiação do vice-governador ocorreu em SP — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

Fonte: G1

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