Cotidiano

1º sábado com UBSs abertas registra 16.900 atendimentos de casos com sintomas gripais na cidade de SP

Quantidade é menor do que a média atendida diariamente durante a semana, quando a capital paulista registrou recorde de atendimentos de pessoas com quadro respiratório.


1º sábado com UBSs abertas registra 16.900 casos com sintomas gripais na cidade de SP

1º sábado com UBSs abertas registra 16.900 casos com sintomas gripais na cidade de SP

Neste sábado (8), o primeiro em que as 469 unidades básicas de saúde (UBSs) da capital abriram para atender pacientes com sintomas gripais sem agendamento, após o aumento do número de casos de Covid-19 e de Influenza, 16.900 pessoas com sintomas gripais foram atendidas, segundo a prefeitura.

É menos gente, em média, do que as UBSs receberam nesta primeira semana de janeiro, quando 153 mil pessoas foram atendidas, uma média de 30 mil por dia. O número de atendimento neste período superou o do mês de novembro todo, quando quase 112 mil pacientes procuraram as unidades.

Todas as UBS funcionaram das 8h às 17h neste sábado, e foram aplicadas 70 mil doses de vacina contra a Covid-19 e quase 45 mil doses de vacina contra a gripe.

Enfermeira aplica vacina contra a gripe em criança no início da campanha 2021 em São Paulo — Foto: Danilo M Yoshioka/Futura Press/Estadão Conteúdo

Enfermeira aplica vacina contra a gripe em criança no início da campanha 2021 em São Paulo — Foto: Danilo M Yoshioka/Futura Press/Estadão Conteúdo

Já as AMAs/UBSs Integradas, que já funcionavam aos finais de semana, ficaram abertas até as 19h. A movimentação nas unidades de saúde foi tranquila.

Explosão de casos

Tanto prontos-socorros públicos quanto privados registraram aumento de pacientes e longas filas de espera para atendimentos nos últimos dias. Hospitais infantis também estão lotados por conta da alta de casos de Covid e outras doenças respiratórias.

De acordo com levantamento da TV Globo, o aumento de casos de Covid-19 e gripe já mobilizaram 30 cidades da Grande São Paulo, entre elas Osasco, Carapicuíba, Mogi das Cruzes e todo o ABC.

Apenas sete prefeituras não acharam que seriam necessárias novas ações como Vargem Grande, Embu-Guaçu, Guarulhos, Jandira, Pirapora do Bom Jesus, Salesópolis e Poá. As prefeituras de Santana de Parnaíba e de São Lourenço da Serra não responderam aos questionamentos da reportagem.

Afastamentos

O número de profissionais de saúde da rede pública da cidade de São Paulo afastados após terem contraído Covid-19 quase triplicou em menos de um mês. Segundo dados da própria prefeitura, em 9 de dezembro do ano passado, a cidade tinha 90 profissionais afastados pela doença – entre médicos, enfermeiros, agentes de saúde e auxiliares de enfermagem. Quatro semanas depois, no dia 6 de janeiro de 2022, já eram 269 registros, um crescimento de 198,8%.

O quadro em relação aos profissionais da rede pública que foram afastados por outras síndromes gripais, como Influenza, não é muito diferente. No mesmo período de comparação, os registros passaram de 502 para 1.209, um aumento de 140,8%. Considerando todas as causas de afastamento, a cidade de São Paulo tinha até o dia 6 de janeiro 1.585 profissionais de saúde da rede pública longe das suas atividades. Além disso, 107 dos profissionais de saúde da capital morreram desde o início da pandemia da Covid-19.

De acordo com Sandra Sabino, secretária-adjunta de Atenção Básica da Secretaria Municipal de São Paulo, com o aumento de funcionários da saúde afastados foi necessário fazer um remanejamento de profissionais e a contratação de plantonistas extras para a cobertura.

“Com esse volume de atendimento e essa quantidade de sintomáticos respiratórios, obviamente nossos profissionais também, apesar de todos os cuidados e EPIs, eles têm tido uma contaminação sim. Quase 2% do nosso efetivo já está contaminado e aí é aquela situação de busca constante de profissionais pra estar substituindo esses profissionais junto às nossas OSs parceiras pra que nós consigamos plantonista pra dar cobertura a essas unidades.”

O presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Victor Dourado, afirma que a categoria tem se mobilizado para que novos profissionais sejam contratados, mas que isso ainda não aconteceu. “Estamos discutindo a reposição de equipes de atenção primária nas unidades desde o ano passado, mas nada é feito. O pessoal, que já estava sobrecarregado devido à falta de profissionais que saíram ou estão afastados, agora vai ter de trabalhar mais ainda, aos sábados.”

Levantamento

Embora o acompanhamento da pandemia ainda esteja prejudicado devido ao apagão de dados do Ministério da Saúde, uma estimativa da prefeitura divulgada nesta quinta-feira (6) aponta que o número de casos de síndrome gripal com confirmação laboratorial para Covid-19 – ou seja, de pacientes com sintomas leves de coronavírus – pode ser atualmente o dobro do registrado no pico da pandemia, em abril de 2021.

O levantamento faz parte do estudo que baseou a decisão da gestão municipal de cancelar o carnaval de rua na cidade neste ano.

Os dados, no entanto, não correspondem a todos casos confirmados de Covid-19 porque levam em consideração apenas os pacientes com sintomas gripais leves, e excluem os internados.

Apesar disso, o coordenador da Coordenaria de Vigilância em Saúde (Covisa) da capital, Luiz Arthur Vieira Caldeira, disse que a prefeitura faz uma estimativa sobre o atraso dos registros das últimas quatro semanas para calcular quantos casos leves de síndrome gripal a cidade tem atualmente.

Fonte: G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *