Secretário da Educação de SP diz que não vai mudar o processo de distribuição de aulas; professores estaduais fazem ato

Secretário afirmou em entrevista ao Bom Dia SP que o estado quer priorizar professores ‘que querem se dedicar mais a nós [governo]’.


Professores realizam mais um protestos contra atribuição de aulas do estado.  — Foto: Reprodução/ TV Globo

Professores realizam mais um protestos contra atribuição de aulas do estado. — Foto: Reprodução/ TV Globo

O secretário da Educação Estadual de São Paulo, Renato Feder, afirmou nesta quarta-feira (11) em entrevista ao Bom Dia SP que o estado não irá mudar o processo de atribuição de aulas para o ano letivo de 2023.

Professores da rede estadual realizaram um novo protesto na Praça da República, em frente ao prédio da Secretaria Estadual da Educação. Mais uma vez os professores pediram que a atribuição de aulas seja presencial, justa e transparente, e, também, o cancelamento do processo que já foi realizado.

Feder afirmou que “quer priorizar não o professor que está há mais tempo com a gente, né, mas sim aquele professor que quer se dedicar mais a nós”.

“Então se tem dois professores e um fala assim: olha, eu quero só dar quatro aulas por semana e o outro fala: eu quero dar 40 aulas por semana, quem vai escolher aula primeiro? Então aquele que fala, não, eu vou me dedicar integralmente ao estado, ele pode escolher primeiro”, afirmou.

Os professores se sentem prejudicados pela forma como o sistema do governo classifica a distribuição de aulas em que eles podem se candidatar. Até novembro de 2022, a atribuição era feita conforme o tempo que cada professor tem de atuação na rede estadual, ou seja quem dá aulas há mais tempo tem uma classificação melhor no sistema para escolha das turmas.

Com a nova resolução, o governo deixou de distribuir a atribuição por tempo de profissão e passou a classificar os professores dando prioridade a quem escolhe uma carga horária maior. Ou seja, os professores têm a opção de escolher entre as cargas horárias de 40 aulas, 32 aulas, 24 aulas ou 19 aulas e a prioridade para a escolha na disciplina passa a ser daqueles com mais carga horária.

Os manifestantes pedem:

  • Anulação do processo de atribuição de aulas já realizado;
  • Retirada da jornada de trabalho como fator de prioridade para a atribuição de aulas;
  • Correção de todos os erros e problemas;
  • Realização de novo processo, presencial, em datas a serem fixadas no final do mês de janeiro.

O secretário disse ainda que os bônus pagos para os professores não devem mudar e, que, o governo do estado pretende valorizar os profissionais, oferecendo apoio em sala de aula, apoio psicológico e maiores salários.

Ato na semana passada

Professores da rede estadual protestam contra mudança em critério de distribuição de aulas

Esse é a segunda manifestação de professores, pelo mesmo motivo, que acontece neste mês. No dia 4 de janeiro, um grupo se reuniu em frente à sede da Secretaria Estadual.

Os professores também reivindicam uma reunião com urgência com Renato Feder, novo secretário da Educação do estado.

“Esse tipo de política vai na contramão daquela que estimularia os professores a se fixarem nas escolas. Pelo contrário, os professores que são fixos nas escolas estão sendo deslocados. Ou seja, ela pune as pessoas que trabalham há muito tempo. É uma política que faz o contrário do que deveria fazer, que é ter equipes escolares bem consolidadas para que a gente possa ter uma escola melhor, um ensino de qualidade melhor”, afirma Fernando Cássio, professor de políticas educacionais da UFABC.

A Secretaria Estadual de Educação disse que, “tão logo seja formalizada a solicitação, a Pasta está à disposição para discutir a pauta apresentada”.

Sobre a atribuição de aulas, informou que o “processo acontece de forma transparente, via Secretaria Escolar Digital. A questão das 32 aulas não é obrigatória, é apenas um dos itens para a atribuição, cujos critérios foram publicados em Diário Oficial e na Lei Complementar 1.374 de março/2022. Os docentes podem atribuir em diferentes faixas, que vão de 25 horas semanais a 40 horas”.

As inscrições de professores na atribuição encerraram no último dia 30, sendo que o processo de alocação das aulas deve ser finalizado na segunda quinzena de janeiro.

Fonte: G1

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