Ao menos 15 casos de violência foram registrados no Metrô e na CPTM neste ano na cidade de SP, aponta levantamento

Balanço, feito pela TV Globo, inclui casos de vítimas baleadas e esfaqueadas, além de roubos. Linha 3 –Vermelha lidera registros com seis ocorrências.


Usuários aguardam trem em plataforma da Linha 3-Vermelha do metrô na Estação Sé, na Zona Central de São Paulo, durante a manhã. O transporte teve problemas e pessoas precisaram desembarcar nas linhas — Foto: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Usuários aguardam trem em plataforma da Linha 3-Vermelha do metrô na Estação Sé, na Zona Central de São Paulo, durante a manhã. O transporte teve problemas e pessoas precisaram desembarcar nas linhas — Foto: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Ao menos 15 casos de violência foram registrados neste ano no sistema de transporte metropolitano de São Paulo, segundo um levantamento feito pela TV Globo. Os dados foram obtidos com vítimas, a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar, além do Metrô e da CPTM.

Houve duas ocorrências em que a vítima foi baleada no transporte metroviário. Em seis casos, ocorreu esfaqueamento. Outros sete registros são de roubos, sendo um deles um arrastão. Todas as ocorrências foram registradas dentro dos trens, nas plataformas ou nas dependências das estações.

Do total, 14 casos foram registrados no Metrô e um, na CPTM. A Linha 3-Vermelha do Metrô lidera, com seis ocorrências, seguida da Linha 2-Verde, com quatro. A Linha 1-Azul teve um registro, assim como as linhas 4-Amarela e 15-Prata. O caso envolvendo a CPTM ocorreu na estação da Luz.

O Metrô informou que “vai intensificar as ações de segurança em suas estações”, e a CPTM disse que o “infrator foi encaminhado à autoridade policial”. Já a Secretaria da Segurança Pública afirmou que, nesta quinta-feira (8), “o novo delegado titular da Delegacia do Metropolitano (Delpom) se reunirá com representantes do Metrô para discutir novas estratégias de combate a esses delitos” (leia mais abaixo).

Em janeiro, um passageiro foi baleado nas nádegas durante uma tentativa de roubo dentro da estação Santa Cecília, da Linha 3-Vermelha. Segundo a Polícia Militar, o autor do disparo cometeu um roubo do lado de fora e fugiu para dentro da estação, onde tentou cometer outro crime. O passageiro reagiu, tomou uma coronhada na cabeça e um tiro na região das nádegas. O criminoso foi preso.

Em março, quatro pessoas foram detidas por seguranças do Metrô após furtarem um celular de uma mulher dentro da estação Brigadeiro, da Linha 2 – Verde.

No início de maio, um passageiro foi atingido por uma facada após um desentendimento na estação Brás, da Linha 3 – Vermelha. A vítima foi socorrida por funcionários do Metrô e levada ao hospital. Já o agressor foi detido e encaminhado à delegacia.

Duas semanas depois, um homem foi esfaqueado durante uma tentativa de roubo na estação Trianon-Masp, da Linha 2 – Verde. O roubo ocorreu em uma escada de acesso à estação, na Avenida Paulista. O jovem sofreu um ferimento na mão e foi encaminhado ao hospital.

Em junho, um homem foi esfaqueado dentro da estação da Luz da CPTM. A vítima foi atingida no saguão inferior da estação, socorrida pelo Samu e levada para um pronto socorro da região. O agressor foi detido por agentes da estação.

Agosto teve cinco registros de violência no Metrô. No dia 3, um homem foi esfaqueado dentro da estação da Luz. A vítima estava no acesso à Rua Paula Souza, área da Linha 1 – Azul, quando foi abordada por três criminosos que anunciaram o roubo. Um deles estava armado com uma faca. O passageiro reagiu, tentou segurá-la e teve ferimentos nas duas mãos. Os ladrões conseguiram fugir levando o celular da vítima.

No dia seguinte, um policial reagiu com disparos após sofrer uma tentativa de roubo dentro da estação Higienópolis-Mackenzie, da Linha 4-Amarela, administrada pela ViaQuatro. Um dos três criminosos ficou ferido. Ele fugiu com dois comparsas levando o celular de uma mulher que estava com o policial. O assaltante foi detido na região e levado para um hospital.

No dia 23 de agosto, um homem furtou um celular na plataforma da estação Anhangabaú, da Linha 3-Vermelha. Na fuga, ele entrou na passarela de emergência da estação. Os trilhos precisaram ser desenergizados, e o suspeito foi preso pelos seguranças do Metrô.

Já no dia 29, um adolescente de 16 anos foi roubado por três suspeitos, um deles armado com uma arma de fogo na plataforma da estação Conceição, da Linha 1-Azul. Ele teve o celular roubado. Os criminosos fugiram.

Um arrastão foi registrado no dia 30 na estação Tatuapé, da linha 3-Vermelha. Três suspeitos roubaram sete estudantes que estavam na plataforma.

Os últimos quatro casos foram registrados na última semana, já em setembro. No dia 1°, três passageiros discutiram por causa do uso da máscara dentro de um trem na estação Vila Prudente, da Linha 15-Prata do Metrô. Armado com uma faca, o homem que estava sem máscara atingiu outros dois. As duas vítimas foram atendidas em um pronto socorro da região, e o agressor foi detido pelos seguranças da estação.

No dia 2, um passageiro teve o celular roubado dentro do trem, quando chegava à estação Sé, da Linha 3-Vermelha. Os criminosos fugiram.

Neste domingo, dia 4, outros dois casos foram registrados no Metrô. Na Linha 3-Vermelha, um passageiro teve o celular roubado na estação República.

Já na Linha 2-Verde, uma mulher foi roubada por um indivíduo que estava armado com uma faca. A vítima estava dentro do trem e chegava à estação Sumaré quando teve a bolsa roubada. O criminoso fugiu.

O que dizem Metrô, CPTM e SSP

Em nota, o Metrô informou que “vai intensificar as ações de segurança em suas estações”.

“Toda a estrutura conta com mais de mil agentes de segurança para auxiliar os passageiros e coibir delitos. A Companhia também está investindo na ampliação e renovação das câmeras que poderão auxiliar na identificação dos casos.

O percentual de solução das ocorrências de segurança no Metrô é de 76% e a rápida comunicação dos casos pode ajudar a ampliar esses números. O passageiro pode informar qualquer caso a um funcionário do Metrô que vai acionar a rede de agentes e câmeras, auxiliando na captura e detenção dos infratores. A comunicação também auxilia na elaboração de novas estratégias.

A quantidade de agentes de segurança do Metrô se mantém suficiente para o atendimento aos passageiros, com uma média de um agente para 2,2 mil passageiros. Em 2019, esse número era de um segurança a cada 3,3 mil passageiros. Esse efetivo permitiu a redução nos índices de ocorrências de segurança. Nos seis primeiros de 2022, a quantidade de roubos de celulares caiu 39% em relação ao mesmo período de 2019, enquanto o índice de furtos desses aparelhos foi reduzido em 59% no período”, finaliza o comunicado.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que “a Polícia Civil investiga os casos ocorridos nas estações Conceição, Liberdade, Tatuapé, Sumaré, Higienópolis-Mackenzie e República. As equipes policiais analisam imagens dos circuitos de segurança e trabalham em conjunto com o Metrô visando a identificação e localização dos autores. Na próxima quinta-feira (8), o novo delegado titular da Delegacia do Metropolitano (Delpom) se reunirá com representantes do Metrô para discutir novas estratégias de combate a esses delitos”.

A CPTM afirmou, também por nota, que “o infrator foi encaminhado à autoridade policial e que irá colaborar com todas as informações necessárias para elucidar a situação”.

Fonte: G1

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