Estado de SP tem mais de 200 mil pessoas na fila do INSS
De acordo com decisão do STF, prazo para análise de benefícios no INSS deve ser de, no máximo, 45 dias. Mas tempo médio de espera chega a ultrapassar 5 meses em alguns casos no estado. A pensão por morte por acidente de trabalho, por exemplo, leva, em média, 165 dias para ser analisada aqui no estado.
Fila INSS — Foto: Reprodução/ TV Globo
Mais de 200 mil pessoas estão aguardando a realização de uma perícia médica ou análise de documentação para obter benefícios no estado de São Paulo, como aposentadorias, auxílios e pensões.
O número total chega a 200.356 pessoas de acordo com dados do Portal da Transparência do Ministério da Previdência Social.
A maior parte da fila — quase 90 mil pessoas — aguardam perícia médica para obter auxílio por incapacidade temporária. Outra concentração, de 19% dessa fila, está no número de pessoas aguardando análise administrativa para receber o Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência (BPC) — são mais de 37 mil pessoas.
Quantidade de pessoas aguardando
- Aposentadoria por idade: 10.615
- Aposentadoria por tempo de contribuição: 27.076
- Auxílio-inclusão à pessoa com deficiência: 893
- Auxílio-reclusão: 1.070
- Benefício assistencial à pessoa com deficiência: 37.208
- Benefício assistencial ao idoso: 10.577
- Benefício assistencial ao trabalhador portuário: 14
- Pecúlio: 7
- Pensão especial – crianças com síndrome congênita: 1
- Pensão especial – Síndrome de Talidomida: 23
- Pensão por morte: 10.717
- Salário-maternidade: 5.618
- Auxílio incapacidade temporária (fase administrativa): 7.096
- Auxílio incapacidade temporária (perícia médica): 89.441
Segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o prazo estabelecido para uma pessoa aguardar a decisão do INSS sobre um benefício deve ser de, no máximo, 45 dias.
De acordo com dados obtidos pela GloboNews, via Lei de Acesso à Informação, em diversos casos o tempo de espera é maior;
- A pensão por morte por acidente de trabalho, por exemplo, leva, em média, 165 dias para ser analisada aqui no estado.
- Aposentadoria por invalidez: 152 dias.
- O auxílio-acidente: 102 dias.
- Aposentadoria especial: 84 dias
- Amparo social à pessoa com deficiência: 77 dias
- Aposentadoria por tempo de contribuição: 32 dias
- Aposentadoria por idade: 28 dias
Para reduzir o tempo de espera para até 45 dias, como estabelece decisão do STF, o Ministério da Previdência criou o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social, que prevê o pagamento de bônus para servidores e peritos que fizerem análises e atendimentos extras. Antes, o pagamento por horas extras de trabalho não era permitido para essas categorias.
Entretanto, a adesão ao programa é voluntária e, segundo os servidores do INSS, deve ser baixa. Médicos peritos e servidores que fazem análise de documentações não concordam com os critérios estabelecidos pela portaria que regulamenta as condições para o recebimento desse bônus.
A portaria estabelece, por exemplo, que servidores que trabalham em regime 100% home office que quiserem aderir ao programa, primeiro devem cumprir uma meta 30% maior que a atual. Só a partir disso, eles passam a receber R$ 68 por análises extras. Se um servidor faz cerca de 90 análises de documentação por mês, agora ele passa a ter que fazer 117 análises por mês para, só a partir da 118ª, receber o bônus, por exemplo.
Uma servidora que trabalha no interior de São Paulo e não quis se identificar afirma que vai aderir ao programa, mas que acredita que seja difícil que ela consiga bater a nova meta. “O tipo de tarefa que eu faço, de recursos, a tarefa já é mais complexa. Eu corro o risco de tentar atingir a nova meta e, de repente, acontecer alguma coisa, tem muita instabilidade no sistema, e eu nem conseguir. Eu trabalhar além do meu horário para fazer esses 30% e não conseguir fazer o extra que seria pago”, afirma.
Em nota, o Ministério afirma que não possui um balanço da adesão de servidores ao programa até o momento e reforça que a participação é facultativa.
Fonte: G1