Punk morta após show
Punk morta após show havia criticado roupa e estilo de uma das agressoras em rede social, diz família de vítima
Helen Vitai fez postagem no Facebook antes de ser morta. Polícia analisa vídeo para identificar duas mulheres que a agrediram e são suspeitas de homicídio. Vítima passou mal após bater a cabeça no chão.
Por Kleber Tomaz, g1 SP — São Paulo

Polícia investiga morte de mulher de 43 anos, na Lapa, em SP, após briga na saída de festa
A punk que morreu neste mês após ter sido agredida por duas mulheres, do mesmo movimento, havia criticado a roupa e estilo de uma delas numa rede social, duas semanas antes, disse a família da vítima ao g1. (Veja prints mais abaixo). Para os parentes da vítima, esse foi o motivo das agressões.
A briga ocorreu no dia 3 de agosto na Rua Guaicurus após shows gratuitos de bandas punks no Centro Cultural Tendal da Lapa, Zona Oeste de São Paulo. Helen Vitai teve um mal súbito e não resistiu após bater a cabeça no chão, de acordo com o hospital para onde ela foi levada de ambulância. A mulher tinha 43 anos.
O caso, que antes era investigado como morte suspeita, passou a ser apurado como homicídio depois que a delegacia responsável pela ocorrência viu as imagens de uma câmera de segurança que gravou o que aconteceu. As cenas mostram Helen apanhando de duas agressoras enquanto um homem impede que outras pessoas apartem a confusão. (Veja vídeo acima.)
O 7º Distrito Policial (DP) analisa as imagens para tentar identificar as duas mulheres e o homem, que fugiram após as agressões. É possível ver uma mulher ruiva dando socos, chutes e esganando Helen por mais de 6 minutos. Depois uma outra mulher, de cabelos pretos e segurando uma garrafa, chuta a cabeça da vítima já caída.
Cerca de 15 pessoas observam Helen ser agredida, mas ninguém faz nada para impedir isso. Quando um rapaz tenta ajudar a vítima, um homem o empurra e o derruba.
Vítima e agressora se conheciam
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Segundo a família de Helen Vitai, essa é sequência da conversa pelo Facebook entre a suspeita e a vítima antes do crime. Parentes acham que essa divergência por causa de uma roupa motivou as agressões — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
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Para a família de Helen Vitai, essa discussão no Facebook motivou a agressão. — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Familiares de Helen disseram à equipe de reportagem que Helen e ao menos uma das suspeitas se conheciam e se seguiam no Facebook. Essa mulher seria a que aparece no vídeo chutando a cabeça da vítima.
No dia 20 de julho, segundo parentes da vítima, a suspeita havia postado uma foto na sua conta pessoal na rede social que mostrava uma jaqueta preta alusiva ao movimento punk. Em seguida, escreveu: “Meu jaco tá tão lindo! Tô apaixonada”
Em seguida, Helen criticou a postagem: “Hj em dia tá mamão com açúcar mesmo, é só encomendar um vizu”.
“Tá mesmo, tem até internet pra bostejar no post alheio”, respondeu a suspeita na página. Um homem interagiu na conversa entre elas e afirmou que tinha sido ele que fez a jaqueta e a deu de presente para a mulher.
O bate-boca entre a vítima e a suspeita continuou. Helen foi chamada de “irônica”. E respondeu que, se ela não gostou do comentário, bastaria deixar de segui-la, o que foi feito.
Em outra postagem no dia 21 de julho, segundo parentes de Helen, a suspeita fez uma ameaça à vítima. Escreveu que não tinha muitos amigos e amigas, mas os que tinha eram leais a ela: “Uma verdadeira irmandade”. E postou que alguns deles ligavam para ela perguntando: “‘Quer que eu dê um pau?’ Hahaha (…)
Polícia tenta identificar suspeitos
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Segundo parentes de Helen Vitai, ela foi agredida pela mulher ruiva que aparece na sequência do vídeo acima — Foto: Reprodução/Redes sociais
Os parentes de Helen chegaram a postar fotos nas redes sociais e nomes dessa suspeita que teria ameaçado e chutado a cabeça da vítima e da outra mulher que a esganou. Também publicaram a identidade e foto do homem que teria dado apoio as duas.
As informações sobre os três foram encaminhadas para a investigação. No entanto, até a última atualização desta reportagem a polícia não havia confirmado se eles são mesmo as pessoas envolvidas na morte de Helen.
Procurada para comentar o assunto, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, por meio de nota que a investigação feita pelo 7º DP “segue empenhada no esclarecimento do caso.”
“A autoridade responsável realiza diligências para identificar todos os envolvidos e adotar as medidas necessárias para responsabilizá-los”, informa trecho do comunicado da pasta da Segurança.
Helen trabalhava como operadora de telemarketing. Ela deixa uma filha. Seu corpo foi velado e sepultado na última quarta-feira (6) no Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste.
O que dizem coletivo e prefeitura
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Evento com bandas punk ocorreu no Centro Cultural Tendal da Lapa e teve apoio da Prefeitura de São Paulo — Foto: Reprodução/Divulgação
O coletivo 200 Anos de Punk, que organizou o evento, publicou uma mensagem nas redes sociais sobre a morte de Helen:
“Na segunda pela manhã, nos chegou a notícia que houve uma briga na rua, após o término do evento que acabou culminando com a morte da punk Helen Vitai, que era mãe e deixa uma filha pequena”, informa trecho do comunicado. “Nossos mais sinceros pêsames aos familiares e amigos próximos e que os responsáveis por essa atrocidade sejam identificados e arquem com as consequências.”
A Prefeitura de São Paulo, que patrocinou a festa, informou que Helen foi agredida do lado de fora do evento. E que foi socorrida por uma ambulância.
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Helen Vitai tinha 43 anos — Foto: Reprodução/Redes sociais
Fonte: G1