Em reunião com Lula, Tarcísio diz que democracia vai se tornar mais forte após ataques.

Em reunião com Lula, Tarcísio diz que democracia vai se tornar mais forte após ataques, e pede ‘gestos de todos para a pacificação’

Governador de São Paulo, que se elegeu com apoio de Bolsonaro, prestou solidariedade aos Três Poderes atingidos nos atos de domingo.


Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo — Foto: Reprodução/TV Brasil

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo — Foto: Reprodução/TV Brasil

Durante a reunião entre os governadores do Brasil e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que a democracia vai se tornar mais forte após os ataques terroristas de domingo (8) contra os Três Poderes em Brasília, mas também “lembrou que a pacificação demanda gestos de todos”.

Tarcísio foi ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro e se elegeu governador do estado com o apoio do ex-presidente.

“A democracia, que é um valor que tem que ser defendido, exaltado, e a reunião de hoje significa que a democracia vai se tornar, depois de ontem, mais forte. É bom ouvir a ministra Rosa dizer no dia primeiro vamos reconstruir tudo o que foi construído. Estou muito feliz de estar participando dessa reunião e enaltecer a capacidade de diálogo. Peço a Deus que nos proporcione sabedoria para que a gente construa a pacificação. Lembrando que a pacificação demanda gestos, gestos de todos, do legislativo, executivo, judiciário, estados”, disse.

“Precisamos aprender a construir gestos para que a gente possa ter no final das contas desenvolvimento, dignidade e o desenvolvimento e dignidade só serão alcançados por meio do diálogo. Parabéns a todos e obrigada por essa oportunidade de diálogo”, completou.

O governador também prestou solidariedade a todos os poderes atingidos nos ataques terroristas de domingo.

“Presidente Lula, Rosa Weber, senador Veneziano, Arthur Lira, vou cumprimentar todos os ministros na pessoa de Alckmin, com quem tenho que aprender sobre São Paulo. Era importante estar presente pra prestar solidariedade aos poderes constituídos, STF, Câmara, Senado, solidariedade à nossa democracia. O Brasil que hoje conta com um sistema de educação gratuito, que conta com o SUS, universal, gratuito, um país que construiu uma rede de proteção social que alcança tantos brasileiros”, afirmou.

Inicialmente, Tarcísio não iria para Brasília, mas mudou de ideia no início da tarde e sua equipe mandou nota atualizando a agenda.

Lula e governadores — Foto: Reprodução

Mais cedo, Tarcísio e o secretário da Segurança, Guilherme Derrite, não explicaram o motivo de a polícia não ter prendido as pessoas que estavam acampadas e foram desmobilizadas da frente da Assembleia Legislativa de São Paulo, na Zona Sul da cidade, na tarde desta segunda, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Tarcísio e Derrite participaram de reunião com representantes do judiciário paulista e não responderam sobre o fato de os golpistas não terem sido encaminhados à delegacia. Mais cedo, Derrite disse em coletiva que a orientação de Tarcísio era para que a desmobilização fosse “pacífica” (leia mais abaixo).

A ordem de Moraes, que determinou o fim de acampamentos golpistas em todo país, estabelece “a prisão em flagrante de seus participantes pela prática dos crimes previstos nos artigos 2ª, 3º, 5º e 6º (atos terroristas, inclusive preparatórios) da Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016 e nos artigos 288 (associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) e 359-M (golpe de Estado), 147 (ameaça), 147-A (perseguição), 286 (incitação ao crime)”.

Forças de segurança foram enviadas ao local para fazer a retirada dos manifestantes em frente à Alesp e ao Círculo Militar, mas ninguém foi levado para a delegacia. Todos os 34 acampamentos do estado foram desmobilizados até o início da noite desta segunda.

Na reunião com representantes do Tribunal de Justiça de São Paulo, do Ministério Público do Estado de SP e da Procuradoria-Geral do Estado no Palácio dos Bandeirantes, além dos secretários Derrite, Fábio Prieto (Justiça e Cidadania) e Arthur Lima (Casa Civil), Tarcísio “tranquilizou” os chefes das instituições.

Ele voltou a se posicionar no sentido de que não permitirá que aconteça nada em São Paulo.

Bolsonaristas desmontando o acampamento na Zona Sul de SP nesta segunda-feira, 9 de janeiro — Foto: Arquivo Pessoal

Bolsonaristas desmontando o acampamento na Zona Sul de SP nesta segunda-feira, 9 de janeiro — Foto: Arquivo Pessoal

A determinação de Moraes ocorre após terroristas bolsonaristas invadirem e depredarem o Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal, neste domingo (8).

Cerca de 50 de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro montaram o acampamento em frente à Alesp há dois meses para pedir a intervenção militar. A presença deles já foi alvo de inúmeros ofícios enviados à SSP por parte de alguns deputados, que relataram o clima de insegurança por conta de ameaças e agressões.

‘Desmobilização pacífica’

Em entrevista coletiva nesta segunda, Derrite, minimizou o impacto dos protestos no estado e disse que a orientação de Tarcísio era para que os manifestantes sejam retirados “de forma pacífica”.

“É uma orientação do nosso governador que isso seja feito de forma pacífica.”

“A nossa preocupação é fazer que todos os comandantes tenham consciência de que temos 24 horas para cumprir. Ao longo do dia de hoje, da tarde, esse diálogo será iniciado na esperança de que tudo se resolva sem o uso escalonado da força”, completou o secretário.

Ele ainda alegou que os atos em São Paulo não têm “similaridade” com os ataques no Distrito Federal.

“Estávamos preocupados com o desencadeamento das manifestações e possíveis atos que pudessem ocorrer no estado de SP. Importa frisar, de imediato, que as ações que aconteceram em Brasília não encontram com similaridade com as de São Paulo. Aqui em São Paulo nós temos um cenário de tranquilidade.”

O que diz a SSP

“Às 19h desta segunda-feira (09), todos os 34 pontos de acampamentos foram dispersados

Após determinação do secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, a Polícia Militar desmobilizou, em 8 horas, 34 acampamentos de manifestantes que estavam localizados na frente de unidades militares e distribuidoras de combustível. A ação da PM cumpre ordem judicial do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (09), o secretário disse que “assim que chegou ao nosso conhecimento a ordem judicial do Ministro da Suprema Corte, equipes foram empregadas para dar cumprimento à decisão. Será informado aos manifestantes, através do diálogo, que existe uma ordem judicial de desmobilização dos acampamentos”. As ações foram realizadas de forma pacífica, sem informações de incidentes.”

Monitoramento da polícia

De acordo com o gabinete de comando e controle da Polícia Militar, montado na noite do domingo (8) por conta dos ataques em Brasília, são monitoradas três manifestações no estado:

  • Na Marginal Tietê, na altura da Ponte dos Remédios;
  • Em frente à Assembleia Legislativa (acampamento com 50 pessoas);
  • Em Presidente Prudente, no km 561 da Raposo Tavares, onde 30 pessoas atearam fogo em pneus.
Acampamento de bolsonaristas em frente à Assembleia Legislativa do estado  — Foto: Hermínio Bernardo/TV Globo

Acampamento de bolsonaristas em frente à Assembleia Legislativa do estado — Foto: Hermínio Bernardo/TV Globo

Fonte: G1

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