Prefeitura de SP quer transferir gestão de 12 hospitais públicos para organizações sociais
Anúncio foi feito dois dias depois de a própria prefeitura admitir ao Ministério Público e ao TCM que enfrenta dificuldades em controlar como OSs gastam dinheiro público.
pretende passar a administração de doze hospitais públicos da capital para organizações sociais (OS). — Foto: Reprodução/ Tv Globo
A Prefeitura de São Paulo informou nesta quarta-feira (10) que pretende passar a administração de 12 hospitais públicos da capital para organizações sociais (OSs).
Segundo a administração municipal, as organizações sociais ficariam responsáveis por serviços como exames de imagem, mamografia, tomografia, ressonância magnética, anestesia e hemodiálise, além de cuidar da manutenção e reforma dos prédios dos hospitais.
Prefeitura de SP quer transferir gestão de hospitais para organizações sociais
O plano é terceirizar a administração dos seguintes hospitais:
- Zona Norte: Hospital Municipal Dr. José Soares Hungria
- Zona Norte: Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha
- Zona Oeste: Hospital Municipal e Maternidade Prof. Mário Degni
- Zona Leste: Hospital Municipal Dr. Alexandre Zaio
- Zona Leste: Hospital Municipal Prof. Dr. Waldomiro de Paula
- Zona Leste: Hospital Municipal Tide Setubal
- Zona Leste: Hospital Municipal Dr. Ignácio Proença de Gouvêa
- Zona Leste: Hospital Municipal Dr. Benedicto Montenegro
- Zona Leste: Hospital Municipal Professor Doutor Alípio Corrêa Netto – Ermelino Matarazzo
O anúncio foi feito dois dias depois de a própria prefeitura admitir ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Município (TCM) que enfrenta dificuldades em controlar como as OSs gastam dinheiro público.
Na reunião, a Secretaria Municipal da Saúde informou que depende das organizações sociais para dar continuidade ao serviço público, mas reconheceu que, para ter o controle da prestação de contas, depende de um sistema mais robusto. Com o atual contrato, segundo a prefeitura, é difícil realizar o controle.
A pasta informou ainda que a “prestação de contas das OSs está atrasada” e disse que seria necessário pelo “menos mais dez pessoas para o setor de controle de contratos”, e que, mesmo assim “já conseguiram encontrar recursos gastos de forma inadequada”.
Nesta terça-feira (10), a Secretaria de Desestatização ficou encarregada de criar um modelo de contrato com o setor privado para a modernização e adequação dos prédios e prestação de serviços em hospitais.
No entanto, segundo o promotor Arthur Pinto, esse movimento da gestão municipal é preocupante em meio às dificuldades que a cidade possui para fiscalizar essas entidades.
“O sistema de controle que eles têm, o websas é muito precário. Então, o controle é feito por amostragem, algumas vezes pega uma irregularidade, outras não, mas por amostragem, quando isso não é possível. Porque quase 50% dos gastos com a saúde de SP vão para as organizações sociais, então ninguém sabe quanto ganha a direção das OSs”, afirma.
Enquanto isso, os pacientes, que também dependem de hospitais que são administrados por OSs, reclamam do atendimento.
“A médica olhou para minha filha que tem só dois meses e falou que era só colocar na inalação. Mas eu não acho que é só isso, estou indo procurar outro posto, ela está cansada, com nariz entupido e tossindo bastante”, afirma a dona de casa Michele Novaes, que procurou o pronto-socorro de Santana, que é administrado pela Sociedade Beneficente Caminho de Damasco.
A pasta da Saúde informou que a comissão que acompanha as OSs vai entregar um documento com todas as informações sobre o controle dos hospitais para o Ministério Público.
Fonte: G1