Procura por restaurantes populares em São Paulo cresceu 23% desde o início da pandemia
Segundo relatório da ONU divulgado na semana passada, de 2019 a 2021, 15,4 milhões de brasileiros passaram a viver em situação de insegurança alimentar grave, e 61,3 milhões estão com dificuldade para conseguir comida.
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Procura por restaurantes populares é um termômetro da fome em São Paulo
O Brasil está novamente no Mapa da Fome da ONU. Segundo relatório divulgado na semana passada, de 2019 a 2021, 15,4 milhões de brasileiros passaram a viver em situação de insegurança alimentar grave; 61,3 milhões estão com dificuldade para conseguir comida.
Em São Paulo, maior cidade do país, a procura pelos restaurantes populares é um termômetro da fome e, desde o início da pandemia, o consumo de refeições nesses locais – que custam apenas R$ 1 – cresceu 23%. Muita gente passou a frequentar diariamente por causa do aumento no preço dos alimentos.
“Tem um ano e meio já que frequento. Aqui é onde está salvando a gente. Para comer um pedacinho de carne só aqui mesmo”, afirma o pedreiro José Carlos da Silva.
“O gás aumentou, a luz, a água, a comida. Nós estamos em um beco sem saída. Faço três refeições aqui: é o café da manhã, o almoço e a janta”, reclama a diarista Lindinalva Ribeiro.
Aumento na oferta da refeições na rede Bom Prato, do governo do Estado de São Paulo — Foto: Profissão Repórter
No dia em que a equipe do Profissão Repórter foi a uma das unidades destes restaurantes populares, na Zona Leste da capital paulista, às 10h30, quando o local abriu, a fila já tinha mais de 200 pessoas. O limite de pratos individuais servidos no almoço é 1.300; por dia, são 2.700. Muita gente fica sem conseguir comer e a revolta é grande quando isso acontece.
“Eu estou com fome desde de manhã, entendeu? Trabalhando! Vim almoçar. Quando chego aqui, 13h, já está fechado?! Olha o tanto de gente aí. Tudo sem comer”, lamenta a vendedora Ana Guerra.
Assista ao programa completo abaixo:
Edição de 12/07/2022 – Brasil de volta ao Mapa da Fome
Fonte: G1