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‘Vai ser demolido através de implosão’, diz prefeito de SP sobre prédio de 10 andares em chamas há mais de 60 horas

Segundo Ricardo Nunes, gestão municipal reúne laudos de engenheiros e da Defesa Civil para entrar na Justiça pedindo a demolição. Prédio comercial começou a pegar fogo no domingo e corre risco de colapsar a qualquer momento.


Veja onde fica o prédio que pegou fogo perto da Rua 25 de Março em SP

Veja onde fica o prédio que pegou fogo perto da Rua 25 de Março em SP

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta quarta-feira (13) que o prédio de dez andares que completou mais de 60 horas em chamas na região da 25 de Março será demolido através de implosão.

Como o prédio é comercial, a gestão municipal reúne laudos de engenheiros e da Defesa Civil para enviar o pedido à Justiça.

“Vai ser demolido através de implosão. Nós vamos juntar hoje os laudos dos engenheiros, da Defesa Civil, e a procuradora-geral do município, Dra. Marina Magro, vai entrar na Justiça pedindo a demolição”.

O trabalho de combate ao fogo entrou no quarto dia. Por conta do risco de colapso, os bombeiros estão do lado de fora do edifício, usando mangueiras com água para tentar apagar o fogo.

O incêndio começou às 21 horas do último domingo (10). Além desse prédio de dez andares, outros quatro imóveis próximos também foram incendiados: um prédio de seis andares, uma loja e uma igreja. Todos ficam na região da Rua 25 de Março.

Prédio atingido por incêndio na região da 25 de Março, no Centro de São Paulo, nesta terça-feira (12) — Foto: Celso Tavares/g1

Prédio atingido por incêndio na região da 25 de Março, no Centro de São Paulo, nesta terça-feira (12) — Foto: Celso Tavares/g1

Nove prédios na Rua 25 de março estão interditados

Nove prédios na Rua 25 de março estão interditados

Dois bombeiros chegaram a sofrer queimaduras e foram internados durante os trabalhos. Não há mais registros de pessoas feridas na região. A Polícia Civil investiga as causas e eventuais responsabilidades pelo incêndio.

O prédio onde o fogo começou não tinha o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Ele abriga pequenas lojas e armazena produtos dos comerciantes da região.

O AVCB atesta que um prédio segue as normas de segurança e tem os equipamentos de proteção e combate a incêndios como alarmes, extintores, hidrantes e saídas de emergência. O documento é obrigatório.

‘Risco de colapsar’

“A gente tem o risco de colapsar a estrutura, então, por isso, nesse momento, a gente não faz mais, desde ontem [terça], o combate interno. A gente atua agora somente na parte externa por isso dificulta um pouco o nosso trabalho e retarda o término desse incêndio”, disse nesta quarta o capitão Maycon Cristo, porta-voz dos bombeiros.

Segundo o capitão ainda não há um prazo para o fim dos trabalhos dos bombeiros no local. “O combate externo ele é mais lento, a gente não consegue atuar in loco, onde de fato está pegando fogo, revirar aquele material e apagar ali pontualmente, então esse combate externo vai se estender um pouco mais”, falou Maycon.

Incêndio aumenta risco de desabamento na região da 25 de março

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Nesta terça (12), o engenheiro da Subprefeitura da Sé Álvaro Godoy Filho disse que é iminente o risco de queda do prédio de dez andares.

“O risco é iminente, pode acontecer a qualquer momento. No resfriamento, tende a colapsar mais rápido, porque ele tenta voltar à condição anterior, e ele não consegue”, afirmou. “Pode acontecer igual às Torres Gêmeas [quando caíram em 2011], o negócio é bem complicado.”

“Existem três tipos de estrutura distintas no próprio prédio. Uma dessas partes tende a colapsar para o fundo, onde é um estacionamento. Outra tende a colapsar para frente da rua, ou pegar o prédio ao lado”, explicou o engenheiro, que descartou a volta dos bombeiros para o trabalho interno.

“O momento agora é de terminar o rescaldo do incêndio, para poder fazer uma próxima avaliação e ver como ficou a estrutura da edificação. A responsabilidade é do proprietário do imóvel”, afirmou.

9 imóveis interditados

Nove prédios são interditados após incêndio no Centro de SP e correm risco de desabar, diz prefeitura

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Uma nova avaliação feita por engenheiros da prefeitura expandiu a área de bloqueio e interditou nove imóveis.

Além do prédio de dez andares, que corre risco de desabar, mais oito edificações foram interditadas porque poderiam ser atingidas pela possível queda e destroços do edifício que continua pegando fogo.

Os prédios interditados estão nos seguintes endereços:

  • Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 115
  • Rua Cavalheiro Basilio Jafet, 127
  • Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 107
  • Rua Barão de Duprat, 41
  • Rua Barão de Duprat, 39
  • Rua 25 de março, 734
  • Rua 25 de março, 702
  • Rua Comandante Abdo Schahin, 94
  • Rua Comandante Abdo Schahin, 78 (onde está o prédio de 10 andares que continua pegando fogo)

“A estrutura que nos preocupa mais é o prédio que está em chamas. Essas demais edificações interditadas ao redor, justamente por a gente não saber o comportamento desse prédio em chamas caso ele colapse”, disse o capitão Mayson. “Se ele tombar ele pode atingir qualquer uma dessas estruturas ao entorno dele, por isso essa precaução de deixá-las interditadas também. Nem todas elas estão com risco de colapsar, algumas estão com risco de ser atingidas caso ele colapse.”

Volta a sair fumaça do prédio que está desde domingo em chamas, no Centro de SP

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Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que “após vistoria realizada hoje [nesta terça], nove edifícios foram interditados de maneira parcial ou total, conforme o risco que apresentam e de acordo com o laudo assinado pelo engenheiro Álvaro de Godoy Filho. Os imóveis não são residenciais, portanto não há desabrigados”.

“De acordo com a avaliação da equipe de engenharia da Subprefeitura Sé, o prédio atingido pelo fogo corre risco de desabamento. Se, depois de concluído o trabalho de rescaldo, houver necessidade de demolição, o dono da edificação terá que acionar o engenheiro contratado por ele para a realização do trabalho”, informa o texto.

Fonte: G1

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