Análise: Santos tem mais sorte do que juízo e não pode se contentar com empate na Venezuela
Peixe oscila muito diante do Deportivo Táchira, mas, ainda assim, consegue pequena vantagem por classificação às quartas de final da Sul-Americana
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Melhores momentos: Deportivo Táchira 1 x 1 Santos, pela Copa Sul-Americana 2022
O Santos conseguiu um importante empate por 1 a 1 contra o Deportivo Táchira, na última quarta-feira, na Venezuela, fora de casa, pela partida de ida das oitavas de final da Sul-Americana. Mas, ainda que com 10 desfalques, a atuação, as alterações do técnico Fabián Bustos (que acabaram dando certo) e o nível técnico apresentado pelo Peixe foram muito ruins.
Por isso, mesmo que volte para o Brasil com um bom resultado, precisando vencer por um placar mínimo na Vila Belmiro para avançar às quartas de final, na semana que vem, o Santos não pode se contentar com o que foi apresentado na Venezuela.
Para ser justo, é importante pontuar: o técnico Fabián Bustos não contou com 10 jogadores contra o Táchira: Eduardo Bauermann, Ricardo Goulart, Rodrigo Fernandez, Maicon, Madson, Marcos Leonardo, Léo Baptistão, Lucas Barbosa, John e Sandry.
Santos comemora gol de empate contra o Deportivo Táchira — Foto: Ivan Storti/Santos FC
Mesmo assim, a escalação parecia o suficiente para vencer o Deportivo Táchira: João Paulo, Vinicius Balieiro, Luiz Felipe, Kaiky e Lucas Pires; Vinicius Zanocelo, Camacho e Bruno Oliveira; Ângelo, Bryan Angulo e Jhojan Julio.
O Santos, inclusive, começou melhor do que o adversário. Parecia que, mesmo com os desfalques, conseguiria dominar os venezuelanos fora de casa. Em pouco tempo, porém, o jogo virou: com o gol contra de Vinicius Zanocelo, que foi empurrado dentro da área pelo próprio companheiro Angulo, o Peixe se desestabilizou.
A partir daí, um show de horrores. Qualquer inspiração foi por água abaixo. O Santos parecia ter desmoronado psicologicamente, como se não houvesse tempo nem cabeça para mais nada. Erros diversos: técnicos, táticos…
Fabián Bustos durante jogo entre Deportivo Táchira e Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC
Ângelo, pela direita, não conseguia usar de sua habilidade para ajudar o Santos a chegar com perigo ao gol adversário. Bruno Oliveira, centralizado, era quem melhor jogava: se movimentava, procurava companheiros, arriscava passes, mas pouco era aproveitado.
O Deportivo Táchira, que mostrou pouca qualidade durante os 90 minutos, também não conseguia aproveitar as fragilidades apresentadas pelo Santos. Mais um motivo, inclusive, para o Peixe não se contentar com o empate: o adversário era fraco.
No segundo tempo, as alterações pareciam escolhas ruins: Ângelo saiu aos 10 minutos e Angulo, que estava tão mal ou pior, ficou em campo mesmo com a entrada de Rwan, outro centroavante, no lugar do garoto.
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Sánchez, que não jogava há exatos 102 dias, também entrou em campo no início do segundo tempo. Em poucos lances, o que era temor da torcida se tornou realidade: o meia mal conseguia se movimentar, não alcançava passes em profundidade e dava sinais de que não faria muito.
Para queimar a língua de analistas e de torcedores críticos, o gol de empate do Santos saiu em jogada de Rwan pelo lado, com assistência de Sánchez para Angulo balançar as redes de dentro da área.
Futebol, porém, não é só resultado. E, apesar do empate fora de casa num mata-mata, o Peixe jogou muito mal contra o Deportivo Táchira. Perdeu-se em campo depois de um bom início e achou um gol no fim. Agora, são quatro partidas sem vencer e um duelo contra o Flamengo pela frente, sábado, pelo Campeonato Brasileiro.
Fonte: Ge