26ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo tem tom político e show de Pabllo Vittar
Com 19 carros no desfile, o tema do evento este ano é ‘Vote com Orgulho – por uma política que representa’, visando reafirmar o compromisso da comunidade na luta por políticas afirmativas para este público.
Parada do Orgulho LGBT+ — Foto: Celso Tavares/g1
A 26ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ aconteceu neste domingo (19) na cidade de São Paulo. Após dois anos de celebração online, devido às fases mais severas da pandemia, os trios elétricos voltaram a realizar o tradicional trajeto da Avenida Paulista até a Praça Roosevelt, no Centro da capital.
Uma das atrações do evento deste ano, a cantora Pabllo se apresentou por volta das 15h30 e levou seus sucessos ao público.
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Pabllo Vittar canta para multidão na Avenida Paulista na Parada do Orgulho LGBT+
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Comunicação, informou que a secretária municipal da Cultura Aline Torres representou o prefeito Ricardo Nunes. No sábado (18), Nunes participou do primeiro encontro da Rede de Orgulho, e destacou a importância do evento na cidade.
Participaram também do evento as secretárias municipais de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Francine, de Relações Internacionais, Marta Suplicy, e da Pessoa com Deficiência, Silvia Grecco.
Pessoas em cima de ponto de ônibus da Rua Consolação durante a Parada LGBT+ — Foto: Celso Tavares/g1
Os trios da parada passavam por pontos de ônibus lotados. Em determinado momento do desfile, parte dos manifestantes subiu em um dos pontos localizado na Avenida Paulista.
O desfile começou por volta de 12h com discurso de representantes da comunidade LGBTQIA+, além de políticas, caso da covereadora Carol Iara (PSOL) e da secretária de Direitos Humanos da capital, Soninha Francine (Cidadania).
Público na 26ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo — Foto: Celso Tavares/g1
“As travestis não são bagunça. Precisamos, sim, estar nos lugares de decisão desse país. Câmara, Senado. Aqui é mais amor e menos ódio”, disse Iara. Soninha Francine salientou o crescimento do evento. “Na primeira parada eram 2 mil pessoas fortes e valentes. Hoje somos mais de 3 milhões. Vai ter festa, sim!”
Por volta de 10h, o público já se concentrava no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e os balões coloridos já começavam a ser enchidos. Neste horário, a avenida já começou a ganhar as cores LGBT+ com bandeiras e faixas. Cada bandeira custava R$ 30.
A pedagoga e maestrina Leonidas Ferraz, 36, veio de Minas para a Parada LGBT+ — Foto: Celso Tavares/g1
O tom político não ficou apenas no tema escolhido pelos organizadores. O público entoou em momentos da concentração gritos de “Fora, Bolsonaro”. Os discursos traziam mensagem similares, com críticas ao presidente da República.
As manifestações do público vinham com cartazes, como um com os dizeres “Impeachment, já! Bolsonaro na cadeia” e bandeiras com as cores do movimento e a frase “Fora, Bolsonaro”.
Fernando Braga, gerente de vendas — Foto: Arthur Stabile/g1
Outros manifestantes vestiram vermelho, fotos e tolhas do ex-presidente Lula e declarações de apoio ao petista.
Um dos manifestantes com a bandeira do arco-íris, Fernando Braga, de 34 anos, lamentou a relação do governo Bolsonaro com a comunidade.
“Resolvi vir este ano pelo tema Voto Consciente, votar é muito importante. O governo federal tem atacado muito a população LGBTQIA+, discursos muito agressivos. O Brasil precisa melhorar com a gente, a relação é péssima, não somos respeitados”, disse.
Pablo Vittar faz show na Parada em SP — Foto: Celso Tavares/g1
No primeiro carro do desfile, as deputadas estaduais Isa Penna (PCdoB) e Erica Malunguinho (PSOL) também falaram ao público.
“Fui assediada na Alesp, tem feminista aqui hoje? É sobre isso. Nossa unidade vai nos fazer vencer. Eles vão ter que nos engolir na política. Mulher não vai voltar pra cozinha, negro não vai voltar pra senzala e LGBTQIA+ não vai voltar para o armário”, afirmou Isa.
Thaline Karajá na Parada LGBT+ — Foto: Celso Tavares/g1
“Diversidade é a lei absoluta da humanidade, estamos aqui para libertar de todo preconceito, estigma. Axé para nós. Façamos uma parada linda, sem violência, muito amor. Nosso povo é capaz disso, fertilizar amor, prosperidade”, disse Malunguinho.
Neste ano, 19 carros fazem parte do desfile e conta com a participação de artistas como Pabllo Vittar, Ludmilla, Pepita, Mateus Carrilho, Liniker, Majur, Gretchen, Tiago Abravanel, Lexa, Luisa Sonza e o bloco de Carnaval Minhoqueens (veja a programação abaixo).
A assistente administrativa Tatiana Rezende, 43, e o estudante Liam Rodrigues, 17 na Parada LGBT+ — Foto: Celso Tavares/g1
Matheus Dachilli, 22 anos, técnico em elétrica, foi à Avenida Paulista vender objetos fabricados pelo pai, como bandeiras e copos. Vendem cada um a R$ 30 na Parada.
“Trouxemos 500 copos e já vendemos 200, tá quase acabando. As bandeiras, foram mil e saíram 80. Temos com Fora Bolsonaro e a lisa, que saiu mais até agora. Eu sou técnico, vim fazer bico pro meu pai para completar renda. Pandemia dificultou a vida de todo mundo. Minha irmã é veterinária e está aqui com a gente vendendo. Ganhamos a semana e espero vender mais.”
Matheus Dachilli — Foto: Arthur Stabile/g1
Fernando Braga na Parada — Foto: Celso Tavares/g1
Público durante a Parada LGBT+ na Avenida Paulista — Foto: Arthur Stabile/g1
Edinho Teodoro, de 56 anos, falou sobre direitos perdidos nos últimos dois anos.
“Estou vindo esse ano porque temos que valorizar muito e respeitar a diversidade, tudo que tem no mundo. Depois de dois anos, temos que lutar por muitos direitos que perdemos”, afirmou. Ele, contudo, preferiu não opinar quando questionado sobre a relação do governo federal com a população LGBTQIA+.
Edinho Teodoro na Parada LGBT+ — Foto: Arthur Stabile/g1
Público na Parada LGBT+ — Foto: Arthur Stabile/g1
Parada do Orgulho LGBT+ neste domingo (19) — Foto: Celso Tavares/g1
Regis do Forró, 50, cozinheiro de hotel, artista e assistente de palco, durante a Parada LGBT+ — Foto: Celso Tavares/g1
Tema
O tema da 26ª Parada é “Vote com Orgulho – por uma política que representa” e visa reafirmar o compromisso da comunidade LGBTQIA+ no combate à discriminação, respeito à diversidade e na luta por políticas afirmativas voltadas para esta parcela da população.
“É um prazer imenso retornar às ruas e reforçar ao público da sua responsabilidade em apoiar representantes que estejam comprometidos com um Brasil mais justo e igualitário”, disse Claudia Garcia, presidente da APOLGBT-SP, associação responsável pela organização do evento na capital paulista.
A drag queen e cantora Alala Lulu, 28, de Curitiba — Foto: Celso Tavares/g1
Avenida Paulista recebe a 26º Parada LGBT+ neste domingo (19) — Foto: Cléber Cândido/TV Globo
Noivos há quatro anos, Rodrigo Ferreira e Fabrício Fernandes, posaram antes de subir em um dos trios, de onde verão o desfile.
Rodrigo Ferreira e Fabrício Fernandes, noivos há 4 anos desfilam em um dos trios da Parada LGTBTA+ — Foto: Cléber Cândido/TV Globo
Ordem dos trios elétricos
- Famílias LGBT+ – artista: Mariana Munhoz;
- Prefeitura de São Paulo;
- Diversidade Lésbica – artistas: Ana Dutra, Luana Hassen;
- Prefeitura de São Paulo;
- Diversidade Transsexual e Travesti – artista: Nick Cruz;
- Saúde (Aids Healthcare Foundation – AHF);
- Diversidade Bissexual – artistas: Ariah e Brunelli;
- Prefeitura de São Paulo;
- Diversidade Mais – artistas: Quebrada Queer, Thaline Karajá;
- Artistas da Noite;
- Diversidade Gay – artista: Kauan Russell;
- Vivo – artistas: Tiago Abravanel, bloco Agrada Gregos, Gretchen e Paullete Pink;
- Jean Paul Gaultier – artista: JoJo Todinho, Majur e as Pitayas;
- Amstel – artistas: DJ Heey Cat, Mateus Carrilho, Aretuza Love, Pocah e Luisa Sonza;
- Burger King e Avon – artistas: Pepita, Lexa, DJ Cris Negrini e Ludmilla;
- Smirnoff – artista a confirmar;
- Terra – artista: Liniker, MC Rebecca e Minhoqueens;
- Convidados Aliados;
- Diretoria da APOLGBT-SP e Mercado Livre – artista: Pabllo Vittar.
Salete Campari durante Parada LGBT+ neste domingo (19) — Foto: Celso Tavares/g1
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Parada do Orgulho LGBT+ volta à Paulista após dois anos online
Segurança
Mais de 2 mil policiais militares, com o apoio de 254 viaturas, além de 287 guardas civis metropolitanos, foram envolvidos no patrulhamento do evento na Avenida Paulista.
Keila Simpson, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) — Foto: Celso Tavares/g1
De acordo com o Comando de Policiamento da Capital (CPC), as equipes foram distribuídas também por locais de grande concentração próximos ao evento, como as ruas da Consolação e na Praça Roosevelt, onde acontece a dispersão dos participantes.
Renata Peron durante a 26º Parada LGBT+ neste domingo (19) — Foto: Celso Tavares/g1
A analista de crédito Magna soares, 27, e o técnico de enfermagem Júlio Vitor, 20, durante a Parada LGBT+ — Foto: Celso Tavares/g1
Economia
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, a capital está com 80% da rede hoteleira ocupada por conta da Parada, que representa um movimento da economia da cidade em torno de R$ 400 milhões.
Um estudo do Observatório de Indicadores da Cidade de São Paulo demonstra que cada turista LGBT gasta, em média, R$ 1.600 por dia antes, durante e depois da Parada.
As amigas Karla Bruna, 38, Nicoly Reis, 35, e Mara Oliveira, 26, durante a Parada LGBT+ — Foto: Celso Tavares/g1
Serviço
- Data: domingo (19)
- Concentração: Avenida Paulista, a partir das 10h
- Início: 12h
- Trajeto: Av. Paulista, R. da Consolação e Praça Roosevelt
Eduardo Suplicy na 26ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ — Foto: Celso Tavares/g1
Público se concentra no vão do Masp para Parada do Orgulho LGBT+ neste domingo (19) — Foto: Cléber Cândido/TV Globo
Tema da 26ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo — Foto: Divulgação/ParadaSP
Fonte: G1