Foliões do bloco do Baixo Augusta lotam Vale do Anhangabaú, no Centro de SP

Apesar de não oficializar os cortejos, prefeitura disse que blocos não estão proibidos e que orientação é para não coibir ou reprimir foliões.


Foliões lotam centro de SP no bloco Baixo Augusta

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Foliões lotaram o Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo, na tarde deste domingo (24) para curtir o bloco Baixo Augusta no carnaval fora de época na cidade. A folia não oficial acontece dois anos após ser interrompida devido à pandemia de Covid-19.

A rainha do bloco é a atriz Alessandra Negrini que usou a fantasia de “rainha dos espelhos”, que remete ao poder e à simbologia dos espelhos, um sinal de sabedoria, conhecimento e iluminação nas tradições orientais.

Vale do Anhangabaú em noite de folia do Baixo Augusta — Foto: Gabriel de Campos/g1

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A única reclamação do público foi a demora para comprar bebida, já que enfrentaram filas enormes para adquirir os produtos. Pelo menos 15 pontos estavam autorizados à venda de bebidas no local.

Fila para compra de bebida — Foto: Gabriel de Campos/g1

Fila para compra de bebida — Foto: Gabriel de Campos/g1

Grande parte do público usava pinturas corporais ou adereços carnavalescos para aproveitar a folia na região, incluindo festividades no Viaduto do Chá, próximo à sede da Prefeitura da capital.

Público junto ao palco montado pelo bloco no Vale do Anhangabaú — Foto: Gabriel de Campos/g1

Público junto ao palco montado pelo bloco no Vale do Anhangabaú — Foto: Gabriel de Campos/g1https://edd097c933769accc9bfe5893bd68b2e.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Um palco foi montado pelo bloco na região central do Anhangabaú. Por volta das 16h, Mariana Aydar estava no palco.

Baixo Augusta lota centro de SP — Foto: Gabriel de Campos/g1

Baixo Augusta lota centro de SP — Foto: Gabriel de Campos/g1

Estrutura montada no Anhangabaú para abrigar a folia de domingo de carnaval fora de época — Foto: Gabriel de Campos/g1

Estrutura montada no Anhangabaú para abrigar a folia de domingo de carnaval fora de época — Foto: Gabriel de Campos/g1https://edd097c933769accc9bfe5893bd68b2e.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Pela manhã, a orquestra de sopros da Espetacular Charanga do França voltou a ecoar pelas ruas de Santa Cecília, no Centro de São Paulo, depois de dois anos também. Os foliões se concentraram às 9h em frente a loja Conceição Discos, na Rua Imaculada Conceição.

Em ritmo de bandinha de carnaval, a banda animou os foliões, além das músicas autorais do Charanga, com Baile de Favela, Don’t Stop ‘Til You Get Enough (Michael Jackson), sucessos do Raça Negra e até Vassourinhas, hino do frevo e do carnaval de Recife.

Charanga do França monta barraca com quitutes para arrecadar dinheiro para organização — Foto: Patrícia Figueiredo/g1

Charanga do França monta barraca com quitutes para arrecadar dinheiro para organização — Foto: Patrícia Figueiredo/g1

Ao longo da pandemia, o bloco realizou dezenas de lives, campanhas de arrecadação e festas privadas para manter os custos de suas atividades. Neste domingo, os organizadores montaram uma barraca com quitutes, como pão de queijo com pernil, para arrecadar recursos para o grupo.https://edd097c933769accc9bfe5893bd68b2e.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Neste sábado (23), a reportagem também acompanhou blocos que, sem investimentos financeiros e logísticos da administração pública municipal, pediram a contribuição dos foliões, por meio de PIX (um tipo de transferência bancária), para alugar banheiros químicos e garantir a limpeza das ruas.

Bianca Chaer, de 30 anos, mora em Boston, nos Estados Unidos, e participou de seu primeiro carnaval em cinco anos. “Considerando que é um carnaval fora de época, acho que está bom. Ninguém sabia como ia ser e acho que está ótimo, foi legal que a prefeitura não mandou reprimir” (leia mais abaixo sobre imbróglio com blocos).

Idealizada pelo músico Thiago França, o bloco inicialmente era um baile de pré-carnaval. Em 2015 começou a sair como cortejo, a partir da loja Conceição Discos, e em dois anos já se tornou um bloco de médio porte.

Folião à vontade no bloco Charanga do França, em Santa Cecília, neste domingo, 24 de abril — Foto: Tiago Aguiar/g1

Folião à vontade no bloco Charanga do França, em Santa Cecília, neste domingo, 24 de abril — Foto: Tiago Aguiar/g1https://edd097c933769accc9bfe5893bd68b2e.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Cortejos começaram na quinta

Os cortejos de blocos de rua começaram na quinta-feira (21), feriado de Tiradentes, em São Paulo. A TV Globo registrou a presença de blocos carnavalescos na cidade durante a semana. Um deles, o Bloco Saia de Chita, estava na Praça Rio dos Campos, na Pompéia, Zona Oeste da capital. Foliões fantasiados se divertiam pacificamente.

Conforme o g1 adiantou no início da semana, pelo menos 50 blocos de rua haviam demonstrado interesse em desfilar na cidade, contrariando a orientação da prefeitura.

Blusa do Charanga do França com a frase 'carnaval é um direito', em cortejo neste domingo, 24 de abril — Foto: Tiago Aguiar/g1

Blusa do Charanga do França com a frase ‘carnaval é um direito’, em cortejo neste domingo, 24 de abril — Foto: Tiago Aguiar/g1

Em janeiro, a prefeitura chegou a anunciar o cancelamento do carnaval de rua alegando que não tinha tempo suficiente para organizar cortejos relâmpagos com a estrutura necessária para o atendimento dos foliões. A administração chegou a informar ainda que os blocos que quisessem sair no feriado de Tiradentes procurassem as subprefeituras. Elas dariam apoio ao desfile, realizando as limpezas das ruas depois da folia.https://edd097c933769accc9bfe5893bd68b2e.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Apesar de Ricardo Nunes ter dito que, mesmo sem autorização, não proibiria os blocos de rua de desfilarem na capital, os organizadores desses grupos decidiram realizar os festejos sem comunicar as autoridades. No dia 13 de abril, o prefeito disse que havia afirmado que “jamais usaria a força” contra manifestações culturais na cidade de São Paulo.

Rapaz se fantasia de embalagem de Viagra em bloco de rua na Zona Oeste de SP, neste sábado (23) — Foto: Isabel Seta/g1

Rapaz se fantasia de embalagem de Viagra em bloco de rua na Zona Oeste de SP, neste sábado (23) — Foto: Isabel Seta/g1

Os organizadores do bloco, no entanto, temem represálias por parte das autoridades e repressão pelas forças de segurança da cidade, a Guarda Civil Municipal, e do estado, a Policia Militar (PM). Até a última atualização desta reportagem nenhuma ocorrência envolvendo blocos de rua havia sido registrada pela GCM ou PM.https://edd097c933769accc9bfe5893bd68b2e.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

O g1 apurou que a estratégia usada por alguns blocos é a de não divulgar o endereço dos cortejos previamente para não atrair grande número de foliões e também para impedir que o Poder Público impugne os desfiles com liminares judiciais, ou com o auxílio da GCM e da Polícia Militar.

Durante os desfiles das escolas de samba no sambódromo, Nunes afirmou que não houve queda de braço entre a Prefeitura e os organizadores de blocos de rua da cidade, que insistiram em desfilar nas ruas da capital neste feriado de Tiradentes.

“Não teve queda de braço não [com os blocos]. Tem aperto de mão e beijinho. Os grande blocos foram muito conscientes e aceitaram o apelo da prefeitura. O que a gente está tendo são pequenos movimentos nos bairros, sem nenhum problema até agora. Altamente natural, o que mostra uma responsabilidade maior ainda [dos blocos]”, disse o prefeito, nesta sexta-feira (22).

Por causa do impasse com o Poder Público em relação aos desfiles, alguns blocos vão trocar os desfiles de rua por festas em lugares fechados, como é o caso do Baixo Augusta, que vai se apresentar no Novo Vale do Anhangabaú no domingo (24), ou o Bangalafumenga e o Tarado Ni Você, que vão se apresentar no Komplexo Tempo, na Mooca, no sábado (30), com cobrança de ingresso.

Fonte: G1

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