Estudante morre e mulher é baleada após PM de folga reagir a assalto no Centro de SP; suspeito do roubo e agente foram presos

Segundo a Polícia Civil, policial militar atirou três vezes e atingiu o suspeito, que foi preso, matou Ingrid Reis Santos e baleou outra jovem. As duas passavam pelo local na noite de segunda (11), na Rua Vitória, na esquina com a Avenida Rio Branco. Agente foi indiciado e detido por homicídio culposo, sem intenção de matar.


Ingrid Reis Santos tinha 21 anos quando foi baleada e morta por um PM de folga, segundo a Polícia Civil. Agente havia reagido a tentativa de assalto e fez 3 disparos: a jovem foi baleada e morreu; outra mulher foi ferida e suspeito também foi atingido — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal e TV Globo

Ingrid Reis Santos tinha 21 anos quando foi baleada e morta por um PM de folga, segundo a Polícia Civil. Agente havia reagido a tentativa de assalto e fez 3 disparos: a jovem foi baleada e morreu; outra mulher foi ferida e suspeito também foi atingido — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal e TV Globohttps://0a06d363cae4aaa21195c67965de2e8d.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Uma estudante de 21 anos morreu baleada e uma jovem de 19 anos foi atingida por um tiro após um policial militar de folga e sem uniforme atirar contra um suspeito ao reagir a uma tentativa de assalto na noite de segunda-feira (11) no Centro de São Paulo. As duas jovens teriam sido vítimas de balas perdidas.

O suspeito do roubo ao agente da Polícia Militar (PM) foi baleado nas nádegas, e acabou preso pela Polícia Civil. Daniel Ventura de Lima tem 19 anos e usava uma arma falsa, que foi apreendida, segundo a investigação.

O agente Carlos Eduardo da Silva Filho tem 23 anos e é tenente da PM. Ele também foi detido em flagrante e indiciado por homicídio culposo, aquele no qual não há a intenção de matar, pela morte de Ingrid Reis Santos. A arma dele também foi recolhida para ser periciada.https://0a06d363cae4aaa21195c67965de2e8d.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Os representantes, familiares ou advogados dos citados não foram localizados pelo g1 para comentarem o assunto até a última atualização desta reportagem.

Vídeo gravou reação do PM

Vídeo mostra quando PM reage a assalto no Centro de SP; tiros atingem suspeito e duas mulheres, matando uma delas

Vídeo mostra quando PM reage a assalto no Centro de SP; tiros atingem suspeito e duas mulheres, matando uma delas

Vídeo gravado por testemunhas mostra a ação do PM reagindo ao assalto. As imagens estão sendo analisadas pela Polícia Civil (veja abaixo).

Ingrid e a outra vítima passavam pela calçada da Rua Vitória, próximo à Avenida Rio Branco, quando foram atingidas pelos tiros. De acordo com a investigação policial, o PM sacou a arma e fez três disparos quando foi abordado pelo assaltante. Ele atirou no suspeito, mas também baleou a jovem que morreu e outra mulher, que sobreviveu.https://0a06d363cae4aaa21195c67965de2e8d.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

As duas mulheres foram vítimas de balas perdidas, segundo a investigação, mas como a morte de Ingrid ocorreu após intervenção policial, além do indiciamento do PM por homicídio culposo, a Polícia Civil ainda arbitrou uma fiança de R$ 10 mil para o policial militar responder ao crime em liberdade. Mas até a última atualização desta reportagem não havia confirmação se ele pagou o valor e se foi solto.

Ingrid foi atingida no peito. Ela morreu no local. A outra mulher baleada foi socorrida por uma ambulância e acabou levada com um ferimento na barriga até o Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia. Procurada pela reportagem, a Santa Casa informou que não divulga dados de pacientes sem a autorização da família.

O pai de Ingrid é dono de um bar perto do local onde ela foi morta. A família também mora na região central. Testemunhas contaram à reportagem que a estudante tinha ido pegar uma chave no estabelecimento e estava a caminho do curso que frequenta à noite quando foi baleada. Nesta terça-feira (12) o bar não abriu. Estava com cartazes onde se lia “luto”.

O que diz o PM

Policial reage a arrastão no Centro de SP e tiroteio deixa estudante morta — Foto: Reprodução / TV Globo

Policial reage a arrastão no Centro de SP e tiroteio deixa estudante morta — Foto: Reprodução / TV Globohttps://0a06d363cae4aaa21195c67965de2e8d.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Foram feitos dois boletins de ocorrência sobre o caso que envolveu a tentativa de roubo e a morte de Ingrid. O primeiro foi registrado como tentativa de assalto no 2º Distrito Policial (DP), Bom Retiro. O segundo foi feito como resistência, homicídio e lesão corporal culposos e roubo no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

No 2º DP, o suspeito pelo roubo foi indiciado e, ainda segundo o documento, o policial militar agiu em legítima defesa ao atirar.

Nesse boletim de ocorrência, o policial militar contou à Polícia Civil que estava em sua moto e atirou três vezes na direção do criminoso armado que o abordou no semáforo. Em seguida, o agente disse que ele e o assaltante entraram em luta corporal e o bandido fugiu. Mas que conseguiu pegar a arma que ele usava e descobriu que ela era falsa. Depois, o suspeito foi preso na Santa Casa, onde tinha ido buscar atendimento médico depois de ter sido baleado.

Mas pelo fato de a morte de Ingrid ter ocorrido após a ação de um policial, o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa passou a investigar as causas e eventuais responsabilidades pela morte dela. Levado a essa delegacia, o policial militar se recusou a responder as perguntas do interrogatório. Depois o agente acabou preso em flagrante por homicídio culposo.https://0a06d363cae4aaa21195c67965de2e8d.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Pela lei, o delegado responsável pelo indiciamento do PM ainda arbitrou uma fiança. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do agente para comentar o assunto e saber se ele continuava detido.

Ingrid Reis Santos tinha 21 anos quando foi baleada e morta por um PM de folga, segundo a Polícia Civil de São Paulo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Ingrid Reis Santos tinha 21 anos quando foi baleada e morta por um PM de folga, segundo a Polícia Civil de São Paulo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Caso começou com arrastão

Ainda de acordo com o registro do 2º DP, uma testemunha contou que tinha sido vítima também de uma tentativa de assalto na mesma rua e horário onde o PM reagiu ao roubo. O homem falou que estava em seu carro quando um jovem não identificado se aproximou da janela e tentou levar seu celular, mas não conseguiu. Em seguida, a testemunha falou que ouviu disparos.https://0a06d363cae4aaa21195c67965de2e8d.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

A polícia investiga se esse motorista do carro estava sendo vítima de outro roubo. E se quem tentou assaltá-lo seria um comparsa do suspeito detido após ser baleado pelo PM.

Procurada para comentar o assunto, a Polícia Militar informou por meio de nota, divulgada nesta terça-feira (12) por sua assessoria de imprensa, que outro criminoso fugiu. Inicialmente policiais militares haviam dito à reportagem que o que ocorreu na região tinha sido um arrastão.

“A Polícia Militar esclarece que o fato está ainda sob registro no DHPP onde um policial teria sido vítima de roubo, baleado um dos criminosos que foi preso, uma mulher ferida e outra morreu no local. Um outro criminoso teria fugido. Após o término do registro poderemos passar dados concretos sobre o fato”, informa o comunicado da corporação.

Fonte: G1

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