Andor Stern, único brasileiro sobrevivente do Holocausto, morre em SP aos 94 anos
Andor Stern era judeu e nasceu em São Paulo em 1928 e sobreviveu aos campos de concentração de Auschwitz e Dachau durante a Segunda Guerra Mundial.
Andor Stern em visita ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia — Foto: Arquivo pessoalhttps://0b6229c66e09bd0c4f1b3ee493947dc6.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Considerado o único brasileiro nato sobrevivente do Holocausto na Alemanha, Andor Stern morreu nesta quinta-feira (7) em São Paulo.
Segundo um comunicado publicado pelos familiares, Stern morreu em casa. A causa do óbito não foi informada. O velório e o enterro ocorreram na tarde desta quinta no Cemitério Israelita do Embu.
Andor Stern relembra o dia em que foi libertado e se emocionahttps://0b6229c66e09bd0c4f1b3ee493947dc6.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Stern nasceu em São Paulo em 1928, de pais imigrantes, e se mudou para a Hungria, terra natal de seu pai, ainda criança. Na Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil se juntou aos países aliados (inimigos do Eixo, então liderado pela Alemanha, e do qual a Hungria fazia parte), Stern foi detido pelas autoridades húngaras por ser brasileiro.
Pouco depois, com a posterior ocupação nazista da Hungria, sua família toda, com exceção do pai, que se separara da mãe e fora embora do país em 1938, foi transportada até Auschwitz em um mesmo trem, em 1944. Perseguidos por serem judeus, eles foram separados na chegada ao campo de concentração. Seus avós, seu tio e sua tia, que estava grávida, foram mortos em câmaras de gás no campo.
Stern também passou pelo campo de concentração de Dachau, até que, no final de abril de 1945, o local foi libertado pelo Exército dos Estados Unidos.
Andor Stern, sobrevivente do Holocausto, conta sua história
Andor Stern deixou cinco filhos, além de netos e bisnetos. Em nota, sua família agradeceu as mensagens de suporte recebidas por conta da morte.
“Nossa família agradece desde já por todas as mensagens de apoio e palavras de carinho. Andor dedicou grande parte de seu tempo às suas palestras sobre o Holocausto, ensinando os horrores do período para que não se neguem nem se repitam, e motivando as pessoas a valorizarem e agradecerem à vida e à liberdade. O carinho de vocês sempre foi muito importante para ele”, disseram os familiares.
Fonte: G1