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Liga-SP sugere que desfiles de carnaval tenham uso de máscara, redução de integrantes e passaporte da vacina no Anhembi

Em reunião com a Prefeitura de SP, a Liga-SP também se comprometeu em diminuir o número de integrantes por escolas de 2.000 para 1.500, e também restringir o público no Sambódromo do Anhembi a 70% da capacidade total. Decisão final sobre protocolos será anunciada na quinta (20).


Desfile da Águia de Ouro no 2º dia de carnaval no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, em 2018 — Foto:  Ardilhes Moreira/G1

Desfile da Águia de Ouro no 2º dia de carnaval no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, em 2018 — Foto: Ardilhes Moreira/G1

A Liga das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP) apresentou nesta segunda-feira (17) uma proposta de protocolo sanitário para que os desfiles de carnaval em 2022, no Sambódromo do Anhembi, aconteçam com uso obrigatório de máscara, apresentação do passaporte da vacina e redução do número de integrantes em todas as agremiações.

A entidade se reuniu durante a tarde com membros da Secretaria Municipal de Saúde da cidade, da Secretaria de Cultura e da Vigilância Sanitária da capital paulista. O objetivo do encontro foi justamente discutir protocolos sanitários para que os desfiles desse ano possam acontecer, em meio ao crescimento dos casos de Covid-19 na capital paulista e o cancelamento do carnaval de rua.

Na reunião, a Liga-SP se comprometeu diminuir o número de integrantes por escolas de 2.000 para 1.500 nos desfiles de 2022 e também restringir o público no Sambódromo do Anhembi a 70% da capacidade total, como sugerem as novas diretrizes para eventos públicos, culturais e esportivos do governo de São Paulo, anunciadas na semana passada.

A secretária municipal de Cultura, Aline Torres, que participou da reunião, confirmou a proposta da Liga-SP e disse que os protocolos sugeridos pelas escolas de samba foram muito bem aceitas pelas autoridades municipais, mas uma resposta final será anunciada apenas na quinta-feira (20), depois de um segundo encontro do grupo, previsto para quarta-feira (19).

Reunião da Liga das Escolas de Samba de SP (Liga-SP) com representantes da Prefeitura de SP, sobre o carnaval 2022. — Foto: Reprodução

Reunião da Liga das Escolas de Samba de SP (Liga-SP) com representantes da Prefeitura de SP, sobre o carnaval 2022. — Foto: Reprodução

Caso os protocolos sejam aceitos pelas autoridades sanitárias da cidade, os desfiles de carnaval no Anhembi devem acontecer nos dias 25, 26, 27 e 28 de fevereiro, como já estava previsto no calendário de eventos da cidade para 2022.

Para os desfiles da União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP), que reúne as escolas do grupo de acesso e se apresentam em alguns bairros da cidade, a principal mudança é que os desfiles devem acontecer ou no sambódromo do Anhembi ou em Interlagos e não mais nas ruas, como antes.

Cancelamento do carnaval de rua em SP

Prefeito Ricardo Nunes anuncia cancelamento do Carnaval de Rua de SP em 2022

Prefeito Ricardo Nunes anuncia cancelamento do Carnaval de Rua de SP em 2022

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou em 6 de janeiro o cancelamento do carnaval de rua de São Paulo em 2022 por causa do avanço da Covid-19 na cidade, após a chegada da variante ômicron.

Apesar do cancelamento, Nunes manteve os desfiles das escolas de samba de SP no Sambódromo do Anhembi, se a Liga aceitar os protocolos sanitários que serão determinados.

“Por conta da situação epidemiológica, está cancelado o Carnaval de Rua de SP. Nós vamos sentar com a Liga das Escolas de Samba para combinar um protocolo para a realização dos desfiles no sambódromo. Caso eles aceitem os protocolos, os desfiles serão mantidos”, disse o prefeito Ricardo Nunes.

Prefeitura de SP cancela carnaval de rua em SP — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

Prefeitura de SP cancela carnaval de rua em SP — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

Segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, os protocolos ainda não foram definidos, mas serão norteados com as exigências da vigilância sanitária da cidade, em parceria com a Liga-SP.

“Nós vamos sentar com a Liga das Escolas de Samba para estabelecer esses protocolos de acordo com as exigências da Vigilância Sanitária. Nossa preocupação não é apenas com os desfiles, mas também com as aglomerações nos ensaios”, afirmou Aparecido.

A decisão do prefeito foi tomada após uma reunião com representantes da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que apresentaram um estudo sobre o comportamento da Covid-19 na cidade nos últimos meses. A partir do estudo, Nunes decidiu cancelar os festejos de rua na cidade.

A solução é similar à anunciada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, que manteve os desfiles na Marquês de Sapucaí, mas cancelou a saída dos blocos de rua na capital fluminense.

Prefeitura cancela Carnaval de rua de São Paulo

Prefeitura cancela Carnaval de rua de São Paulo

Reunião com as escolas de samba

Segundo Nunes, a reunião com as escolas de samba deve ocorrer na próxima semana, já com a definição dos protocolos sanitários para a realização dos desfiles.

Por meio de nota, a Liga-SP afirmou que tem “completa disposição em acatar toda e qualquer recomendação das autoridades de saúde para um Carnaval SP 2022 seguro”.

“Para que os Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo aconteçam de forma grandiosa, como tem sido nos últimos anos, nosso principal recurso é humano. A prioridade da Liga-SP sempre foi e continuará sendo preservar vidas e garantir um ambiente seguro para os profissionais do Carnaval e para os sambistas, seja na pista de desfile ou nas arquibancadas do Anhembi”, disse a entidade.

Integrantes da escola de samba Unidos do Peruche participam de ensaio técnico para o desfile da agremiação no Carnaval 2020, no Sambódromo do Anhembi, na região norte de São Paulo, na noite deste sábado. — Foto:  BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Integrantes da escola de samba Unidos do Peruche participam de ensaio técnico para o desfile da agremiação no Carnaval 2020, no Sambódromo do Anhembi, na região norte de São Paulo, na noite deste sábado. — Foto: BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Recomendações da Vigilância Sanitária de SP

  • Intensificação da vacinação e doses de reforço contra a Covid-19;
  • Manter o uso obrigatório de máscaras na comunidade, bem como demais medidas não farmacológicas;
  • Higienizar as mãos;
  • Etiqueta respiratória;
  • Que seja evitada qualquer tipo de aglomeração onde não se possa ter controle sanitário seguro;
  • Cancelamento de todas as atividades relacionadas ao carnaval de rua 2022 na capital, bem como atividades que não tenham controle sanitário.

Aparecido também afirmou nesta quinta (6) que, por causa da alta dos casos de gripe e Covid-19, o passaporte da vacina será exigido na cidade de SP em todos os eventos, independentemente do número de participantes (veja mais detalhes aqui).

Painel com recomendações do comitê de saúde da cidade de São Paulo apresentado em reunião com prefeito realizada nesta quinta-feira (6) — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

Painel com recomendações do comitê de saúde da cidade de São Paulo apresentado em reunião com prefeito realizada nesta quinta-feira (6) — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

Aumento das contaminações

Segundo o representante da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) presente na reunião, Luiz Arthur Vieira Caldeira, a cidade pode ter neste momento o dobro de casos positivos de contaminação por Covid-19 e síndrome gripal do que no pico na segunda onda, em março e abril de 2021.

“Há uma pressão na porta de entrada das unidades básicas de saúde desde a segunda semana de dezembro com síndrome gripal. Em 60%, 70% dos casos, há indícios de que seja Covid, o que indica um rebote da doença. A Covid voltou e voltou com tudo”, afirmou Caldeira.

“Neste momento, os pacientes com sintomas gripais, quer seja de Covid, gripe ou outros vírus, já representam o dobro de casos que tinham no pico da P1, em março, abril de 2021. Logicamente que não se compara com os casos de gravidade. São muito menos graves agora. São número de contaminados, não necessariamente de doentes”, explicou. 

Gráfico da vigilância em saúde sobre possíveis casos de Covid-19 e Síndrome Gripal na capital paulista — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

Gráfico da vigilância em saúde sobre possíveis casos de Covid-19 e Síndrome Gripal na capital paulista — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

Com o cancelamento dos desfiles dos blocos de rua, a Ambev, que foi escolhida como empresa patrocinadora do carnaval de rua em 2022, deixará de pagar à cidade R$ 23 milhões estipulados no contrato de patrocínio assinado no ano passado.

O montante ainda não havia sido recolhido aos cofres da cidade por causa da indefinição do evento desde o final de 2021.

250 blocos cancelam participação

Na quarta (5), três entidades de blocos de rua de São Paulo publicaram um manifesto público em que cancelam a participação de cerca de 250 blocos no carnaval de rua da cidade e dizem que não aceitam participar de eventos fechados no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul, como estava sendo estudado.

No documento denominado “Te Amo São Paulo, mas não vou fazer seu Carnaval…”, as entidades do setor afirmam que “os blocos participantes dos Coletivos, em sua grande maioria, comunicam que não sairão às ruas neste Carnaval de 2022, mesmo que a festa seja autorizada” pela gestão municipal.

O manifesto dos blocos foi assinado pelo Fórum de Blocos de Carnaval de Rua de São Paulo, pela União dos Blocos de Carnaval de Rua do Estado (UBCRESP) e pela Comissão Feminina de Carnaval de SP. Essas entidades representam blocos tradicionais da cidade como Acadêmicos da Cerca Frango, Jegue Elétrico, Bloco do Abrava, Me Lembra Que Eu Vou, Sanatório Geral, Bloco Gambiarra, entre outros.

Definições sobre carnaval em São Paulo devem sair esta quinta-feira

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O grupo afirmou que “é obrigação do Poder Público ser rigoroso na observância das regras sanitárias em todos os eventos que já acontecem e vão acontecer na Cidade de São Paulo” e não aceitam alternativas que não seja a de preservar a vida dos paulistanos.

“Todos concordamos que o Carnaval não deixará de ser comemorado, inclusive por Blocos que assim desejarem, mas esperamos que cada grupo ou cidadão que queira celebrar a vida, o faça pensando na melhor forma de preservar a vida! (…) Não admitimos a hipótese de se realizar um evento de ‘Carnaval de Rua’ em lugares contidos, ao ar livre, como o Autódromo de Interlagos, Memorial da América Latina, Jockey Club, Sambódromo e outros. Isso é alternativa do setor privado”, afirmou o documento (veja íntegra aqui).

A carta dos blocos se antecipou à decisão da Prefeitura de São Paulo de cancelar ou não o carnaval de rua da cidade, como já aconteceu no Rio de Janeiro, em Salvador e Olinda.

Prefeitura cancela o carnaval de rua e mantém desfiles na Sapucaí

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Fonte: G1

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