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Veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista de Tabata Amaral para O Assunto

Por g1 SP, TV Globo, CBN, O Globo e Valor

Tabata Amaral (PSB), candidata à Prefeitura de São Paulo, durante entrevista ao g1 em São Paulo — Foto: Fábio Tito/g1

Tabata Amaral (PSB), candidata à Prefeitura de São Paulo, durante entrevista ao g1 em São Paulo — Foto: Fábio Tito/g1

A deputada federal Tabata Amaral, candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSB, foi a primeira entrevistada da série do g1 com os candidatos à Prefeitura de São Paulo.

As entrevistas são realizadas ao vivo pelo podcast O Assunto com transmissão no site, além do YouTube e TikTok.

A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações da candidata. Leia:

“Eu tenho a menor rejeição e ela caiu no último ano.”

 

Não é bem assim — Foto: g1

Não é bem assim — Foto: g1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: De acordo com o levantamento mais recente do Datafolha, realizado em julho, a deputada federal Tabata Amaral tem 16% de rejeição, a menor entre os principais pré-candidatos — Boulos (33%), Marçal (29%), Nunes (24%), Datena (22%), Kataguiri (22%), Pimenta (18%), e Altino (17%). No entanto, Marina Helena (12%), Fantauzzi (12%) e Senese (10%) têm porcentagens de rejeição menores que a candidata do PSB.

Em comparação ao último ano, a rejeição de Tabata Amaral realmente caiu. Ainda segundo o Datafolha, em 2023, o número era de 23%, uma queda de 7% em comparação ao patamar alcançado na pesquisa mais recente.

Tabata Amaral é conhecida por 56% do eleitorado. Neste grupo, 14% a conhecem muito bem, 19% um pouco, e 23% só de ouvir falar.

“Hoje, eu tenho uma intenção de votos maior na classe E do que na classe A.”

 

Não é bem assim — Foto: g1

Não é bem assim — Foto: g1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: Segundo a pesquisa mais recente do Datafolha, realizada em julho, na parcela com renda familiar acima de cinco salários mínimos, que abrange as classes A e B, Tabata tem 3% de intenção de voto. Já entre os eleitores que recebem menos de dois salários mínimos, a classe E, a porcentagem cai para 1%.

A equipe de Tabata diz, no entanto, que tem uma pesquisa própria que separou as classes A e B. Nesse segmento dessa pesquisa em específico, que não foi compartilhada com a equipe do Fato ou Fake, a pré-candidata teria melhor desempenho na classe E.

As pesquisas eleitorais divulgadas até agora não separam as classes A e B.

“O número que a gente conseguiu chegar mais próximo foi de 500 mil pessoas aguardando algum atendimento [na rede municipal de saúde].”

 

selo fato  — Foto: g1

selo fato — Foto: g1

A declaração é #FATO. Veja por quê: Um levantamento do Bom Dia SP, via Lei de Acesso à Informação (LAI), mostrou, em janeiro deste ano, que a cidade de São Paulo tinha ao menos 445 mil pessoas à espera de um exame na rede pública municipal de saúde. O número significa aumento de 52,4% em relação a 2022, quando 292.200 pessoas estavam na mesma fila.

Em junho de 2023, quase 500 mil pessoas estavam à espera para serem submetidas a algum tipo de exame na rede municipal de São Paulo. Era o que mostravam os dados via LAI, em 3 de maio do ano passado.

O levantamento apontava que o exame que tinha a maior fila de espera era a ultrassonografia transvaginal, com 57.172 pessoas, na época.

“A gente fala do absurdo que é você ter em São Paulo uma diferença de expectativa de vida de 20 anos, a depender de onde você nasce.”

 

selo fato  — Foto: g1

selo fato — Foto: g1

A declaração é #FATO. Veja por quê: Um morador dos Jardins, área nobre da Zona Oeste de São Paulo, vive cerca de 21 anos a mais do que quem mora no Iguatemi, Zona Leste da capital. Segundo dados da Secretaria Municipal e da Rede Nossa São Paulo, isso se deve à diferença de idade média de vida ao morrer, resultado da desigualdade social e de acesso a serviços de saúde entre os distritos da capital.

Apesar de Tabata falar em expectativa de vida, ela está falando da idade média de vida ao morrer. A expectativa de vida ao nascer, também chamada de esperança de vida, é o número médio de anos que a população de um país pode esperar viver, caso sejam mantidas as mesmas condições de vida vivenciadas no momento do nascimento.

Trata-se de uma projeção usada para calcular o Índice de Desenvolvimento Humano. Já a idade média ao morrer é obtida a partir da divisão da soma das idades ao morrer pelo total de óbitos por todas as idades, ocorridos em determinado ano e localidade.

“A Tabata escreveu e aprovou o Pé de Meia, que está mudando a vida de 3 milhões de jovens”

 

selo fato  — Foto: g1

selo fato — Foto: g1

A declaração é #FATO. Veja por quê: O MEC anunciou R$ 8 bilhões previstos em 2024 para o programa Pé de Meia, voltado para 2,7 milhões de estudantes. Tabata Amaral é a autora do projeto de lei nº 14.818, de 16 de janeiro de 2024.

Houve o anúncio do MEC para expansão do programa para acrescentar mais um milhão de estudantes, e incluir os alunos do EJA. O programa é focado em alunos do ensino médio público cuja família esteja inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e tenha renda per capita de até meio salário mínimo.

O objetivo é combater a evasão escolar no Ensino Médio. Segundo o MEC, 39% dos estudantes da rede são elegíveis ao Pé de Meia. Cada um recebe até R$ 9.200 até terminar os estudos, e exige a frequência do aluno em mais de 80% das aulas durante o mês. O lançamento do programa Pé de Meia foi em novembro/2023. O montante será depositado automaticamente em uma conta da Caixa Federal que possua o CPF do aluno.

“A gente tem hoje 38% de alfabetização na idade certa.”

 

selo fato  — Foto: g1

selo fato — Foto: g1

A declaração é #FATO. Veja por quê: Apenas 37,9% das crianças do 2º ano do ensino fundamental da rede municipal da cidade de São Paulo estão alfabetizadas, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A cidade está abaixo da média do Brasil, que é de 56%.

A cidade não bateu a meta deste ano, que era de 44,37%. A meta de 2030 é de 80%, segundo as ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), da ONU. É considerada alfabetizada uma criança que, nessa etapa, é capaz de ler textos curtos e

“A Justiça vai dizer se ele [Ricardo Nunes] é culpado ou não dos inúmeros processos que ele responde, de violência doméstica a envolvimento com a máfia das creches. Não é meu papel dizer isso.

 

Não é bem assim — Foto: g1

Não é bem assim — Foto: g1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: Nunes é considerado investigado no caso da “máfia das creches” e existiu um boletim de ocorrência contra ele por violência doméstica em 2011, mas o prefeito não foi indiciado ou processado em nenhum dos casos.

Em relatório finalizado em julho deste ano, a Polícia Federal apontou a necessidade de continuidade das investigações sobre o atual prefeito Ricardo Nunes, suspeito de lavagem de dinheiro no esquema da “máfia das creches” por meio de uma empresa de dedetização da sua família. A PF já indiciou 116 pessoas. Nunes não faz parte desse grupo.

Sobre o segundo caso citado por Tabata Amaral, a atual esposa de Ricardo Nunes, Regina Carnovale Nunes, registrou, em 2011, um boletim de ocorrência contra ele por violência doméstica, ameaça e injúria. A informação foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública nesta segunda-feira (5).

“O caso em questão foi registrado pela 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, em fevereiro de 2011. Na ocasião, a vítima compareceu na unidade especializada para comunicar os fatos e a ocorrência foi encaminhada à Delegacia de Embu Guaçu, responsável pela área dos fatos. Contudo, havia necessidade de representação contra o autor, o que a vítima não fez”, diz a nota da SSP.

Em 2020, Regina admitiu à Folha de SP que fez o BO, mas afirmou que disse “coisas que não são reais”: “Sobre o boletim, eu estava em um momento difícil, muito sensível e acabei dizendo coisas que não são reais, tanto é que estamos juntos há mais de 20 anos, sendo que esse boletim foi feito em 2011, 9 anos atrás. Amo meu marido e vivemos com nossos filhos em perfeita harmonia”, disse Regina Nunes.

“A gente é tão ineficiente nessa gestão, que 10% das consultas médicas ficam vazias porque não são bem alocadas. E das pessoas que conseguem marcar a sua consulta, 1/3 simplesmente não comparece. Olha a perda que a gente tem por não conseguir fazer essa gestão, por não conseguir se comunicar melhor com o paciente.”

 

selo fato  — Foto: g1

selo fato — Foto: g1

A declaração é #FATO. Veja por quê: Um levantamento do Bom Dia SP, que foi ao ar no dia 24 de julho, mostrou que as faltas em consultas no SUS chegavam a 16%.

Em nota, a prefeitura da capital falou sobre as faltas dos pacientes: “De janeiro a junho deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registrou 4.301.904 consultas e 718.325 faltas pelos próprios pacientes. Comparando com o mesmo período do ano passado, a SMS informou que houve 4.241.772 consultas e 682.785 faltas”.

“Desde o ano passado, a prefeitura começou a aumentar os gastos e torrar parte desse dinheiro que estava em caixa. Tanto é que no total, a prefeitura de São Paulo no ano passado terminou no vermelho, com R$ 8 bilhões a menos, e nesse ano vai terminar no vermelho de novo.”

 

Não é bem assim  — Foto: (Foto: G1 arte)

Não é bem assim — Foto: (Foto: G1 arte)

#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: De acordo com o balanço geral de 2023, a gestão municipal terminou o ano com um déficit orçamentário de R$ 6,4 bilhões, não de R$ 8 bilhões.

“No exercício de 2023 as receitas arrecadadas totalizaram R$ 100,5 bilhões e as despesas empenhadas R$ 106,8 bilhões, resultando em um deficit orçamentário consolidado de R$ 6,4 bilhões.”

A assessoria de Tabata informou que utilizou dados do déficit primário, que ficou em R$ 8,1 bilhão.

Participaram da checagem: Carlos Henrique Dias, Cecília do Lago, Cristiane Agostine, Daniel Reis, Daniel Biassetto, Giovanna Durães, Lívia Martins, Mel Trench, Paola Patriarca e Renata Bitar.

Fonte: G1

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