Com o objetivo de resgatar olhar para o próximo, trabalho voluntário une estudantes da área da saúde em Sorocaba: ‘Salva a humanidade’


Trabalho voluntário une estudantes de medicina e enfermagem no interior de SP: ‘Resgatar o olhar para o próximo’ — Foto: Divulgação

Trabalho voluntário une estudantes de medicina e enfermagem no interior de SP: ‘Resgatar o olhar para o próximo’ — Foto: Divulgação

“Salvar a humanidade. Tanto a de nós estudantes da área da saúde como a do paciente.” É com essa frase que a estudante do 4º ano de medicina Ana Carolina Melo Stanzani resume o trabalho voluntário feito por ela e outros alunos de uma universidade de Sorocaba, no interior de São Paulo, no Dia do Voluntariado, celebrado nesta segunda-feira (28).

Segundo Ana, líder do “Pucalhaços”, grupo especializado na arte “Clown”, que tem como principal função fazer as pessoas rirem, surgiu em 2009 com alunos do curso de enfermagem da universidade. Após um tempo, o grupo cresceu e se juntou com os alunos de Medicina.

“O nosso trabalho é basicamente atuar como um grupo voluntariado, tanto em visitas internas – que são aquelas que ocorrem dentro dos hospitais -, quanto visitas externas, que são as que ocorrem em outras instituições ou comunidades”, explica.

Além dos hospitais da cidade, o Pucalhaços já visitou asilos, comunidades carentes, creches, orfanatos, ONGs e outras instituições. Trajados de palhaços, os alunos tentam melhorar o dia não só de quem está em tratamento, como também dos familiares que fazem o acompanhamento.

Salvar a humanidade

Trabalho voluntário une estudantes de medicina e enfermagem no interior de SP: ‘Resgatar o olhar para o próximo’ — Foto: Arquivo pessoal

Trabalho voluntário une estudantes de medicina e enfermagem no interior de SP: ‘Resgatar o olhar para o próximo’ — Foto: Arquivo pessoal

São nessas visitas aos pacientes que o lema de “salvar a humanidade”, citado por Ana, é colocado em prática pois, segundo ela, os alunos aprendem, tanto na faculdade de Medicina quanto na de enfermagem, coisas “sistemáticas”.

“[São] muitos protocolos e categorização das coisas, porque é o modo científico de estudar, e a gente acaba por fazer tudo no automático, tudo protocolado e acabamos esquecendo que a gente não está lidando com um prontuário, com um próximo paciente da fila. A gente está lidando com o ser humano”, diz.

Segundo a universidade, o grupo é visto como uma forma de enriquecer a formação destes estudantes, estimulando o desenvolvimento de profissionais que tratam os pacientes com um olhar mais humanizado e sensível.

“A gente acolhe muito mais fácil. A gente olha para o próximo como se fosse nós. Uma empatia realmente quase que automática. Ao longo da faculdade a gente ia perdendo isso, e salvar a humanidade dentro de nós significa resgatar o olhar para o próximo”, completa Ana Carolina.

O lema do grupo é ser “muito mais do que um simples nariz vermelho”. Por isso, o trabalho do grupo não se limita ao atendimento das crianças. “A gente está lá pelos outros palhaços também, pelas mães, pais, pela equipe do hospital. Às vezes a criança está dormindo, mas o pai que precisa ser visto, a mãe que precisa ser ouvida. O fato de a gente ouvir faz parte do processo de cura”, relata.

Trabalho voluntário une estudantes de medicina e enfermagem no interior de SP: ‘Resgatar o olhar para o próximo’ — Foto: Arquivo pessoal

Trabalho voluntário une estudantes de medicina e enfermagem no interior de SP: ‘Resgatar o olhar para o próximo’ — Foto: Arquivo pessoal

Enquanto trajam o jaleco e o nariz vermelho, os Pucalhaços buscam promover a escuta ativa que, segundo Ana, vai além de ouvir o necessário para formar um diagnóstico. “É escutar o que ele tiver para falar ali, seja um problema que aconteceu com a criança, seja uma reza, uma música, uma piada”, explica.

Para Ana, o trabalho voluntário é gratificante, a deixa “revigorada” e é uma “via de mão dupla”. “São dois lados. Tanto para nós, quanto para eles. É muito gostoso a gente entrar em uma sala que está todo mundo ‘borocoxozinho’, assim, realmente mais abalado e a gente sai de lá deixando o sorriso no roso de alguém, ou só deixar o clima mais leve quando a gente consegue”, afirma.

“É muito gostoso fazer parte do ‘Pucas’. Se voluntariar. É muito gostoso ver o bem que a gente leva para essas pessoas também. Além de todos esses benefícios que ser voluntário nos traz, tanto para a vida pessoal, quanto para a nossa própria carreira mesmo. A gente busca salvar a humanidade em todas as pessoas que a gente vê.”

Fonte: G1

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