Secretário da Segurança de SP admite falta de policiais em SP
Guilherme Derrite disse que governo paulista abriu concursos para contratar até 10 mil policiais até o fim do ano. Déficit é de 33% na Polícia Civil, 25% na Polícia Científica e 20% na PM, responsável pelo policiamento ostensivo.
Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de SP no governo Tarcísio de Freitas — Foto: TV Globo
O estado de São Paulo tem menos policiais do que o necessário para combater a criminalidade. A afirmação é do próprio governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública do estado, admite números abaixo do necessário para o policiamento na capital paulista.
Derrite afirmou à TV Globo que esse déficit acaba prejudicando o Centro da capital paulista, enquanto a população sofre com assaltos violentos. Flagrantes de roubos e furtos na região têm sido constantes.
“Nós recebemos a maior defasagem de efetivo da história, cerca de 20% de defasagem da polícia militar, 33% da Polícia Civil, 25% da Polícia Científica”, disse Derrite, que é ex-PM e deputado federal licenciado, ao se referir à tropa deixada pela gestão anterior, de João Doria (então no PSDB) e Rodrigo Garcia (PSDB).
O sindicato dos policiais civis, por exemplo, cita que há a carência de 16 mil profissionais na corporação entre delegados, investigadores e escrivães.
Segundo o político, a gestão Tarcísio deve contratar 10 mil novos policiais até o fim do ano por meio de concursos: seriam 5,7 mil PMs e 6,4 mil policiais civis. Apesar dos números, ele diz que as estatísticas criminais no Centro estão em queda.
“Na região central, nos últimos três meses, abril, maio e junho, chegamos a ter mais de 20% de redução de roubos e furtos. Nós realizamos a prisão de mais de 4.000 indivíduos na região central só neste ano”, disse, antes de criticar o poder Judiciário. “Desses 4 mil indivíduos presos, muitos foram liberados nas famosas audiências de custódia.”
Trabalho em conjunto
Derrite afirmou que o governo paulista usa da tecnologia e de acordos com as cidades, como a gestão de Ricardo Nunes (MDB) na capital, para amenizar a falta de efetivo em determinados locais.
“A falta de efetivo nos traz assim novos desafios. Para isso, especialmente para o Centro de São Paulo, a gente tá suprindo com tecnologia em todo o estado, aí entra a muralha paulista, o convênio que nós fizemos com os municípios”, disse.
Tumulto na região da Cracolândia, no Centro de SP
O acordo prevê que os governos municipais enviem à gestão estadual, por meio da SSP (Secretaria da Segurança Pública), imagens de placas de veículos roubados e veículos furtados.
Outro acordo previsto é com a Justiça, para que policiais alertem juízes por tablets quando encontrarem pessoas descumprindo determinações legais, como pessoas acompanhadas por tornozeleiras eletrônicas.
Fonte: G1