Por falta de equipamento, professor aposentado de Porto Ferreira espera há 7 dias por cirurgia em hospital de São Paulo

Hospital do Servidor Público Estadual está sem serra torácica para procedimento no coração de Luís Carlos Leme, de 63 anos. Iamspe diz que determinou atendimento em rede credenciada.

---

Professor aposentado Luís Carlos Costa Leme, de 63 anos, é morador de Porto Ferreira — Foto: Arquivo Pessoal

Por falta de uma serra torácica, um professor de matemática aposentado de Porto Ferreira (SP) aguarda há uma semana por uma cirurgia cardíaca no Hospital do Servidor Público Estadual (HPSE), em São Paulo (SP).

A família de Luís Carlos Costa Leme, de 63 anos, está preocupada com a situação e reclama da falta de previsão para a solução.

Ao g1, a assessoria do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) informou que a direção já determinou o atendimento de cirurgias cardíacas eletivas que necessitam do equipamento em rede credenciada.

Sobre o caso de Leme, disse que reforçou o pedido e pediu prioridade, mas não há prazo para a transferência. Disse ainda que adotou medidas para acelerar o recebimento do material para regularizar o atendimento. (veja abaixo o posicionamento completo).

Cirurgia de ponte de safena

Novas Instalações do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE) em São Paulo. — Foto: Alexandre Carvalho/A2img/GESP

O idoso descobriu que precisava fazer uma cirurgia de ponte safena no fim de 2022. Desde então, a família trava uma batalha contra o tempo para conseguir que o homem realize o procedimento.

“O caso dele ele tem uma artéria que está 70% obstruída, chame-se normalmente de tronco, e essa artéria que leva sangue pras demais no coração. Antes ele estava internado em Ribeirão Preto, viemos pra cá dia 10 de janeiro com a certeza que ia fazer a cirurgia e nada”, desabafou o filho do idoso, Ramon Leme.

“Chegando aqui fizeram mais exames, chegou o momento da cirurgia e não tem equipamento. E aqui estamos desde então, torcendo pra ele ficar bem”, completou.

Sem previsão

Segundo Leme, além da falta do equipamento, um outro problema enfrentado pela família é a falta de previsão para a solução.

“Eles não dão nenhuma previsão. Estão deixando seis pacientes cardíacos angustiados e ansiosos, tomando ansiolíticos para não surtar, porque dormem sem saber se vão acordar no dia seguinte, na espera de uma solução”, reclamou.

O filho de Luís Carlos também tentou que o pai fosse transferido de hospital, o que não foi feito, já que o Iamspe não faz parte da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS), do governo do Estado de São Paulo.

O que diz o hospital

Veja a nota na íntegra:

A direção do Hospital do Servidor Público Estadual (HPSE) já determinou o atendimento dos casos de cirurgias cardíacas eletivas que necessitam do uso de Serra Sagital em rede credenciada ao Iampse. Todos os pacientes internados seguem sob assistência e cuidados especializados, de acordo com o quadro clínico.

A direção da unidade ressalta que os procedimentos com esse equipamento foram realizados até o último dia 12 de janeiro, quando o equipamento adquirido em outubro de 2022 já deveria ter sido entregue. Medidas para acelerar o recebimento do material adquirido no ano passado já foram adotadas pelo hospital para regularizar o atendimento.

Por volta de 19h10, o hospital entrou em contato com a reportagem novamente afirmando que reforçou o pedido de transferência de Leme nesta segunda, pedindo urgência, mas que ainda não há prazo.

Fonte: G1