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Apesar de ordem de Moraes prever prisão, Tarcísio diz que não deteve ninguém em acampamento em SP porque desmobilização foi pacífica

Ministro do STF determinou prisão em flagrante dos acampados pelos crimes de associação criminosa, atos terroristas, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime. Grupo estava desde novembro de 2022 em frente ao Círculo Militar e à Alesp.


Governador de SP participou de cerimônia de posse do secretário da Agricultura e Abastecimento  — Foto: Reprodução/TV Globo

Governador de SP participou de cerimônia de posse do secretário da Agricultura e Abastecimento — Foto: Reprodução/TV Globo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta terça-feira (10) que a desmobilização das pessoas que estavam acampadas em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo, na Zona Sul da cidade, ocorreu sem resistência e que, por isso, ninguém foi preso.

“Ninguém foi detido porque não houve necessidade. As pessoas foram convencidas a desmobilizar, houve conversa, e prontamente nosso apelo foi atendido. Tudo ocorreu dentro do diálogo, de uma forma pacífica. Não houve resistência. Houve desmobilização imediata, não tinha por que ter prisão também.”

A declaração foi dada na saída da cerimônia de posse do secretário da Agricultura e Abastecimento, Antônio Júlio Junqueira.

A ordem do Ministro do STF, Alexandre de Moraes, entretanto, previa prisão em flagrante dos acampados pelos crimes de associação criminosa, atos terroristas, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.

Na segunda (9), Alexandre de Moraes determinou o fim de acampamentos golpistas em todo país e estabeleceu “a prisão em flagrante de seus participantes pela prática dos crimes previstos nos artigos 2ª, 3º, 5º e 6º (atos terroristas, inclusive preparatórios) da Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016 e nos artigos 288 (associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) e 359-M (golpe de Estado), 147 (ameaça), 147-A (perseguição), 286 (incitação ao crime)”.

A determinação ocorreu após terroristas bolsonaristas invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, neste domingo (8).

Cerca de 50 de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro tinham montado o acampamento em frente à Alesp desde o ano passado para pedir intervenção militar.

Forças de segurança foram enviadas ao local para fazer a retirada dos manifestantes em frente à Alesp e ao Círculo Militar, mas ninguém foi levado para a delegacia.

A presença deles já foi alvo de inúmeros ofícios enviados à SSP por parte de alguns deputados, que relataram o clima de insegurança por conta de ameaças e agressões.

Segundo a SSP, os 34 acampamentos do estado foram desmobilizados até o início da noite desta segunda (9).

Bolsonaristas desmontando o acampamento na Zona Sul de SP nesta segunda-feira, 9 de janeiro — Foto: Arquivo Pessoal

Bolsonaristas desmontando o acampamento na Zona Sul de SP nesta segunda-feira, 9 de janeiro — Foto: Arquivo Pessoal

Reunião com Lula

Tarcísio voltou a São Paulo após participar de reunião entre os governadores do Brasil e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele também comentou sobre o encontro.

“Todo mundo remando na mesma direção no que diz respeito à defesa da democracia, como tem que ser. É um valor que não podemos descuidar. Foi duramente conquistada, e no final das contas a gente viu uma aliança, que não tem direita, esquerda, oposição, situação, todos em prol da democracia.”

‘Desmobilização pacífica’

Em entrevista coletiva nesta segunda, Derrite, minimizou o impacto dos protestos no estado e disse que a orientação de Tarcísio era para que os manifestantes fossem retirados “de forma pacífica”.

Ele ainda alegou que os atos em São Paulo não têm “similaridade” com os ataques no Distrito Federal.

“Estávamos preocupados com o desencadeamento das manifestações e possíveis atos que pudessem ocorrer no estado de SP. Importa frisar, de imediato, que as ações que aconteceram em Brasília não encontram com similaridade com as de São Paulo. Aqui em São Paulo nós temos um cenário de tranquilidade.”

Fonte: G1

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