Médicos do hospital Emílio Ribas paralisam atividades e fazem ato pela nomeação de profissionais concursados em SP

Manifestação ocorreu nesta quinta (27) na região central de São Paulo. Residentes paralisaram atendimentos, em sinal de protesto.


Médicos do hospital Emílio Ribas paralisam atividades e fazem ato pela nomeação de profissionais concursados — Foto: Reprodução / TV Globo

Médicos do hospital Emílio Ribas paralisam atividades e fazem ato pela nomeação de profissionais concursados — Foto: Reprodução / TV Globo

Médicos do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), em São Paulo iniciaram na manhã desta quinta-feira (27), um ato em frente ao prédio da instituição. Os funcionários reivindicam o chamamento de 89 profissionais concursados, sendo 59 médicos, já aprovados em concurso público realizado pelo Governo do estado.

Também nesta quinta, os residentes realizaram uma paralisação dos atendimentos, em sinal de protesto.

De acordo a Associação dos Médicos do Instituto Emílio Ribas, há mais de cinco anos a Instituição enfrenta problemas por falta de recursos humanos, com um déficit de 258 profissionais e sobrecarga crônica dos médicos.

Não eram realizados concursos públicos para repor o déficit desde 2015. Desde então, mais de 40 médicos já deixaram o Instituto.

Em nota, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas disse que está atendendo normalmente, sem qualquer prejuízo para a população.

No texto, o Instituto afirma que governo de São Paulo autorizou a realização de concursos públicos e está em andamento a contratação de 206 profissionais, entre médicos, técnicos e enfermeiros para a unidade.

A nota ainda informa que estão sendo contratados 47 profissionais de concursos remanescentes e está em andamento a contratação de outros 71 médicos de concursos realizados. Além disso, segundo a pasta, ainda estão em tramitação para a contratação de 88 profissionais da área da saúde.

“Importante salientar que a Secretaria de Estado da Saúde continuará assegurando os serviços, estruturas e recursos humanos para garantir assistência à população, já reconhecidos por sua excelência no Emílio Ribas, prezando pelas melhores práticas de gestão e de uso dos recursos públicos”, concluiu em nota.

Fachada Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo — Foto: Google/Street View

Fachada Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo — Foto: Google/Street View

De acordo o presidente da Associação, Eder Gatti, a nomeação dos concursados já estava em fase final de aprovação na Casa Civil, mas foi mandado de volta para a Secretaria de Orçamento e Gestão nas últimas semanas, regredindo alguns estágios, sem nenhuma explicação.

Eder Gatti também aponta que, com a falta de profissionais, há a possibilidade de que o hospital passe por uma nova terceirização da mão de obra, em caráter “emergencial” do pronto-socorro, UTI e enfermaria. A medida é criticada por ele.

“Se existem profissionais concursados aptos para assumirem seus postos, por qual motivo deveria ser realizado um acordo com organização social? Historicamente esse tipo de contratação dá margem a ilegalidades com profissionais trabalhando até mesmo sem contrato de trabalho, como vimos no pico da pandemia. Para se ter uma ideia do problema, em julho deste ano, os médicos que já atuam terceirizados no instituto tiveram seus salários atrasados e são obrigados a cada um cuidar de 20 leitos”, disse Eder Gatti.

O diretor clínico do hospital, Wladimir Queiroz, afirma que a nomeação dos profissionais já aprovados em concurso público também deve possibilitar a expansão do número dos atendimentos em leitos de internação.

“O clima entre funcionários é de frustração e total esgotamento, mas não podemos nos abater. Nosso foco é a população, que merece um atendimento de qualidade. A nomeação de profissionais já aprovados em concurso público possibilitaria a hospitalização de pelo menos mais 70 pacientes por mês em leitos de internação qualificados.”

Emílio Ribas

O Instituto de Infectologia Emílio Ribas é uma instituição centenária que teve um protagonismo em todas as epidemias que São Paulo enfrentou, inclusive de Covid-19. Em 2020, durante o período de maior agravamento da pandemia de coronavírus, o hospital chegou a ficar exclusivamente focado no atendimento de pacientes com Covid-19.

A instituição realiza um serviço que gera recursos humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS), formando médicos infectologistas para o Brasil inteiro e presta um serviço altamente especializado para a população.

Fonte: G1

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