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Análise: o Santos cansa até o mais otimista dos santistas

Marcos Leonardo, antes uma das principais armas da equipe, empilha chances desperdiçadas; João Paulo, que evitou diversos gols nas últimas temporadas, consegue “frangar” em um pênalti


O santista está cansado!

Está cansado de ver o Santos brigando por nada em grandes campeonatos. Está cansado de ver vitórias escapando pela ponta dos dedos. Está cansado de ver zonas de rebaixamento se aproximarem em praticamente todas as competições disputadas, enquanto as conquistas ficam cada vez mais distantes.

Esse tem sido o Santos.

Jogadores do Santos antes do jogo contra o Atlético-MG — Foto: Ivan Storti / Santos FC

Jogadores do Santos antes do jogo contra o Atlético-MG — Foto: Ivan Storti / Santos FC

No atual Campeonato Brasileiro, por exemplo, deu muito sinais de que brigaria por uma vaga na Libertadores. Chegou até a disputar entre os primeiros colocados. Hoje, depois de 30 rodadas, a briga está muito mais próxima de ser contra o rebaixamento – apesar de parecer pouco provável que chegue perto do que foi em 2021, quando a Série B passou perto de virar realidade.

Independentemente da distância para o Z-4, o Santos não parece brigar por uma vaga no G-6. Em 13º lugar na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, com 37 pontos, o Peixe está a sete da zona de rebaixamento e a 11 do grupo que vai à Libertadores do ano que vem.

Durante um bom tempo do Brasileirão, a parte de baixo da tabela sequer rondou a Vila Belmiro. Parecia um pessimismo tremendo, influenciado pelas temporadas passadas, nas quais o Santos lutou contra a queda até no Campeonato Paulista, dizer que o time corria qualquer risco.

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Hoje, depois de 30 rodadas, a utopia é dizer que o Santos ainda briga por uma vaga na Libertadores do ano que vem. A cada partida, a cada derrota e a cada atuação abaixo da média até de jogadores que antes não decepcionavam, isso parece mais difícil. Falta quase tudo no Peixe.

A derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG parece ter sido o último suspiro de um torcedor à beira da desistência, cansado. Até muito pouco tempo atrás, os gols de Marcos Leonardo e as defesas milagrosas de João Paulo eram, ao menos, um alento.

Mas ultimamente nem a dupla tem tido mais forças e sido capaz de levar o Santos às vitórias. Contra o Galo, Marcos Leonardo empilhou chances desperdiçadas até conseguir, de pênalti, o tão buscado gol – e ele é cobrado por isso por já ter mostrado que lances como os da última quarta-feira não fazem parte do repertório dele.

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Ainda um menino de apenas 19 anos, Marcos Leonardo vai oscilar. É normal. Por isso, fica quase impossível culpar um dos poucos que ainda parece ter força para tentar levantar o time. Mas o péssimo momento do artilheiro da equipe na temporada é sintomático.

O gol de pênalti contra o Atlético-MG foi o 18º de Marcos Leonardo na temporada, mas só o terceiro nos últimos dois meses. Neste período, o Santos só venceu três dos 11 jogos disputados e viu a briga pela Libertadores ficar mais distante.

Também contra o Atlético-MG, o goleiro João Paulo, que já operou milagres nas últimas temporadas para evitar resultados ainda piores do Peixe, conseguiu falhar num pênalti. Na cobrança de Nacho Fernández, o santista chegou a defender a bola, mas rebateu para dentro do próprio gol.

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Ao apito final depois de mais uma derrota na Vila Belmiro, os olhares de João Paulo pareciam refletir o sentimento de todo santista. Sozinho, o goleiro mirava o horizonte e parecia não acreditar que aquilo tinha acontecido.

A derrota fez o Santos chegar a sete jogos com só uma vitória: os 2 a 0 sobre o Athletico. Neste período, são cinco derrotas e um empate. A péssima sequência, iniciada sob o comando de Lisca e agora nas mãos de Orlando Ribeiro, afastou muito o Peixe da briga por uma vaga na Libertadores.

Diante de decepções atrás de decepções, o torcedor está cansado.

Fonte: Ge

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