MP denuncia por lesão corporal e corrupção de menor empresário que agrediu mulher em academia de SP

Câmera da academia em SP registrou a situação. Promotor considerou como agravante a vítima ser mulher e afirmou que Thiago Antonio Fernandes Vieira induziu o filho na confusão.


O empresário Thiago Antonio Fernandes Vieira, de 42 anos, investigado pela polícia. — Foto: Reprodução/Instagram

O empresário Thiago Antonio Fernandes Vieira, de 42 anos, investigado pela polícia. — Foto: Reprodução/Instagram

O Ministério Público de São Paulo denunciou, na noite deste domingo (4), por lesão corporal contra mulher e corrupção de menores o empresário Thiago Antonio Fernandes Vieira, de 42 anos, que agrediu uma mulher dentro de uma academia, em São Paulo (SP). O caso foi revelado pelo Fantástico.

O MP pediu uma indenização de R$ 100 mil em danos morais para a vítima da academia por conta da infração penal sofrida. O juiz ainda irá se manifestar sobre o caso.

O promotor Bruno César Cruz de Assis argumentou que todas as agressões ocorreram na presença do filho de Thiago e o menino, menor de idade, foi induzido pelo comportamento do pai.

“Após os atos de violência perpetrados por seu genitor, ‘que seu pai estava lhe cuspindo porque você é uma puta e merecia’, repetindo a frase algumas vezes, além de também ofender outra aluna do estabelecimento, que tentou apaziguar a situação, chamando-a de ‘puta’ e ‘vagabunda'”, escreveu.

“Estimulado pela truculência do exemplo que lhe foi dado por seu pai momentos antes, ameaçou outro aluno da academia na recepção do local, pelo simples fato dele reprovar o comportamento do denunciado, afirmando para mencionado aluno que era para ele “calar a boca porque senão também iria levar um pau aqui dentro'”, completou.

Contudo, o MP entendeu que o denunciado cometeu a corrupção do adolescente, o induzindo a praticar os atos infracionais de injúria e ameaça. A defesa de Thiago foi procurada e informou que se manifestará apenas nos autos do processo.

O promotor recomendou medidas para que Thiago não se aproxime ou tenha contato com a vítima, a proibição da entrada de Thiago na academia e a apreensão do passaporte do empresário.

Investigação

O inquérito elaborado pelo 15º Distrito Policial havia sido encaminhado ao Ministério Público e à Justiça, mas não tinha indiciado o empresário. Foram ouvidos o suspeito Thiago Brennand Fernandes Vieira, a vítima agredida, testemunhas e professores da academia.

A polícia solicitou que a academia mande o vídeo do caso e encaminhou a solicitação de medidas protetivas para a vítima, com a proibição do investigado se aproximar dela e de parentes. O pedido também será analisado pelo juiz.

Anteriormente, a defesa de Thiago Brennand disse que ele já prestou depoimento no inquérito, “apresentando todos os esclarecimentos para a plena compreensão dos fatos sob investigação”.

“Diante disso, a nova equipe de defesa de Brennand considera absolutamente desnecessário o pedido de medida protetiva protocolado no início do caso. O trabalho da defesa se dará dentro das balizas do bom direito, da civilidade e do respeito à intimidade, integridade e dignidade de todas as partes e testemunhas”, diz o texto assinado por Cavalcanti Sion Advogados.

Segundo os relatos, as agressões ocorreram no dia 3 de agosto, na academia no Itaim Bibi, em São Paulo.

À polícia, a vítima contou que é frequentadora da academia e que desde que entrou foi orientada por outras mulheres para se manter afastada do investigado. Na ocasião em que treinavam no mesmo horário, Thiago teria pegado o número de uma das mulheres e a convidado para sair. Com a recusa, ele teria passado a enviar mensagens ofensivas.

No dia da agressão investigada, o empresário foi em direção a ela e mandou que saísse da frente dele, o que foi recusado. Em seguida, Thiago teria a agarrado pelos braços e uma confusão começou.

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Outra vítima relatou à polícia que frequenta a academia e no dia das agressões estava treinando e ouviu a outra mulher falando que “não sairia” para um homem, o qual seria Thiago.

Na sequência, a testemunha contou que saiu do aparelho e foi em direção à vítima. Ela detalha que presenciou o suspeito agarrando a vítima pelos cabelos e cuspir por três vezes no rosto dela. Um jovem, o qual foi apontado como filho, chamou uma das mulheres de “puta e vagabunda”.

Uma segunda testemunha afirmou ter ouvido o investigado chamar a vítima de fraca e pobre. Um dos professores de musculação alegou que não viu a confusão, mas encontrou um tufo de cabelo ao chão

O que diz o empresário

A defesa de Thiago apresentou à polícia a primeira defesa por meio de advogado, onde informou ser colecionador de armas legalmente cadastradas e registradas na Superintendência de Fiscalização de Produtos Controlados da 2ª. Região Militar (SEPC/2). O último dia 23 de junho teria o acervo passado por vistoria de rotina por militares.

Em nova defesa, Thiago afirmou que repudia a versão dada pela vítima. Ele contou à investigação que no dia da confusão estava na academia, quando se deparou com a vítima fazendo exercícios em “local inapropriado”.

Thiago Brennand Fernandes Vieira sem camisa e ao telefone em imagem publicada em rede social — Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo ele, havia pedido que a professora da academia que falasse com a vítima. Na sequência, conforme ele, a mulher retornou ao mesmo local e continuou “a causar uma situação de desconforto”.

Após três vezes que passou por ela, sem falar nada, resolveu então pedir que a vítima buscasse outro local para os exercícios. Negou provocar.

Ainda segundo o relato dele, a vítima gritou e o ofendeu, gesticulando com as mãos e dizendo que podia treinar onde quisesse, que o odiava e que “conhecia pessoas que podia acabar com sua vida”, segundo ele.

Sobre o cuspe, o empresário acusa a vítima de tentar cuspir nele. De acordo com a declaração, ele “teve o impulso de cuspir de volta e empurrá-la para trás”.

Fonte: G1

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