Queria muito que tivesse sido só acidente e não um assassinato, diz mulher de ambientalista achado morto

Conhecido como Ferrugem, Adolfo Souza Duarte sumiu ao cair na represa Billings no dia 1º durante passeio de barco com os jovens e foi encontrado sem vida. Segundo laudo do Instituto Médico Legal, ele morreu por asfixia mecânica, que pode ter sido causada por um aperto com as mãos ou por um mata-leão.


Enterrado o corpo do ambientalista Adolfo Souza Duarte na capital

A mulher do ambientalista Adolfo Duarte, que foi encontrado morto na represa Billings, Zona Sul de São Paulo, afirmou à TV Globo que ficou arrasada após saber que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que o marido não morreu afogado, mas tinha uma marca no pescoço.

Segundo o documento, ele morreu por asfixia mecânica, que pode ter sido causada por um aperto com as mãos ou por um mata-leão. A polícia, então, passou a investigar o caso como homicídio qualificado.

“Estou muito triste e desde o começo pedi a Deus que não fosse isso. Ele não merecia. Estou arrasada por ter terminado assim. Queria muito que tivesse sido só um acidente porque eu aceitaria melhor dentro de mim, que tivesse sido uma imprudência, mas que não tivesse sido um assassinato, porque é isso que a gente pensa. Uma comunidade toda está arrasada”, afirmou Uiara Duarte.

Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem, caiu na água durante um passeio  — Foto: Reprodução/TV Globo

Adolfo Souza Duarte, conhecido como Ferrugem, caiu na água durante um passeio — Foto: Reprodução/TV Globo

A Justiça decretou nesta quarta-feira (28) a prisão de quatro jovens que estavam no barco com o ambientalista. Defesa dos jovens diz que prisão é injusta.

Um perito do IC disse em outro laudo que não houve tranco no barco, como alegaram os quatro jovens. Diante disso, a delegada-assistente Jakelline Nunes, titular do 101º Distrito Policial, pediu a prisão temporária e a Justiça concedeu. Os jovens negam qualquer agressão à vítima e dizem que foi um acidente.

O advogado André Nino, que representa os quatro jovens, disse que os rapazes estão no 101º DP e serão transferidos para carceragens de transição. Os quatro dizem que foi um acidente e mantêm a mesma versão de sempre, de que Ferrugem caiu do barco junto com a outra garota.

Formado em história, Ferrugem trabalhava fazendo passeios com jovens pela represa e coordenava uma ONG de defesa do meio ambiente, a Meninos da Billings. O desaparecimento ocorreu por volta de 19h30 do dia 1ºde agosto, durante um passeio com o grupo de jovens.

Uma das jovens que estava no barco do ativista disse à Polícia Civil que o líder ambiental a ajudou para que não se afogasse. Depois, no entanto, afirmou que ele teria desaparecido na água.

Corpo de ambientalista é encontrado na represa Billings, em São Paulo

Desaparecimento

A esposa de Ferrugem, Uiara Duarte, contou à TV Globo que o último contato do marido foi às 19h41 do dia 1º de agosto por mensagem de WhatsApp. Após isso, ele não respondeu mais a mensagens enviadas por ela. A Polícia Civil iniciou a investigação do caso como desaparecimento.

A delegada responsável pelo caso, Jakelline Barros, disse que os jovens relataram em depoimento que os passageiros da parte de trás do barco caíram na represa quando houve um tranco.

“Os que estavam atrás acabaram por cair na água da represa. Ela [a jovem que caiu na água] diz que ele [Ferrugem] a ajudou a levantar, deu indicações de que deveria continuar a bater as pernas, mas ela afirma que, quando se apoiou na boia e olhou de lado, já não mais o viu”, contou a delegada.

Em depoimento à polícia, o grupo que o contratou afirmou que Ferrugem e uma das jovens caíram na represa após um tranco no barco, e que os outros três passageiros jogaram um colete salva-vidas. A jovem foi resgatada, mas o ativista desapareceu na água.

Os rapazes conduziram o barco de volta até as margens da represa. No local, ao contarem a história a alguns moradores da região, o grupo foi agredido, de acordo com o boletim de ocorrência.

Fonte: G1

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