Após deixarem prédio em SP e dizerem que fogo foi extinto, bombeiros voltam ao local com surgimento de focos de incêndio

Decisão ocorre quase 10 horas após equipes saírem da região onde edifício havia sido atingido por fogo no domingo (10). Na manhã desta quinta, porta-voz da corporação informou que viatura com bombeiros iria ao local reavaliar a situação do prédio. Polícia investiga causas e eventuais responsabilidades pelo incêndio.


Prédio de dez andares na região da 25 de Março, no Centro de SP — Foto: Deslange Paiva/g1

Prédio de dez andares na região da 25 de Março, no Centro de SP — Foto: Deslange Paiva/g1

Após quatro dias de combate ao fogo e quase dez horas depois de deixar a região do prédio comercial de dez andares atingido pelas chamas no Centro de São Paulo ao informar que o fogo foi extinto, o Corpo de Bombeiros divulgou nesta quinta-feira (14) que voltará ao local. A decisão ocorre após o surgimento de novos focos de incêndio na edificação.

Por volta das 8h10 um dos porta-vozes da corporação comunicou à imprensa que uma viatura com agentes iria reavaliar a situação do prédio incendiado. Ainda, segundo ele, mesmo que os bombeiros tenham deixado a região, eles não deixaram de monitorar o que acontece lá.

“As operações no edifício Comércio e Indústria, bem como no entorno da região 25 de março já foram finalizadas. Eventualmente algum foco de incêndio pode ter sua reignição, entretanto, até o momento, sem risco de se tornar um incêndio de grandes proporções que possa afetar as edificações adjacentes ou colocar em risco a população que frequenta a região. Nós estamos monitorando e enviando uma viatura para reavaliação”, informou nesta quinta o capitão André Elias, dos Bombeiros. Segundo ele ficarão no local duas viaturas da corporação, com cinco bombeiros, apenas para monitorarem o prédio. Os veículos não possuem mangueiras com água.

Os bombeiros estavam combatendo as chamas no prédio desde domingo (10), quando o fogo começou no imóvel. A Polícia Civil apura as causas e eventuais responsabilidades pelo incêndio, que atingiu também quatro imóveis próximos: um edifício comercial de seis andares, uma loja e uma igreja.

O prédio onde o fogo começou não tinha o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Ele abriga pequenas lojas e armazena produtos dos comerciantes da região. O AVCB atesta que um prédio segue as normas de segurança e tem os equipamentos de proteção e combate a incêndios como alarmes, extintores, hidrantes e saídas de emergência. O documento é obrigatório.

Dois bombeiros chegaram a sofrer queimaduras e foram internados durante os trabalhos. Não há mais registros de pessoas feridas na região. As vias da 25 de Março, que estavam interditadas, foram liberadas. Apenas a rua onde fica o prédio de dez andares, a Rua Comandante Abdo Schahin, permanece fechada. Atualmente a Defesa Civil permanece no local.

Bombeiros

Bombeiros entram no prédio atingido por incêndio, no Centro de São Paulo, nesta quarta-feira (13)  — Foto: Reprodução TV Globo

Bombeiros entram no prédio atingido por incêndio, no Centro de São Paulo, nesta quarta-feira (13) — Foto: Reprodução TV Globo

Como há risco de desabamento, os bombeiros estavam atuando o lado de fora do edifício desde a manhã de terça (12), quando deixaram o interior o imóvel após ouvirem estalos na estrutura. Na tarde de quarta (13), eles informaram que o fogo havia sido extinto. Por volta das 22h20 do mesmo dia haviam deixado o local. Mas tinham informado que poderiam voltar à região dependendo do surgimento de novos focos de incêndio.

“O fogo foi extinto, está controlado. Fizemos um estudo, e a área isolada é justamente a necessária para garantir a segurança da população. O fogo está extinto, mas ainda tem trabalho do Corpo de Bombeiros, estamos monitorando, continuamos com as viaturas a postos. Ainda não sabemos o que era armazenado no local”, afirmou Maycon Cristo, outro porta-voz dos bombeiros, ainda na quarta.

Segundo o porta-voz, mesmo com o fogo extinto, os bombeiros não tinham liberação técnica para atuar dentro do prédio. “Estamos respeitando um documento técnico de um engenheiro da prefeitura, que fala que o prédio tem risco de ruir. Pedimos uma nova reavaliação, que deve acontecer amanhã [nesta quinta] cedo.”

Demolição

Bombeiros deixaram o prédio de 10 andares e fazem combate ao fogo do lado de fora, com mangueiras — Foto: Reprodução/TV Globo

Bombeiros deixaram o prédio de 10 andares e fazem combate ao fogo do lado de fora, com mangueiras — Foto: Reprodução/TV Globo

Na noite desta quarta, assembleia entre os comerciantes condôminos do prédio de dez andares autorizou a demolição do prédio pela Prefeitura de São Paulo. Assim, a prefeitura não vai precisar entrar com uma ação judicial.

Embora, pela manhã desta quarta, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tenha informado que o prédio seria demolido através de implosão, durante a tarde esta opção foi desconsiderada. Isso porque com o risco de desabamento ficaria difícil entrar no imóvel para posicionar os explosivos no local.

Segundo Marcos Monteiro, secretário municipal de Infraestrutura e Obras, “daí a gente, evidentemente, vai estudar a hipótese de demolição mecânica ou mais alguma alternativa que surja”.

9 imóveis interditados

Veja onde fica o prédio que pegou fogo perto da Rua 25 de Março em SP

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Veja onde fica o prédio que pegou fogo perto da Rua 25 de Março em SP

Uma nova avaliação feita por engenheiros da prefeitura expandiu a área de bloqueio e interditou nove imóveis. Além do prédio de dez andares, que corre risco de desabar, mais oito edificações foram interditadas porque poderiam ser atingidas pela possível queda e destroços do edifício.

Os prédios interditados estão nos seguintes endereços:

  • Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 115
  • Rua Cavalheiro Basilio Jafet, 127
  • Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 107
  • Rua Barão de Duprat, 41
  • Rua Barão de Duprat, 39
  • Rua 25 de março, 734
  • Rua 25 de março, 702
  • Rua Comandante Abdo Schahin, 94
  • Rua Comandante Abdo Schahin, 78 (onde está o prédio de 10 andares que continua pegando fogo)
 — Foto: Arte/g1

— Foto: Arte/g1

Fonte: G1

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