Número de profissionais da rede municipal de saúde de SP afastados por Covid aumenta 9 vezes desde maio

Outro cenário preocupante é o das escolas. Pais, alunos e professores relatam o aumento de casos da doença. O problema é que há diferentes protocolos: em alguns casos, classes com aulas presenciais suspensas, em outros, escolas fechadas.


Aumento de casos de covid nas escolas da capital preocupa pais e professores

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Aumento de casos de covid nas escolas da capital preocupa pais e professores

O número de profissionais de saúde afastados com Covid-19 na rede municipal de saúde de São Paulo aumentou quase 800% nas últimas semanas.

Segundo levantamento do SP2, em 4 de maio eram 87 profissionais de saúde com a doença. No dia 12, 108. Na semana seguinte, 159. O índice foi se mantendo nesse patamar nas semanas seguintes e, de repente, o número deu um salto. Nesta quinta-feira (9), a rede municipal de saúde da capital tinha 777 profissionais com Covid, um aumento de 793%.

Alunos e funcionários de escolas municipais de Bertioga realizam testagem de Covid-19 na próxima semana — Foto: Divulgação Prefeitura de Bertioga

Alunos e funcionários de escolas municipais de Bertioga realizam testagem de Covid-19 na próxima semana — Foto: Divulgação Prefeitura de Bertioga

Outro cenário preocupante é o das escolas. Pais, alunos e professores relatam o aumento de casos de Covid-19. O problema é que há diferentes protocolos: em alguns casos, classes com aulas presenciais suspensas, em outros, escolas fechadas.

A escola municipal Imperatriz Leopoldina, em Pirituba, Zona Norte da capital, está aberta, com aulas normais. Mas Eliane Abreu, mãe de uma aluna do 9º ano, acha que não deveria ser assim, por conta da quantidade de pessoas com Covid. Ela relata que sabe que a aula presencial é fundamental, mas acha que a saúde é prioridade.

“Eu já ouvi dizer que tem mais de 20 funcionários, entre professores e funcionários, que testaram positivo, e 9 alunos.”

Alta de casos de Covid faz cidade reeditar uso de máscaras em escolas no interior de SP — Foto: TV TEM/Reprodução

Alta de casos de Covid faz cidade reeditar uso de máscaras em escolas no interior de SP — Foto: TV TEM/Reprodução

Na segunda-feira (6), ela começou a receber comunicados da direção da escola avisando sobre o afastamento de algumas turmas, porque alunos e professores testaram positivo para Covid.

“Dentre elas estava um professor que deu aula para minha filha, só que a turma dela não foi afastada”, afirma Eliane.

A mesma coisa aconteceu na escola do filho mais novo, só que a Escola Municipal Guiomar Cabral, também em Pirituba, foi fechada, assim como o Centro de Educação Infantil Menino Jesus.

Um professor da Escola Municipal Sebastião Nogueira de Lima, na Vila Nova Cachoeirinha, também na Zona Norte, contou que eles também têm vários casos, mas que a escola está aberta. Ele pediu pra não ser identificado.

“Hoje a gente está com cinco ou seis casos de funcionários e por volta de 20 casos de alunos. Já pedimos [providências], mas a direção alega que o protocolo é passar para a UBS mais próxima, porém até agora não foi feito nada lá”, conta.

Alunos, famílias, professores e funcionários estão acompanhando o número de casos de Covid aumentar ao redor deles. Ao mesmo tempo, veem que algumas escolas são fechadas por precaução, para evitar que o vírus se espalhe, enquanto outras continuam abertas, funcionando normalmente. Com essa diferença de atitude, eles não sabem se estão seguros e têm medo.

De acordo com a nota técnica da Secretaria Municipal da Saúde, atualizada em 1º de junho, “não há recomendação de suspensão das aulas para toda a comunidade escolar frente a um único caso suspeito ou confirmado de Covid-19”.

Mas, “a partir do segundo caso na mesma sala de aula, pode-se recomendar o afastamento por 14 dias de todos os alunos e professores da mesma sala de aula”. E “quando isso ocorrer em mais de uma sala em um período de até 14 dias, a UBS da área deverá discutir junto à Vigilância Epidemiológica a possível suspensão de atividades nas classes com casos confirmados”.

As orientações da Secretaria Municipal da Saúde não incluem nenhuma situação em que é recomendado o fechamento da escola.

Pelo levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), há casos de Covid em 146 escolas. Um total de 1.090 casos, entre alunos, professores e funcionários.

Uma professora morreu em Penápolis, vítima da doença.

O sindicato cobra providências do governo do estado para proteger a comunidade escolar, diz Fábio Moraes, presidente da Apeoesp. “Ter protocolos absolutamente rígidos, o que são? Se você tem um caso, detectou outro caso, outro caso, tem que fechar aquela sala; se você tem uma quantidade grande em uma escola, você tem que fechar a escola, até que as pessoas possam passar o ciclo da Covid e retornar.”

Em nota, a Secretaria estadual da Educação informou que 14 escolas da rede estadual estão sem aulas presenciais. Já a Secretaria municipal da Educação disse que escola Imperatriz Leopoldina vai continuar com aulas presenciais e que apenas as turmas que tiveram contatos com alunos com a Covid-19 terão ensino remoto.

Nenhuma das duas secretarias esclareceu os critérios para suspender aulas ou fechar escolas.

Fonte: G1

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