Educação

Educação além das fronteiras

Seminário internacional de educação do SESI discute o desafio de capacitar educadores para formar alunos aptos a resolverem problemas complexos do dia a dia


Como transformar os saberes aprendidos na escola em repertório capaz de tornar os alunos aptos a solucionarem os desafios do dia a dia a partir do pensamento computacional e da logística? Embora essa não seja uma resposta simples, ela passa, necessariamente, pela capacitação dos professores. É a partir da expansão de suas visões de mundo e de um olhar atento à evolução da sociedade que eles podem ressignificar seus papéis, criando práticas educativas que favoreçam a formação do aluno para o mercado de trabalho, que se transforma a cada dia.

Para se debruçar no tema, uma plateia formada por cerca de 250 educadores participa hoje, 26/5, do Seminário Internacional SESI de Educação, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, como evento inaugural do Festival SESI de Robótica. No encontro, especialistas renomados falam sobre o perfil profissional que esse novo mercado em constante transformação demanda, e trazem insights sobre como os educadores podem formar profissionais preparados para ocupar esses postos no futuro. São eles: Peter Kronstrom, do Instituto de Copenhagen de Estudos Futuros; Karen Santos, CEO da UX para Minas Pretas; Lee Magpili, designer da LEGO; Jean Carlo Klaumann, CEO da Neogrid; e Rodrigo Azevedo Neves, diretor de Logistics and Customer Care Latam da Rockwell.

Transformação da educação

Embora as estratégias para o reposicionamento do papel da escola e dos educadores sejam diversas, uma certeza é consenso: a mudança precisa acontecer e com urgência. Pilar Lacerda, mediadora de um dos painéis do encontro e pesquisadora associada da DGPE/FGV RJ, explica o porquê: “a escola brasileira ainda transmite informações que não se tornam conhecimento e forma pessoas que não estão preparadas para o mercado de trabalho, nem para resolver problemas contemporâneos”.

De acordo com os especialistas, a virada de chave na educação vai acontecer à medida que os docentes criarem repertório para ensinar os alunos a resolverem os problemas concretos do dia a dia. Segundo Peter Kronstrom, dinamarquês radicado no Brasil e Head da CIFS para a América Latina, “o sistema educacional brasileiro deveria colocar mais foco em ensinar o aluno a solucionar problemas complexos e preparar os jovens para esse mundo da computação. Hoje, a única certeza sobre o mercado e a tecnologia é que tudo está em constante movimento, de modo que é preciso aprender a aprender o tempo todo.”

Para Jean Kalumann, CEO da Neogrid, o evento vai ao encontro desse processo de aprendizagem constante: “essa é uma grande oportunidade de ajudar educadores a fazerem a conexão entre a indústria e a formação dos profissionais que entrarão no mercado de trabalho em breve, e que novas competências são necessárias para enfrentar essa nova arena competitiva, sejam elas técnicas ou emocionais”.

Outros painelistas do mercado falaram sobre como professores podem desenvolver e aplicar saberes em ciência, tecnologia, engenharia, arte, matemática, cultura maker e pensamento computacional, diminuindo o gap entre as demandas do mercado e a oferta de profissionais qualificados para resolvê-las. “A criação do pensamento computacional passa também por identificar problemas comuns na sociedade que ainda não foram endereçados”, avalia Rodrigo Azevedo Neves, Diretor de Logística e Customer Care América Latina da Rockwell Automation. O diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi, complementa: “Temos um desafio de formar pessoas capazes de identificar esses problemas e propor soluções inovadoras e criativas. O ambiente escolar deve estimular a convivência na diversidade de pontos de vista e visões de mundo”, explica Lucchesi.

A partir dessa visão, Karen Santos, CEO da UX para Minas Pretas, fala sobre como sua organização fomenta a transformação educacional a partir da tecnologia. “Assim como o pensamento computacional pode ser um ótimo caminho para encontrar soluções e desenvolver a capacidade de resolver problemas complexos, as metodologias de UX (user experience, ou experiência do usuário) ajudam na resolução de problemas, uma das competências do futuro para o mercado de trabalho.”

O evento ocorre das 14h às 18h. Confira a programação completa:

Abertura 14h – 14h15

Tema: Pensamento Computacional e a BNCC

Convidado: Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da CNI, diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI

Keynote 14h20 – 15h20

Tema: Ações e pensamentos para o presente e o futuro

Convidado: Peter Kronstrom (Head CIFS LATAM), desde 2012 realiza estudos sobre os cenários futuros mundiais.

Painel: 15h20 – 17h10

Tema: O pensamento computacional como solução para problemas reais

Convidados: Rodrigo Azevedo Neves (Diretor de Supply Chain Manager Rockwell)

Jean Carlo Klaumann (CEO da Neogrid)

Lee Magpili (Senior Design da LEGO)

Mediação – Pilar Lacerda, pesquisadora associada da DGPE/FGV RJ e ex-secretária de educação do Governo Federal

Encerramento: 17h10 – 18h

Tema: Pensamento Computacional na formação e trabalho

Convidada: Karen Santos – CEO da UX para Minas Pretas

Para acessar o conteúdo do evento, acesse aqui .

Veja a programação completa do Festival SESI de robótica aqui

Fonte: G1

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