Restaurante de SP tira estrogonofe de cardápio e bares mudam nome de drinque em protesto contra invasão da Rússia à Ucrânia

Chef do Bar da Dona Onça, na região central, removeu o estrogonofe do menu, enquanto Levels Lounge Bar e Vaca Veia, no Itaim, mudaram nome do drinque ‘Moscow mule’ para ‘Kiev mule’.


Bar do Itaim, na Zona Sul de São Paulo, muda nome de drinque para Kiev mule — Foto: Reprodução/Instagram

Bar do Itaim, na Zona Sul de São Paulo, muda nome de drinque para Kiev mule — Foto: Reprodução/Instagram https://df15bbf303c25006020958211eca3de3.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Um restaurante e dois bares de São Paulo anunciaram alterações em seus cardápios em protesto contra a invasão da Rússia à Ucrânia.

No Bar da Dona Onça, na região central de São Paulo, a chef Janaína Rueda decidiu retirar o estrogonofe do menu nesta terça-feira (8). Em nota, a chef disse que a saída do “Estrogonofe de boi com batata palha frita e arroz soltinho” foi “uma forma de lembrar que uma nação não pode ser representada por um homem como este presidente, mas, sim, por sua rica história cultural, criada pelo povo.”

“Estamos na torcida pela paz e dizendo aos nossos amigos ucranianos e russos – que também estão sofrendo com essa guerra – que eles não estão sozinhos nessa luta”, completou Rueda.

Já no Levels Lounge Bar, no Itaim, o drinque chamado “Moscow mule”, uma conhecida mistura de vodca, gengibre e limão, virou “Kiev mule”. O bar também passou a oferecer um desconto de 10% no valor da bebida.

A mudança ocorre “em solidariedade à nação ucraniana”, segundo uma postagem no perfil do bar nas redes sociais. Segundo o texto, a alteração faz parte de um contexto de “tempos de conscientização”.

Ao g1, um dos sócios do estabelecimento, Daniel Bordon, disse que a mudança ocorreu “pensando em sermos solidários com um povo que está sofrendo com a guerra”.

“Para nossa surpresa houve uma boa demanda, o que nos surpreendeu e nos deixou contentes”, disse Bordon.

A troca no nome foi adotada ainda no bar Vaca Véia, também no Itaim.

“Fica o recado de conscientização do que está acontecendo do outro lado do mundo”, disse a postagem do bar que anunciou a mudança.

Nas redes sociais, as mudanças foram vistas com desconfiança. No Twitter, alguns usuários classificaram a atitude como oportunista e questionaram a utilidade deste tipo de manifestação.

Drinque Kiev Mule do bar Vaca Véia em São Paulo — Foto: Reprodução/Instagram

Drinque Kiev Mule do bar Vaca Véia em São Paulo — Foto: Reprodução/Instagram https://df15bbf303c25006020958211eca3de3.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Origem das receitas

Embora o nome do drinque faça referência à Moscou, a capital russa, a bebida não teria nascido no país. Segundo o jornal New York Times, o coquetel foi criado em 1941 no Chatham Hote, em Nova York, nos Estados Unidos.

Também foi em protesto contra os ataques russos a retirada do estrogonofe do cardápio do Bar da Dona Onda. Apesar de ser um prato com raízes russas, ele foi bastante abrasileirado, de modo que a receita popular nos restaurantes paulistanos hoje em dia quase não tem semelhanças com a original.

Estrogonofe brasileiro, acompanhado de arroz e batata palha — Foto: Terra da Gente

Estrogonofe brasileiro, acompanhado de arroz e batata palha — Foto: Terra da Gente

Embora não haja consenso sobre a origem da receita, a mais aceita é a de que a criação foi feita por um cozinheiro francês que trabalhava para a família Stroganov em São Petesburgo. O nome do clã, afrancesado, virou stroganoff, com a letra a, no lugar do o que vemos na grafia brasileira. O prato seria uma homenagem ao conde, militar e diplomata Pavel Alexandrovich Stroganov.

As mudanças não estão apenas na palavra. Enquanto o original leva páprica, conhaque e creme azedo, por aqui é comum encontrar preparos com ketchup, champignon e creme de leite. E se, na Rússia, o ensopado é servido tradicionalmente com batatas fritas ou cozidas, no Brasil o estrogonofe vem quase sempre ao lado de arroz branco e batata palha.

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Fonte: G1

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