“Clube do século”: rival do Palmeiras, Al Ahly é fenômeno de títulos, finanças e popularidade no Egito
Com orçamento de R$ 860 milhões, clube se destaca na África com estrutura acima da média e torcida fanática. Ainda precisa, porém, igualar melhor resultado do continente no Mundial
Tudo que envolve o Al Ahly é superlativo. O clube do Egito, rival do Palmeiras na semifinal do Mundial de Clubes, não foi eleito pela Confederação Africana de Futebol como o “Clube do Século” do continente à toa. Da quantidade de torcedores às equilibradas finanças, os números impressionam.
Rabia e Ibrahim comemoram classificação do Al Ahly à semifinal do Mundial de Clubes — Foto: Reuters
Orçamento de R$ 860 milhões
A começar pelas finanças. Os números para 2021 divulgados pelo clube em evento apontaram um orçamento de 2,5 bilhões de libras egípcias, o equivalente a cerca de R$ 860 milhões. Um número comparável somente aos clubes mais ricos do Brasil na atualidade, como o próprio Palmeiras.
O crescimento da capacidade econômica do Al Ahly é notório: em 2014, o orçamento era de 331 milhões de libras egípcias (cerca de R$ 110 milhões atualmente). Tudo isso com base em uma torcida fanática, cujos números variam de 40 milhões a 70 milhões, a depender da fonte. Na mais otimista delas, estima-se que cerca de 70% da população do Egito torça para o Al Ahly.
O Al Ahly desafia qualquer estereótipo que se possa haver em relação ao futebol africano. É disparado o maior clube do continente: são 10 títulos da Liga dos Campeões da África, 42 títulos egípcios e 37 da Copa do Egito. Adicione outras conquistas menores, e o Al Ahly tem, ao todo, 143 troféus. É tanta taça que o clube já iniciou um projeto para aumentar sua sala de troféus, porque não há mais espaço. https://d-29328643631241819745.ampproject.net/2201212122003/frame.html
– Nós temos muita atenção em aumentar os recursos financeiros do clube. Focamos em aumentar nossos investimentos e estabelecer as companhias do clube para que possamos corresponder às ambições do clube – disse Mahmoud El Khatib, presidente do Al Ahly, quando apresentou as finanças de 2021.
Melhores momentos: Al Ahly 0 (3) x (2) 0 Palmeiras pelo 3º lugar do Mundial de Clubes de 2020
Presença nas redes sociais
O Al Ahly sobra também nas redes sociais. É o maior clube da África em termos de seguidores: 33 milhões no total. Foi o primeiro no continente a ter um canal de televisão, inaugurado em 2008.
Na comparação com o Palmeiras, por exemplo, o time egípcio leva vantagem nas redes sociais: são cerca de 8 milhões de seguidores no Twitter e mais 8 milhões no Instagram; o clube brasileiro soma cerca de 3,5 milhões em cada um dos sites.
Torcedores do Al Ahly com a bandeira do Egito durante o Mundial de Clubes — Foto: EFE
Reforço “europeu” e desfalques na seleção
A estrutura do Al Ahly permite que o clube tenha uma realidade bem diferente de seus rivais continentais. Pitso Mosimane, o técnico sul-africano que guiou a equipe nos dois últimos títulos da Liga dos Campeões da África, tem um salário de cerca de 120 mil dólares mensais (cerca de R$ 640 mil). A renovação do vínculo, aliás, vem se arrastando e só deve ser definida após o Mundial de Clubes.
O Al Ahly reforçou seu elenco para o Mundial de Clubes com Percy Muzi Tau, um atacante que atuava no Brighton, da primeira divisão da Inglaterra. Para isso, o clube pagou 1,8 milhão de euros, algo impensável há alguns anos. O elenco tem seis jogadores na seleção do Egito, que inclusive desfalcaram a equipe na vitória sobre o Monterrey, no Mundial.
Torcida do Al Ahly lota treino do time no Cairo, capital do Egito — Foto: Reprodução/Twitter
No Mundial de Clubes de 2020, o Al Ahly também enfrentou o Palmeiras, mas na disputa do terceiro lugar. Na ocasião, após empate em 0 a 0, os egípcios saíram vencedores nos pênaltis e alcançaram seu melhor resultado na história da competição.
De todas as marcas impressionantes do Al Ahly, porém, o Mundial de Clubes é justamente um ponto fraco: para igualar o melhor resultado de um clube africano na competição, os egípcios precisarão passar pelo Palmeiras e chegar à final.
Em 2013, o Raja Casablanca, do Marrocos, foi vice-campeão, ao ser derrotado pelo Bayern na decisão – naquela ocasião, os marroquinhos também eliminaram um brasileiro, o Atlético-MG, na semifinal. Em 2010, foi a vez de o Mazembe chegar à final contra a Inter de Milão, após derrotar o Internacional.
Fonte: G1