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Ocupação de leitos de UTI por Covid sobe de 26% para 35% em uma semana em SP

Na enfermaria, a média de internados também aumentou: passou de 1.641 para 2.567 em uma semana.


Profissional de saúde em atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)  — Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Profissional de saúde em atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) — Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

A ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a Covid subiu de 26% para 35% em uma semana no estado de São Paulo, de acordo com dados do governo. Diante do rescaldo do apagão nos dados de casos confirmados da doença, o indicador de internações é uma das principais estatísticas para o acompanhamento da pandemia no estado.

Na segunda-feira (10), o estado registrava 35,3% de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com Covid. Há uma semana, dia 3 de janeiro, o número era de 25,7%.

A média móvel de pacientes internados em UTI está em 1.400. Há uma semana, ela era de 1.098, aumento de 28%. Na enfermaria, a média de internados também aumentou: passou de 1.641 para 2.567 em uma semana, crescimento de 56%. https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Nesta terça-feira (11), havia 1.727 pessoas internadas e leitos de UTI no estado, e 3.413 em enfermaria. Com isso, a ocupação de leitos de UTI subiu dois pontos percentuais de segunda para terça: de 35% para 37%.

Em nota, o governo de São Paulo disse que a rede tem capacidade de absorção de novos casos da doença. “Preventivamente, a Secretaria de Estado da Saúde desacelerou em janeiro qualquer redirecionamento dos leitos exclusivos para a assistência do coronavírus e, se necessário, ampliará a assistência exclusiva”, diz o texto.

Apesar de os dados de internados ainda serem passíveis de análise, o g1 divulgou nesta terça que a Prefeitura de São Paulo contabilizou nos seis primeiros dias de janeiro mais casos de Covid-19 do que os divulgados pela secretaria da Saúde para todo o estado de São Paulo no mesmo período.

A discrepância indica que as informações para acompanhamento da pandemia ainda estão prejudicadas pelo apagão nos sistemas do Ministério da Saúde, porque os dados do estado deveriam superar os registrados apenas na capital.

Crescimento após seis meses de queda

A média móvel de pacientes internados com Covid-19 nas UTIs no estado de São Paulo voltou a crescer no final de dezembro, após 6 meses de queda. https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

A média de pacientes internados em UTI caiu mês a mês ao longo do segundo semestre deste ano. Em junho, havia 11 mil internados nessas unidades. O número passou para 3 mil em agosto, então para 1.600 em outubro, e 1.000 em novembro. Em 30 de dezembro, a média de internados era de 1.014.

No entanto, segundo dados da Fundação Seade, desde o dia 22 de dezembro, o índice voltou a crescer.

Recorde de casos

Uma estimativa da Prefeitura de São Paulo divulgada na quinta-feira (6) aponta que o número de casos de síndrome gripal com confirmação laboratorial para Covid-19, ou seja, de pacientes com sintomas leves de coronavírus na cidade, pode ser atualmente o dobro do registrado no pico da pandemia de coronavírus, em abril de 2021, recorde até então.

O levantamento faz parte do estudo que baseou a decisão da gestão municipal de cancelar o carnaval de rua na cidade neste ano.

Os dados, no entanto, não correspondem a todos casos confirmados de Covid-19 porque levam em consideração apenas os pacientes com sintomas gripais leves, e excluem os internados. Atualmente, as informações sobre o conjunto de casos confirmados de Covid-19, leves ou graves, estão prejudicadas pelo apagão de dados nos sistemas do Ministério da Saúde. https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Apesar disso, o coordenador da Coordenaria de Vigilância em Saúde (Covisa) da capital, Luiz Arthur Vieira Caldeira, disse que a prefeitura faz uma estimativa sobre o atraso dos registros das últimas quatro semanas para calcular quantos casos leves de síndrome gripal a cidade tem atualmente.

A Covid leve, ou síndrome gripal, é caracterizada pela pessoa com quadro respiratório agudo, com pelo menos dois dos seguintes sinais e sintomas: febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou degustativos e que não fica internada. Síndrome respiratória aguda grave é quando a pessoa com esses ou mais sintomas é internada.

Casos de Covid confirmados por exame laboratorial no município de São Paulo e projeção do número real considerando atraso nas notificações  — Foto: Secretaria Municipal de Saúde de SP

Casos de Covid confirmados por exame laboratorial no município de São Paulo e projeção do número real considerando atraso nas notificações — Foto: Secretaria Municipal de Saúde de SP https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

A administração municipal não publicou os dados completos dos estudos, apenas uma apresentação de slides com os gráficos. Também não é possível saber se os dados represados durante o período do apagão já foram totalmente inseridos nos sistemas.

Para o pesquisador da USP Paulo Inácio Prado, membro do Observatório Covid-19 BR, o valor exato de casos leves, e se eles de fato já passaram o pico de 2021, ainda é incerto. Mas a tendência de crescimento acelerado de casos “está muito clara, confirmada por diferentes fontes de dados e análises”.

“Em geral há bastante incerteza nos pontos finais da previsão. É normal isso, porque o dado dos últimos dias é menos completo, portanto temos mais incerteza sobre quantos casos de fato aconteceram e ainda não entraram na base de dados”, disse Prado.

“Mas está muito clara a tendência de crescimento acelerado, e foi muito importante que a prefeitura tenha dado este alerta”, explicou Paulo Inácio Prado, do Observatório Covid-19 BR.

Fonte: G1

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