Vacinação para crianças na cidade de SP vai começar por faixa etária e não por comorbidades, diz secretário da Saúde
Segundo Edson Aparecido, capital tem condições de começar a imunização no dia seguinte ao recebimento das doses.
Menino recebe dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em Roma, na Itália, em 15 de dezembro, dia que marcou o início da vacinação de crianças contra a doença na Europa. — Foto: Andrew Medichini/AP
O secretário da Saúde da capital paulista, Edson Aparecido, afirmou nesta segunda-feira (10) que a vacinação de crianças contra a Covid-19 será feita faixa etária e não por comorbidades. Ele disse também que vai esperar saber exatamente quantas doses do imunizante da Pfizer a cidade vai receber para definir a logística a ser implantada.
O secretário adiantou, porém, que a primeira etapa deve ser lenta. Isso porque a fabricante deve entregar apenas 1,2 milhão de doses para o país nesta quinta-feira (13), e a previsão é a de que a capital paulista receba 60 mil doses para iniciar a imunização de crianças de 5 a 11 anos. A capital conta atualmente com 1,3 milhão de pessoas nesta faixa etária.
Por isso, a vacinação deve começar aos poucos, pelo público de 11 anos. A prefeitura, segundo o secretário, tem condições de iniciar a imunização no dia seguinte ao recebimento das doses.
O governo federal anunciou na semana passada que vai iniciar a distribuição de 3,7 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 destinadas a crianças de 5 a 11 anos ainda em janeiro. Ao todo, o Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças nessa faixa etária, de acordo com o IBGE.
O governo de São Paulo calcula que pode vacinar todas as 4,3 milhões de crianças com idade entre 5 e 11 anos com pelo menos uma dose em, no máximo, três semanas, a partir do recebimento de doses do Ministério da Saúde. Ainda não há datas definidas.
Veja abaixo o que se sabe até agora sobre a vacinação infantil no estado de São Paulo:
Quando começa a vacinação de crianças em SP?
O governo de São Paulo não anunciou até o momento a data de início da vacinação de crianças de 5 a 11 anos no estado. Em coletiva de imprensa na quarta (5), o governador João Doria (PSDB) declarou que a vacinação no estado pode ser concluída em três semanas, segundo o plano estadual de imunização, desde que todas as doses necessárias sejam recebidas. Segundo a gestão estadual, o plano permite a vacinação de 250 mil crianças por dia em 5,2 mil postos de vacinação.
Onde a vacina para crianças será aplicada?
Além das 5,2 mil unidades de saúde e postos de aplicação de vacinas contra a Covid-19 que já existem no estado, a gestão de João Doria também credenciou 268 escolas estaduais para a vacinação infantil. As escolas estão distribuídas nos municípios de Caieiras, Campinas, Cajamar, Ibaté, Jundiaí, Louveira, Mairiporã, Nova Odessa e São Carlos.
No entanto, a prefeitura da capital paulista criticou a vacinação de crianças em escolas, proposta pela gestão estadual. O secretário municipal de Saúde da cidade de São Paulo, Edson Aparecido, chamou a ideia de “logística imprópria e desnecessária” por ter que deslocar profissionais de saúde das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para a vacinação em um momento de alta acentuada da circulação do vírus da gripe e do coronavírus na cidade.
De acordo com a Secretaria de Educação, também haverá busca ativa nas escolas dos adolescentes que ainda não retornaram para tomar a segunda dose da vacina.
A Secretaria estadual da Saúde de São Paulo já tinha informado que não exigirá prescrição médica para vacinar crianças.
Como vai ser feita a vacinação de crianças em SP?
A vacinação de crianças de 5 a 11 anos vai utilizar exclusivamente com o imunizante da Pfizer, que teve sua versão pediátrica aprovada pela Anvisa em 16 de dezembro.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação será feita sem necessidade de autorização por escrito, desde que pai, mãe ou responsável acompanhe a criança no momento da vacinação.
Ainda de acordo com a pasta, as doses serão aplicadas com intervalo de oito semanas – um prazo maior que o previsto na bula, de três semanas.
No estado de São Paulo, a vacinação será registrada na carteirinha infantil. Com o topo amarelo e a hashtag #Vacinajá em letras coloridas, o documento é similar ao que é usado no estado para a imunização de adultos e adolescentes.
Carteirinha de vacinação de crianças contra a Covid-19 em São Paulo. — Foto: ANDRé RIBEIRO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚD
Quem pode se vacinar contra Covid na capital?
- Para a primeira dose (D1), pessoas a partir de 12 anos;
- Para a segunda dose (D2), pessoas que já completaram o intervalo necessário entre a primeira e a segunda aplicação, de acordo com o imunizante utilizado;
- Para a dose de reforço (DA), imunossuprimidos com mais de 18 anos, que tomaram a última dose do esquema vacinal (segunda dose ou dose única) há pelo menos 28 dias;
- Para a dose de reforço (DA), pessoas com mais de 18 anos que tomaram a última dose do esquema vacinal (segunda dose ou dose única) há pelo menos 4 meses;
- Para a dose de reforço (DA), pessoas com viagem marcada para países que não aceitam duas doses de CoronaVac, e que tomaram a segunda dose há pelo menos 28 dias;
- Para a dose de reforço (DA), pessoas com mais de 18 anos, que tenham tomado a primeira dose da vacina da Janssen há pelo menos 2 meses.
A vacinação pode ser feita em qualquer uma das 469 Unidades Básicas de Saúde (UBSs); megapostos com acesso a pedestres, postos que funcionam exclusivamente em sistema drive-thru e a rede de farmácias parceiras. A vacina também está disponível em 82 AMAs/UBSs Integradas, unidades do Serviço de Atenção Especializada (SAE) e nos Centros de Saúde. (Veja a lista completa dos endereços)
O município aplica o reforço vacinal em maiores de 18 anos que tenham tomado a segunda dose do imunizante há pelo menos quatro meses, conforme anunciado pelo governo estadual.
A Secretaria da Saúde da capital paulista iniciou em 30 de novembro a aplicação da Pfizer como dose adicional nas pessoas maiores de 18 anos que foram vacinadas com o imunizante da Janssen há pelo menos dois meses.
Para se vacinar, é necessário levar o comprovante da primeira dose e não há mais a necessidade de apresentar o comprovante de residência.
Pelo Filômetro, é possível acompanhar a situação de espera nos postos que estão em funcionamento na cidade. Na página também é possível conferir quais vacinas estão disponíveis para aplicação de segunda dose em cada unidade.
Fonte: G1