Saúde

Avanço da variante ômicron da Covid leva à falta de profissionais nas unidades de saúde do estado de SP

Em São Bernardo do Campo, UBSs já têm 10% de profissionais afastados. Na cidade de São Paulo, são 1.585 profissionais da saúde contaminados com Covid ou síndrome gripal. Na rede estadual, são mais 1.754 afastados. Telemedicina é alternativa.


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O avanço da variante ômicron da Covid-19 em São Paulo está provocando falta de profissionais de saúde na linha de frente do combate aos efeitos da doença, devido aos afastamentos de profissionais, também contaminados pela doença. As secretarias municipais de Saúde tentam contratar novos profissionais para cobrir os afastamentos temporários, mas também vêm enfrentando dificuldades.

Em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, a rede municipal de saúde tem 10% menos de funcionários só nas unidades básicas de saúde. Dos 3 mil profissionais, 300 estão afastados.

Já na rede municipal de saúde da cidade de São Paulo, atualmente, 1.585 profissionais da saúde estão afastados por Covid-19 ou síndrome gripal. Na rede estadual de Saúde, são mais 1.754 afastados.

Além de profissionais de saúde contaminados, a doença também vem gerando uma onda de afastamentos de profissionais nos setores públicos e privado no estado de São Paulo. Na capital paulista, a Prefeitura discute inclusive a contratação de mais médicos para dar conta do atendimento.

“Não estamos nem conseguindo contratar mais profissionais porque os que não estão doentes ou estão afastados, estão trabalhando em 2 ou 3 lugares. Então, até isso, estamos com dificuldades de repor. Até para transferir de um lugar para outro seria vestir um santo e descobrir outro. Fica bastante complicado”, diz Geraldo Reple, presidente do conselho de secretários de saúde do estado de São Paulo.

Os profissionais fazem falta no atendimento à população, que tem procurado ajuda devido ao aumento dos casos de síndromes gripais. Na capital, só em janeiro de 2022, as unidades municipais de saúde da capital registraram 69,5 mil atendimentos de pessoas com sintomas de gripe, a maior parte, casos suspeitos de Covid – uma média de mais de 9 mil atendimentos em média por dia, segundo a Prefeitura.

A procura também tem sido grande na rede particular. Uma pesquisa feito pelo sindicato do setor mostra que mais de 90% dos hospitais no estado registraram alta nos atendimentos nos últimos 15 dias, em mais da metade deles, o número de pacientes atendidos mais que dobrou.

Com o aumento dos casos e a falta de profissionais na rede presencial, houve disparo a procura pela telemedicina no aplicativo da secretaria municipal de saúde da capital paulista de pessoas sob suspeita de síndrome gripal. Em novembro de 2021, foram 1.333 atendimentos à distância na central que cuida de gripe e Covid no aplicativo e-saúde-sp. Já em dezembro, o número saltou 94% – foram 2.585 consultas realizadas, uma média diária era de 83 atendimentos.

Nos primeiros sete dias de janeiro, em média, foram 181 consultas por dia. Somente na quarta-feira, dia 5, 327 consultas foram realizadas.

A secretaria municipal de saúde diz que esses atendimentos ajudam a desafogar os serviços públicos, que estão muito sobrecarregados.

“As pessoas acessam para falar sobre os sintomas e tirar dúvida, em caso o médico que tiver atendendo, achar que aquele sintoma ela precise procurar uma unidade de saúde, ele já orienta para de imediato. Caso contrário, ele vai orientando para ela acessar novamente a plataforma e ir fazendo o monitoramento, se a pessoa evolui para uma melhora ou se ela tiver evoluindo para uma piora do quadro, ela procurar um serviço de saúde pra um atendimento presencial”, afirma o secretário adjunto da Secretaria Municipal de saúde da cidade de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco.

No interior do estado, na cidade de Amparo, o prefeito Carlos Alberto Martin (MDB), que está com Covid, decretou novas restrições: eventos, festas, confraternizações e até aluguel de imóveis para temporada estão proibidos; bares e restaurantes só podem receber clientes até as 22h.

“Na segunda onda, na verdade, tivemos média de 50 casos por dia e hoje já estamos tendo 110 casos por dia. Então, mais do que dobrou em comparação ao período anterior. Essa explosão de casos começa a acontecer a partir de 23 de dezembro, coincidindo com período de festas. Acredito que todos relaxamos em relação às medidas de distanciamento aglomeração e junto com isso a própria circulação da variante, que me parece mais transmissível do que as que anteriormente circulavam”, diz a secretária municipal de saúde, Grazielle Bertolini.

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Fonte: G1

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