Prefeitura de SP deve tomar decisão sobre cancelamento do carnaval de rua na quinta-feira, diz secretário
Estudo da Vigilância Epidemiológica sobre a situação atual da Covid-19 para grandes eventos na cidade deve ficar pronto até esta quarta-feira (5). A exemplo do Rio de Janeiro, gestão municipal estuda liberar apenas desfile no sambódromo do Anhembi, onde será possível exigir uso de máscara e passaporte da vacina.
Bloco do cantor Bell Marques em 2020 — Foto: Marcelo Chello/Estadão Conteúdo https://7916e790681b960efc84814d3be4d4d8.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
A Prefeitura de São Paulo resolveu se adiantar e deve tomar uma decisão sobre a realização do carnaval de rua da cidade de 2022 até a próxima quinta-feira (6), segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.
Anteriormente, a gestão municipal havia afirmado que a decisão sobre o evento aconteceria até o dia 10 de janeiro, mas os recentes cancelamos das festividades no Rio de Janeiro e na Bahia levaram a gestão municipal a adiantar a discussão na cidade.
Segundo Edson Aparecido, o grupo da Vigilância Sanitária que analisará a viabilidade ou não do carnaval é o mesmo que sugeriu o cancelamento do Réveillon da Avenida Paulista, em decisão que foi acatada pelo município.
A previsão é a de que estudo da Vigilância Epidemiológica sobre a situação atual da Covid-19 para grandes eventos na cidade fique pronto até esta quarta-feira (5).
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Decisão diferente para as escolas de samba
Em 31 de dezembro, o secretário de Saúde da cidade havia dita ao g1 e à GloboNews que é possível que haja diretrizes diferentes em relação aos desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi e ao carnaval de rua da capital paulista, a exemplo do Rio de Janeiro.
O secretário explicou que isso se deve ao fato de o Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte, ter uma espécie de “controle” de público, cenário diferente do carnaval de rua.
O local pode adotar práticas fundamentais para o controle da pandemia como a exigência do passaporte da vacina para que as pessoas tenham acesso ao Anhembi e também a obrigatoriedade do uso de máscaras.
Segundo o secretário, o avanço da variante ômicron é uma das preocupações da Vigilância Sanitária municipal, que pesará na análise dos técnicos.
696 blocos
Apesar da preocupação, a Prefeitura de São Paulo aprovou, na quinta-feira (30), os desfiles de 696 blocos para o carnaval de 2022. A autorização foi publicada no Diário Oficial do Município.
Em nota, a Secretaria Municipal das Subprefeituras ainda celebrou o número, por representar um marcador inédito: segundo a pasta, é a maior quantidade de blocos registrada na história da cidade.
A gestão municipal também afirma que 64 desfiles foram cancelados, sendo 23 deles por não retornarem o contato para o envio de todas as informações.
Embora siga sustentando e avançando nos tramites, a realização do evento permanece condicionada à situação epidemiológica do município no próximo ano: o número de casos, mortes e internações por coronavírus deverá balizar as decisões.
No dia 23 de dezembro, a Prefeitura de São Paulo havia informado que 28 blocos cancelaram a participação no carnaval de rua da capital em 2022.
Entre os que já tinham solicitado o cancelamento estavam as cantoras Daniela Mercury (Pipoca da Rainha) e Gloria Groove (Bloco das Gloriosas), a produtora de funk Kondzilla (Bloco do Kondzilla) e o ator e cantor Tiago Abravanel (Bloco do Abrava).
Artistas cancelaram blocos de carnaval em São Paulo em 2022 — Foto: Reprodução
Nova variante avança
A variante ômicron da Covid-19 já representa 50% de prevalência dos novos casos confirmados da doença na cidade de São Paulo, segundo levantamento divulgado pela prefeitura da capital paulista.
Neste momento, o município contabiliza 69 casos da nova variante. Os dados são preliminares, e o sequenciamento genético das variantes da doença foi feito em parceria com o Instituto Butantan.
Desde a descoberta da variante delta, ainda predominante na capital, a prefeitura afirma que não interrompeu e sempre ampliou o monitoramento genômico de novos diagnósticos.
Semanalmente, a Secretaria municipal da Saúde envia para os institutos Butantan, de Medicina Tropical da USP, e Adolfo Lutz, cerca de 300 amostras para análise, sequenciamento genômico e monitoramento dos casos, o que representa cerca de 40% das amostras positivas.
Entenda a dupla infecção simultânea por gripe e Covid-19
Trata-se de um número amostral representativo, uma vez que o processo de genotipagem é utilizado justamente para monitorar os tipos de cepas circulantes na cidade.
Pelo menos 110 moradores da cidade de São Paulo foram diagnosticados com gripe e Covid-19 ao mesmo tempo desde o início da pandemia, segundo dados divulgados nesta terça-feira (4) pela Secretaria da Saúde da capital.
Na capital paulista, há relatos de hospitais que identificaram a dupla infecção pelos vírus Influenza e coronavírus com diagnósticos feitos na mesma semana ou até no mesmo dia.
Em outros lugares do Brasil, como Rio de Janeiro e Ceará, também há registros.
Fonte: G1