99 e Uber anunciam retomada do serviço
99 e Uber anunciam retomada do serviço de moto por aplicativo na cidade de SP a partir de 11 de dezembro
Na véspera, dia 10, vence o prazo dado pela Justiça de São Paulo para que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) regulamente as regras do serviço na capital paulista.
Por Rodrigo Rodrigues, Felipe Souza, g1 SP e TV Globo

99 e Uber anunciam retomada do serviço de moto por aplicativo em SP a partir de 11 de dezembro
As plataformas de aplicativo 99 e Uber anunciaram nesta terça-feira (18) que vão retomar o serviço de moto por aplicativo na cidade de São Paulo a partir do próximo dia 11 de dezembro.
Na véspera, dia 10, vence o prazo dado pela Justiça de São Paulo para que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) regulamente as regras do serviço na capital paulista.
Procurada, a Prefeitura de SP disse que é “rigorosamente contrária ao serviço de mototáxis na cidade. Trata-se de um transporte não regulamentado, perigoso e que tem registrado acidentes e mortes de inúmeros passageiros” e que “as áreas jurídicas e técnicas da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) avaliam o assunto”.
O anúncio da retomada dos serviços foi feito em conjunto pelas duas empresas e acontece após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) da semana passada que considerou inconstitucional a lei estadual que dava aos municípios poder para autorizar ou proibir o serviço.
Segundo as empresas, o modelo já é aplicado no Rio de Janeiro em parceria com o poder público e pode subsidiar a futura regulamentação municipal.

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Documento com compromissos
99 e Uber anunciam retomada do serviço de moto por aplicativo na cidade de SP a partir de 11 de dezembro — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1
No evento, realizado no bairro da Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo, as empresas distribuíram um documento que estabelece cinco compromissos principais das duas plataformas com os usuários paulistanos e a prefeitura da capital.
- Compartilhamento de dados — Transferência de informações agregadas e anonimizadas ao poder público para planejamento de mobilidade, redução de acidentes e ações educativas, respeitando a LGPD.
- Certificação de condutores — Exigência de idade mínima de 21 anos e carteira de habilitação com EAR (Exerce Atividade Remunerada).
- Treinamento de segurança — Formação contínua em direção defensiva e boas práticas, com treinamentos presenciais periódicos.
- Distribuição de equipamentos — Doação de coletes refletivos para motociclistas engajados.
- Tecnologias de monitoramento — Uso de telemetria para identificar padrões de risco (como excesso de velocidade e freadas bruscas), gerar alertas e criar incentivos para condutores com comportamento seguro.
O diretor de Políticas Públicas da Uber Brasil, Ricardo Leite Ribeiro, afirmou que a data foi escolhida por esgotar o prazo dado pelo TJ para que o prefeito regulamentar o serviço na capital paulista.
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Serviço voltará a ser oferecido pela 99 e Uber — Foto: Reprodução
Ele ressaltou que a empresa “segue querendo contribuir no debate regulatório, mas enquanto ele não acontece, a gente vai cumprir com rigor esses compromissos assumidos”.
Veja abaixo a reprodução do documento:
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Documento com compromissos da 99 e da Uber — Foto: Reprodução
O que diz a Prefeitura de SP
Abaixo, leia a íntegra da nota da prefeitura:
“Preocupada e atenta à segurança de sua população, a Prefeitura de São Paulo reitera ser rigorosamente contrária ao serviço de mototáxis na cidade. Trata-se de um transporte não regulamentado, perigoso e que tem registrado acidentes e mortes de inúmeros passageiros.
A Prefeitura, através da Procuradoria Geral do Municipal, vai ingressar com novo recurso no Supremo Tribunal Federal em que pedirá o efeito suspensivo da decisão. A proibição do transporte por motocicleta via aplicativo na cidade de SP se baseia em dados concretos sobre o aumento de acidentes e mortes com o uso de motocicletas.
Essa frota teve um salto de 56% nos últimos dez anos (833 mil em 2014 para 1,3 milhão em 2024), e o número de óbitos nesses casos cresceu 20% de 2023 (403 óbitos) para 2024 (483 óbitos), superando até mesmo os homicídios.
Somente com pacientes vítimas de acidentes de moto, a Prefeitura aplicou no ano passado cerca de R$ 35 milhões na linha de cuidado a trauma. As áreas jurídicas e técnicas da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) avaliam o assunto”.

