O atacante foi denunciado por forçar um cartão amarelo e beneficiar apostadores em 2023, em um jogo contra o Santos, no Mané Garrincha, pelo Brasileirão.

E ainda em setembro recebeu a condenação do STJD a 12 jogos de suspensão. Desde então, vinha atuando sob efeito suspensivo enquanto aguardava o julgamento dos recursos do Flamengo e da Procuradoria. Na quinta-feira, saiu a decisão final: multa de R$ 100 mil, a máxima prevista, sem a inclusão de jogos de suspensão.

— Trabalho há cinco no Brasil, sou muito grato ao futebol brasileiro, às pessoas que me receberam aqui. O futebol aqui está no gêneses das pessoas, e portanto acho que o futebol deveria ser o embaixador daquilo que é o exemplo pra nossa sociedade — iniciou Abel, após a longa pausa de raciocínio.

— Não sou ninguém para julgar o que se passou, essa não é minha função. Só acho que o futebol tem que ser o embaixador daquilo que são os valores, a ética, a educação, pras gerações presentes e futuras.

— Futebol faz parte do vosso, do nosso sangue, e no que depender de mim farei de tudo para fazer o futebol melhor. Somos rivais, não somos inimigos. O futebol precisa de união, isso que faz a magia, unir diferentes classes sociais. Deveria e deverá ser embaixador daquilo que é ética, respeito, competitividade, rivalidade, isso que eu penso — explicou o treinador.

— Sobre o que me perguntaste (a decisão do STJD sobre Bruno Henrique), eu acho que todos vocês falaram e portanto não tenho muito mais nada a dizer a não ser isso. Olho pro futebol como embaixador do que devem ser os princípios, o respeito.

— Sou competitivo, tenho melhorado no que tem a ver com meu comportamento nos 90 minutos, mas tenho pouco a dizer em relação a isso. O resto acho que conhecem como isso funciona melhor que eu — encerrou.

Ainda na segunda-feira, antes da decisão do STJD sobre o caso, a presidente Leila Pereira criticou a entidade por adiar o julgamento de Bruno Henrique no mesmo dia em que confirmou a punição a Allan, do Alviverde, deixando o meio-campista fora do clássico contra o Santos, no sábado, pelo Brasileiro.

Ela na ocasião cobrou “equilíbrio” do tribunal.

– Um atleta é condenado por uma infração grave e joga normalmente por dois meses, inclusive fazendo gols e decidindo jogos. Aí, quando finalmente é marcado o novo julgamento, vota-se pela absolvição deste atleta e a sessão é adiada.

– Enquanto isso, o Allan, que era réu primário, pega duas partidas de suspensão por um lance de jogo e depois tem a punição ratificada pelo Tribunal em pouco mais de 15 dias. E tudo isso acontece em uma semana decisiva, quando já teríamos vários desfalques por conta da Data Fifa. Não queremos ser beneficiados, mas não aceitamos ser prejudicados – disse a dirigente.

Bruno Henrique foi denunciado por forçar um cartão amarelo e beneficiar apostadores em 2023, em um jogo contra o Santos, no Mané Garrincha, pelo Brasileirão. No julgamento em setembro, o STJD o condenou a 12 jogos de suspensão. Desde então, o atacante vinha atuando sob efeito suspensivo.

O Flamengo na época entrou com um recurso no STJD contra a punição aplicada a Bruno Henrique, enquanto a Procuradoria do STJD entrou com um recurso para aumentar a pena do atacante.

Quatro cenários, portanto, foram postos como possíveis: absolvição, redução da pena, manutenção da suspensão de 12 jogos e aumento da duração do gancho. Na quinta-feira, o STJD decidiu que Bruno Henrique terá de pagar multa de R$ 100 mil, mas está liberado para jogar, assim enfrentou o Sport no sábado.

A decisão não cabe recurso e o caso do atacante do Flamengo está encerrado no STJD.

Bruno Henrique ainda será julgado na esfera comum. A Polícia Federal o indiciou por fraude esportiva, no artigo 200 da Lei Geral do Esporte – fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado –, com pena de dois a seis anos de reclusão.

A denúncia do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) foi aceita pela Justiça do Distrito Federal, onde o caso está em andamento.