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Ex-companheira acusada de mandar matar professora em SP e mais três pessoas viram rés por feminicídio

Por Rodrigo Rodrigues, Letícia Maria, g1 SP e GloboNews — São Paulo

A veterinária Fernanda Fazio (esquerda) é acusada de ser a mandante do assassinato da professora Fernanda Bonin. — Foto: Montagem/g1/Reprodução/TV Globo

A veterinária Fernanda Fazio (esquerda) é acusada de ser a mandante do assassinato da professora Fernanda Bonin. — Foto: Montagem/g1/Reprodução/TV Globo

A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia e tornou ré a veterinária acusada de mandar matar a professora Fernanda Reinecke Bonin, encontrada morta em abril com sinais de enforcamento em um terreno baldio próximo na Zona Sul de São Paulo. Outros três acusados também viraram réus.

Ex-companheira da vítima, Fernanda Loureiro Fazio teria agido motivada por ciúmes e pelo interesse em um seguro de vida de R$ 500 mil, segundo as investigações do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

A professora de matemática foi casada por oito anos com Fernanda Fazio, mas as duas não moravam mais juntas havia um ano após um relacionamento com idas e vindas. De acordo com a polícia, as duas faziam terapia de casal para tentar se reconciliar.

A inconformidade com o fim do relacionamento e uma oferta de emprego na Alemanha teria levado Fernanda Fazio a contratar a dupla Rosemberg Joaquim de Santana e João Paulo Bourwuin para matar a professora.

 

Com a decisão da Justiça na semana passada, Fernanda Fazio e mais três pessoas viraram réus pelo crime de feminicídio contra a professora, que foi morta com um cadarço amarrado no pescoço. O g1 não conseguiu acesso à defesa de Fazio e dos demais réus.

A denúncia foi aceita no dia 3 de junho pela juíza do 2ª Vara do Tribunal do Júri, na Barra Funda, que viu “indícios robustos de autoria e prova da materialidade do delito” cometido pelos quatro acusados, que já estão presos.

Os réus acusados de feminicídio são os seguintes: Fernanda Loureiro Fazio (mandante), Rosemberg Joaquim de Santana,  João Paulo Bourwuin e Jane Maria da Silva. — Foto: Montagem/g1/Reprodução/TV Globo

Os réus acusados de feminicídio são os seguintes: Fernanda Loureiro Fazio (mandante), Rosemberg Joaquim de Santana, João Paulo Bourwuin e Jane Maria da Silva. — Foto: Montagem/g1/Reprodução/TV Globo

Os réus denunciados pelo Ministério Público e indiciados pela polícia pelo crime são os seguintes:

  • Fernanda Loureiro Fazio (presa temporariamente): ex-mulher da vítima, apontada como mandante;
  • Rosemberg Joaquim de Santana (preso temporariamente): suspeito de matar a vítima com o cadarço;
  • João Paulo Bourwuin (preso temporariamente): detido em 7 de maio, o suspeito aparece dirigindo o carro da professora no dia do crime;
  • Jane Maria da Silva (presa temporariamente): mulher que aparece em vídeo abandonando carro da vítima.

 

Desde o dia do desaparecimento da professora, em 27 de abril, o caso teve uma série de desdobramentos. Abaixo, confira os acontecimentos em ordem cronológica:

Apontada como mandante do crime, ex-mulher de professora morta é presa

Apontada como mandante do crime, ex-mulher de professora morta é presa

📅 27 de abril → desaparecimento

 

Câmeras de segurança do prédio onde Fernanda Bonin morava registraram pela última vez a professora saindo com o veículo na noite de domingo (27), por volta das 18h50. O carro consta como “não recuperado” no registro policial.

As câmeras do prédio registraram ela no elevador do prédio. Em seguida, aparece o carro dela, um Hyundai Tucson prata, deixando a garagem e saindo do condomínio.

De acordo com o primeiro depoimento de Fazio, Fernanda Bonin havia deixado o apartamento para socorrê-la na Zona Oeste da cidade. A suspeita contou na polícia que ligou para a professora pedindo ajuda porque seu automóvel estava parado com problemas mecânicos na Avenida Jaguaré.

Inicialmente, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) pensou se tratar de um latrocínio — roubo seguido de morte. O celular e o carro da vítima sumiram.

📅 28 de abril → corpo encontrado

 

A professora Fernanda Bonin, de 42 anos, foi achada morta em um terreno baldio próximo ao Autódromo de Interlagos — Foto: TV Globo/Reprodução

A professora Fernanda Bonin, de 42 anos, foi achada morta em um terreno baldio próximo ao Autódromo de Interlagos — Foto: TV Globo/Reprodução

Na manhã da segunda-feira (28), a professora foi encontrada morta em um terreno baldio próximo ao Autódromo de Interlagos. A Polícia Militar foi acionada após uma denúncia anônima.

Fernanda estava deitada de costas, com um cadarço enrolado em seu pescoço, com marcas de estrangulamento.

📅 30 de abril → caso investigado como homicídio

 

No dia 30 de abril, a Polícia Civil passou a investigar o caso como homicídio. As autoridades suspeitavam que a professora poderia ter sido morta por um ladrão ou por alguém que quis assassiná-la por um motivo que era desconhecido até então.

📅 2 de maio → ex-mulher presta depoimento

 

No dia 2 de maio, Fernanda Fazio, prestou um depoimento à Polícia que durou cerca de 2 horas. Ela começou o depoimento relatando como se encontraria com a ex-companheira no dia em que ela foi morta.

📅 6 de maio → vídeo mostra casal abandonando carro

 

Na terça (6), a TV Globo teve acesso a imagens de uma câmera de segurança que registrou o momento em que um casal abandona o carro da professora nas proximidades do Autódromo de Interlagos na mesma data em que ela desapareceu.

Nas imagens, é possível ver que a dupla sai do carro, fica alguns segundos parada, olha para os lados e começa a se distanciar do veículo.

No mesmo dia, foi divulgada a informação de que a Polícia Civil pediu à Justiça a prisão temporária de uma das pessoas flagradas abandonando o carro da professora.

O pedido foi feito porque investigadores encontraram e reconheceram uma impressão digital que estava no veículo da vítima.

📅 7 de maio → prisão de suspeito

 

Na quarta-feira (7), a Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária de uma das pessoas que foram flagradas abandonando o carro da professora.

No mesmo dia, a polícia prendeu o homem suspeito de abandonar o veículo. Segundo a TV Globo apurou, o suspeito confirmou em depoimento ter deixado o veículo no local e negou ter participação no assassinato.

📅 9 de maio → polícia conclui que ex-mulher foi mandante

 

Os investigadores pediram à Justiça a prisão de Fazio. Também foi pedida a prisão de outras duas pessoas, consideradas executoras do crime.

Na sexta (9), a polícia concluiu que a morte da professora Fernanda Bonin foi encomendada por Fernanda Fazio, ex-companheira dela, motivada por ciúmes.

📅 9 de maio → prisão da ex-mulher

 

O caso, que inicialmente era apurado como latrocínio (roubo seguido de morte), passou a ser investigado como feminicídio.

Câmeras de segurança gravaram Fernanda Bonin no elevador do prédio e saindo sozinha de carro em São Paulo — Foto: Reprodução

Câmeras de segurança gravaram Fernanda Bonin no elevador do prédio e saindo sozinha de carro em São Paulo — Foto: Reprodução

Fonte: G1

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