Mutirão toma estações de metrô de São Paulo para testes de diagnóstico de Hepatite

Uma picadinha no dedo, 15 minutos de espera e o resultado já aparece.

“Deu negativo. Graças a Deus. Gente que trabalha de diarista, não tem tempo. Aí, quando tem assim, a gente tem que aproveitar”, diz a Cícera de Oliveira Martins.

Se der positivo, a pessoa é encaminhada para uma unidade de saúde. Os agentes de saúde passaram a tarde desta sexta-feira (28) em 12 estações do metrô de São Paulo para fazer um mutirão de testes de Hepatite: B e C. Eles esperam testar até 200 mil pessoas até a metade de agosto.

O time de testagem veio até as pessoas porque, segundo os especialistas, muita gente só descobre a doença tarde porque não faz esse exame. O Ministério da Saúde estima que mais de 1 milhão de pessoas tenham Hepatite B ou C e não sabem disso.

Os médicos dizem que a Hepatite é uma doença silenciosa que pode evoluir para uma cirrose ou câncer. Na maioria dos casos, quem está contaminado não sente nada.

“Podem ser sintomas inespecíficos como uma febre, uma virose, um mal-estar, náusea ou mais classicamente como a gente tá habituado fica com a coloração da pele amarelada. Se confunde com uma gama de outras doenças – então, é muito importante a pessoa fazer preventivamente o teste. Isso pode salvar uma vida”, diz o médico hepatologista Rogério Camargo Alves.

O aumento na testagem é uma das ações para o Brasil conseguir cumprir a meta firmada com a Organização Mundial da Saúde, de eliminar a doença até 2030.

O teste rápido de Hepatite dos tipos B e C está disponível de graça no Sistema Público de Saúde.

A Isabel Bing conseguiu se curar da Hepatite C, em 2018. Só que, por conviver mais de 15 anos com a doença, ficou com sequelas no fígado, que a colocaram na fila do transplante. Ela diz que o tratamento evoluiu muito, mas que a prevenção e a testagem frequente são os melhores caminhos.