Cidade de SP começa a vacinar nesta quarta-feira contra mpox adultos com mais risco de desenvolver a doença
Imunização contra doença antes conhecida como ‘varíola dos macacos’ focará tanto em pessoas que tiveram exposição ao vírus quanto nas que não tiveram diagnóstico da doença, mas têm risco de desenvolver formas graves da enfermidade.
Profissional prepara dose da vacina contra a varíola dos macacos (monkeypox) — Foto: Phil Nijhuis/ANP/AFP
A Prefeitura de São Paulo começa nesta quarta-feira (22) a vacinar contra a mpox inicialmente a adultos com mais risco de desenvolver as formas mais graves da doença, que antes era chamada de “varíola dos macacos”. As 1.375 doses da vacina MVA-BN Jynneos Mpox disponíveis serão aplicadas em 17 Serviços de Atenção Especializada (SAEs).
Serão imunizadas tanto pessoas que tiveram exposição ao vírus quanto as que não tiveram diagnóstico da doença, mas fazem parte do grupo de risco (confira abaixo). A vacina não deve ser aplicada junto com outros imunizantes.
No caso de quem teve pré-exposição ao vírus, receberão as doses:
- Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses [condição que deixa o sistema imune menos capaz de combater determinadas infecções]. De acordo com o Ministério da Saúde, este público representa atualmente cerca de 16 mil pessoas em todo o país;
- E profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus [a família do vírus da monkeypox] em laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB-3), de 18 a 49 anos de idade.
Já no caso da vacinação pós-exposição ao vírus, receberão as doses:
- Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS.
Veja a lista com os endereços e telefones das unidades que realizarão a vacinação.
A mpox pode causar erupções cutâneas em diferentes formas e afetar todo o corpo, incluindo rosto, palmas e órgãos genitais.
Vírus da monkeypox visto usando microscopia. — Foto: NIAID via AP, File
No Brasil, até 13 de março, foram notificados 50.803 casos suspeitos para a mpox. Destes, 10.301 casos (20,3%) foram confirmados, 339 (0,7%) classificados como prováveis, 3.665 (7,2%) suspeitos e 36.498 (71,8%) descartados.
Desde setembro do ano passado, porém, o número de casos no país está em declínio considerável. A curva epidêmica dos casos confirmados e prováveis teve sua maior frequência registrada no período de 17 de julho a 20 de agosto.
Mudança de nome
A mpox era chamada de varíola dos macacos porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos, em 1958. Só foi detectada em humanos em 1970. Entretanto, o surto mundial do ano passado não tem relação nenhuma com os primatas – todas as transmissões identificadas foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas.
Por causa disso, no ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um processo de consulta pública para encontrar um novo nome para a doença e assim combater o racismo e estigma provocado pelo nome. Durante o processo, foram ouvidos vários órgãos consultivos até chegar no termo “mpox” (do inglês, “monkeypox”).
Fonte: G1