SP termina o verão com chuvas bem acima da média e Cantareira atinge nível próximo a 80%
Capital acumulou 908,2 milímetros de precipitação ao longo da estação, segundo o Inmet. Nível do sistema Cantareira cresceu 41,2 pontos percentuais, encerrando o período com 79,8% de seu volume operacional ocupado por água, índice que não era registrado desde 2011.
Céu da cidade de São Paulo em fevereiro de 2023 — Foto: Renata Bitar/g1
A cidade de São Paulo terminou o verão 2022/2023, nesta segunda-feira (20), com um volume de chuvas acima da média para o período.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram 908,2 milímetros de precipitação, ao todo — índice 13,6% acima do esperado.
O grande responsável por esse desvio positivo foi o mês de fevereiro, o terceiro mais chuvoso desde o início da série histórica de medições do instituto, em 1943.
O quadro registrado neste ano é oposto ao visto no anterior, quando o mês foi marcado por um volume de chuvas muito abaixo da média.
- Verão 2021/2022: São Paulo teve estação marcada por contraste entre chuvas intensas e 2º fevereiro mais seco desde 1943
Somente do início do ano até esta segunda, a quantidade de chuva que caiu na capital paulista já supera o esperado para até o começo de maio.
Durante este verão, o nível do sistema Cantareira cresceu 41,2 pontos percentuais, encerrando o período com 79,8% de seu volume operacional ocupado por água, índice que não era atingido desde 2011.
Represa do Jaguari, do Sistema Cantareira, em 2023 — Foto: Lucas Rangel/TV Vanguarda
A estação que se encerrou nesta segunda é de extrema importância para o reabastecimento dos reservatórios de água de São Paulo, uma vez que as seguintes, outono e inverno, têm como característica a diminuição de chuvas com níveis significativos o bastante para manter os sistemas que abastecem Região Metropolitana operando normalmente.
Os termômetros do Inmet no Mirante de Santana, na Zona Norte da capital, registraram 33,2°C em 16/jan e 15°C em 23/dez, a maior e a menor temperatura deste verão, respectivamente. Também em janeiro, a cidade chegou a ter amplitude térmica diária (diferença entre a maior e a menor temperatura medidas no mesmo dia) de 12,7°C.
Veja como foi a estação mês a mês
DEZEMBRO (a partir de 21/12)
- Registrada a temperatura mais baixa deste verão, 15°C, no dia 23/12
JANEIRO
Raio registrado na cidade de São Paulo em janeiro de 2023 — Foto: Renata Bitar/g1
- Volume de chuva acumulado foi de 212,4 mm, 27,3% abaixo do esperado e o menor para o mês desde 2016;
- Médias das temperaturas máximas e mínimas ligeiramente abaixo do normal;
- A capital teve o início de ano mais frio desde 1982. Os 10 primeiros dias do mês tiveram desvio negativo de temperaturas. A média das máximas ficou 4°C abaixo do normal e das mínimas, 1,2°C abaixo;
- Termômetros registraram 33,2°C no dia 16/01, a temperatura mais alta deste verão;
- Chegou a registrar amplitude térmica diária de 12,7°C no dia 27/01;
- Sistema Cantareira terminou o mês com volume operacional de 52,5%.
FEVEREIRO
Foliões tentam fugir da chuva em São Paulo — Foto: Darlan Helder/g1
- Volume de chuva acumulado 66% acima da média, fazendo deste o terceiro fevereiro mais chuvoso dos últimos 80 anos. Ao todo, foram 428,9 mm de precipitação;
- Choveram 22 dias no mês, oito a mais do que o normal;
- Média de temperaturas máximas ligeiramente abaixo do esperado e de mínimas ligeiramente acima;
- Em 15/02, foi registrada uma rajada de vento de 77 km/h. O conjunto chuva e ventania danificou carros alegóricos às vésperas dos desfiles no Sambódromo do Anhembi;
- Durante o carnaval de rua, os foliões sofreram com granizo e chuvas intensas. Pessoas e banheiros químicos chegaram a ser arrastados pela correnteza da água;
- Volume do sistema Cantareira atingiu 70%, maior índice registrado em 11 anos.
MARÇO (até 20/03)
Carro passando por rua alagada no Centro de SP — Foto: Celso Tavares/g1
- Dias seguidos de chuvas causaram estragos na capital paulista. Escolas ficaram alagadas e tiveram que suspender as aulas.
- Cantareira terminou este verão com 79,8% de seu volume ocupado por água. Imagens mostram mudança de paisagem em represa do sistema com a abundância de chuvas;
Equinócio de Outono
O outono começa com a ocorrência de um fenômeno astronômico chamado Equinócio, no qual a Terra se inclina de tal forma que os hemisférios Norte e Sul recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham praticamente a mesma duração (12h).
Centro de São Paulo sob forte nevoeiro na manhã desta quinta, 2 de junho — Foto: TV Globo
Em 2023, o Equinócio de Outono ocorreu às 18h25 desta segunda-feira (20), encerrando o verão e dando início à estação que tende a ser marcada pela chegada das primeiras massas de ar frio, vindas do sul do continente americano, provocando queda de temperaturas no sudeste brasileiro, conforme o prognóstico do Inmet, que também aponta chuvas abaixo da média para a região.
Fonte: G1