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Opinião: o Santos erra muito mais do que o aceitável para um time de futebol profissional


Com quatro minutos do primeiro tempo da partida contra o Santo André, Lucas Lima tinha acertado alguns passes e deixado Felipe Jonatan cara a cara com o goleiro. Nada fora do comum. Nenhum lance mágico. Mas chamou a atenção: o novo camisa 23 do Santos consegue acertar o básico.

Isso, para este time, parece complicado.

Não estamos falando de jogadas de efeito, golaços ou táticas super avançadas, mas, para este Santos, trocar três passes verticais parece muuuuuuuito difícil, quase impossível.

Uma tabela, uma triangulação, aproximação, toca e passa… Nada disso funciona. São erros de todos os tipos: das ideias à prática. Por falta de confiança ou qualidade, parece ser muito difícil fazer o mínimo exigido para um time de futebol profissional.
Lucas Lima em Santo André x Santos — Foto: Abner Dourado/AGIF
Lucas Lima em Santo André x Santos — Foto: Abner Dourado/AGIF

Nem todas as ideias do técnico Odair Hellmann também têm dado certo. Com desfalques e a falta de resultados, o treinador tem tentado mudar. Contra o São Paulo, levou o Santos a campo num 4-2-4, mas Lucas Braga, um dos atacantes, era um meio-campista pela direita para ajudar João Lucas na marcação; diante do Santo André, o Peixe foi escalado num 3-5-2.

No clássico, a ideia parecia que daria certo. O Santos até conseguiu ser melhor do que o rival nos minutos iniciais, mas por causa de erros básicos jogou tudo por água abaixo.

Já diante do Santo André o Peixe só foi melhor por que Lucas Lima fez bem feito, repetimos, o básico. Com sua já conhecida qualidade, o novo camisa 23 santista criou duas chances claras de gol e foi um dos melhores em campo.

Santo André 1 x 1 Santos – Melhores Momentos – 9ª rodada do Paulistão 2023

Sem Lucas Lima, o Santos foi um deserto de ideias. São todos os tipos de erros. Zagueiros que tentam lançar como meias, mas erram quase tudo; volantes que dão espaço no meio de campo; atacantes que tocam quando precisam correr e correm quando precisam tocar; lançamentos sem direção para todos os lados; e a já conhecida falta de confiança para arriscar.

Num lance no segundo tempo, Ângelo recebeu ótimo passe de Lucas Barbosa e ficaria cara a cara com o goleiro do Santo André. Era “só” dominar e seguir em direção ao gol, mas o garoto, que tem talento de sobra, parou a bola e desperdiçou todo o lance de ataque do Santos.

No gol do Santo André, Dodi não recompôs a marcação e deixou o adversário livre para abrir o placar no Bruno José Daniel. Eduardo Bauermann, substituído no primeiro tempo, errou pelo menos dois lançamentos completamente sem direção para o ataque.
Odair Hellmann em Santo André x Santos — Foto: Abner Dourado/AGIF
Odair Hellmann em Santo André x Santos — Foto: Abner Dourado/AGIF

Além de todos os erros simples, o Santos se mostra um time inocente, sem “malandragem”. Não consegue usar nada a seu favor. Sempre se vê em desvantagem – em jogadas pelo alto, na criação de lances de ataque, para dosar o ritmo.

Contra quase todos os adversários deste Campeonato Paulista, o Santos parece estar em inferioridade. Parece ter o pior time, tomar as piores decisões e cometer muitos erros. É até difícil de entender e explicar, porque, no papel, a equipe comandada pelo técnico Odair Hellmann, que já foi comandada por outros sete técnicos desde 2021, tem qualidade.

Contra Ferroviária e São Bento, o Santos jogou bem, mostrou repertório, criou oportunidades, deu trabalho para os adversários. Mas é muito pouco para um dos quatro grandes de São Paulo num estadual com diversas equipes de divisões inferiores ou até sem qualquer divisão no futebol brasileiro, né?

Se na teoria este elenco tem qualidade, na prática, quando a bola rola, costuma parecer que são 11 pessoas tentando formar um time de futebol. E, enquanto escrevíamos este texto, Corinthians e Palmeiras jogavam futebol. Parecia um esporte diferente do que o Santos tem praticado na maior parte do Campeonato Paulista.
Fonte: Ge

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