Lei na cidade de SP obriga agências bancárias instalarem cofres para que vigias guardem armas
Projeto era do vereador delegado Palumbo (MDB), e a lei foi sancionada pelo prefeito, Ricardo Nunes.
Lei que determina que agências de banco tenham cofres para vigias guardarem armas foi sancionada pelo prefeito de SP — Foto: Fábio Tito/g1
Uma lei sancionada pelo prefeito Ricardo Nunes na cidade de São Paulo, na terça-feira (17), obriga as agências bancárias a colocarem cofres para que os vigias guardem as armas com segurança e sejam evitados furtos.
De acordo com a lei 17.912, as instituições bancárias e financeiras da capital devem instalar cofres com chapa com chumbadores para que sejam guardadas armas de fogo próprias ou terceirizadas. Também devem ser colocados nos compartimentos coletes e munições pelos funcionários responsáveis pela segurança.
As mudanças devem ser feitas até janeiro de 2024. O autor do projeto de lei foi o vereador Delegado Palumbo (MDB).
“Esse projeto de lei foi um pedido da delegacia de roubo a bancos porque as armas são guardadas em gavetas ou armários. Em média, em cinco minutos eles [criminosos] entram e levam quatro ou cinco armas. Entravam à noite, fim de semana ou feriado”, disse o vereador ao g1.
Em 2016, a Polícia Civil de Jundiaí (SP), cidade que fica a 60 quilômetros da capital, esclareceu mais de 40 invasões de uma quadrilha que furtava armas dos vigilantes.
Duas pessoas, suspeitas de agirem na região, no litoral e na capital foram presas em São Paulo. Em agosto daquele ano, outro homem que também furtava agências bancárias foi identificado a partir de câmeras do circuito de segurança dos bancos.
Ocorrências semelhantes foram registradas nas cidades de Mogi das Cruzes, Panorama, Caçapava e Jacareí, no interior paulista, nos últimos cinco anos.
Uma pesquisa de 14 de fevereiro de 2022, do Instituto Sou da Paz, fez uma análise de 23.709 ocorrências de desvios de armas entre os anos de 2011 e 2020 no estado. Neste período, houve uma média de 6,49 ocorrências de desvios por dia, sendo que cada uma delas pode estar vinculada a uma ou mais armas, elevando a média para 9 armas desviadas por dia em 10 anos.
Os locais com maior número de armas desviadas são repartições públicas (fóruns e delegacias), empresas de segurança privada, bancos e residências de CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).
As instituições bancárias, segundo o estudo, estão no grupo de locais e tipos de atividade que reúne menos ocorrências, mas que têm uma média maior de armas desviadas por ocorrência.
Média de armas desviadas por ocorrência no estado de SP, segundo local, entre 2011 e 2020
- Repartição Pública – 2,32
- Instituição bancária/carro-forte – 1,99
- Comércio, serviço, empresa ou escritório – 1,63
- Unidade rural – 1,47
- Outros – 1,43
Fonte: G1