Reajuste da tarifa de ônibus da capital

Prefeito de SP diz que deve tomar decisão sobre reajuste da tarifa de ônibus da capital em dezembro

Ricardo Nunes afirmou que vai sentar com o governador eleito do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para tomar uma decisão sobre o reajuste, já que há integração do bilhete único com o Metrô e a CPTM. Tarifa está congelada em R$ 4,40 na cidade desde janeiro de 2020.


O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), durante evento no Metrô de SP nesta segunda-feira (21).  — Foto: Reprodução/TV Globo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), durante evento no Metrô de SP nesta segunda-feira (21). — Foto: Reprodução/TV Globo

O prefeito de São PauloRicardo Nunes (MDB), afirmou nesta segunda-feira (21) que vai tomar uma decisão sobre o aumento da tarifa de ônibus na capital paulista no próximo mês de dezembro.

O preço da tarifa na cidade está congelado em R$ 4,40 desde janeiro de 2020 e tem pressionado os custos de operação do sistema de transportes na cidade, obrigando a gestão municipal a aplicar mais verba de subsídio para manter os ônibus funcionando.

Segundo a SPTrans, em 2023 o total aplicado pela gestão Nunes nas empresas de ônibus será de R$ 7,4 bilhões.

“Da tarifa, a gente ainda está fazendo análise. Evidentemente será em dezembro que estaremos tomando a decisão com relação ao ajuste tarifário ou não”, disse.

O prefeito afirmou que vai sentar com o governador eleito do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para tomar uma decisão sobre o reajuste casado ou não, uma vez que há integração do bilhete único com o Metrô e a CPTM.

“A decisão final da tarifa, evidentemente, preciso sentar com o governador que vai estar assumindo para discutir a questão tarifária, porque também tem a questão da integração, mas não tenho nesse momento uma decisão final se terá uma correção ou não”, declarou.

Nunes esteve durante a manhã no Centro de Controle Operacional (CCO) do Metrô, onde participou da cerimônia de implementação do Sistema de Monitoramento e Reconhecimento Facial na Linha 3 – Vermelha, ao lado do governador Rodrigo Garcia (PSDB).

Aumento do subsídio e queda de passageiros

No evento, o prefeito destacou que, apesar do aumento dos subsídios para o sistema de ônibus em São Paulo desde o início da pandemia, a cidade manteve funcionando a maior parte das linhas de ônibus, mesmo com a queda da demanda de passageiros.

“[O aumento] depende de uma série de fatores. Hoje nós temos cerca de 80% do total de usuários que era antes da pandemia na rede dos nossos ônibus coletivos. O Metrô também tem hoje um número menor de passageiros e, quando você tem esse número menor, a receita de passageiros também é menor”, disse o prefeito.

“Mesmo tendo só 80% dos passageiros, 97% das linhas na periferia estão atuando e 85% no Centro expandido. Portanto, a gente mantém um número de linhas maior daquilo que é a demanda”, completou.

Prefeitura de SP deve pagar até R$ 7,4 bilhões em subsídios para o transporte público

Segundo a SPTrans, em 2022 o valor do subsídio que a gestão municipal já destinou às empresas de ônibus da capital paulista chegou a R$ 4,6 bilhões em novembro.

No ano passado, esse valor foi de R$ 3,3 bilhões. Para 2023, entretanto, a previsão é que sejam aplicados cerca de R$ 7,4 bilhões no sistema, segundo disse na Câmara Municipal na semana passada o diretor de Administração de Infraestrutura da SPTrans (veja vídeo abaixo).

Na ocasião, Anderson Clayton Maia afirmou que o custo total de operação do sistema de ônibus da cidade ano que vem será de cerca de R$ 12 bilhões, mas cerca de R$ 5 bilhões são oriundos das receitas do pagamento de tarifas por parte da população paulistana.

Diretor da SPTrans diz que subsídio para os ônibus da cidade chegará a R$ 7,4 bi em 2023

Estudo para o passe livre

Nesta segunda (21), Ricardo Nunes afirmou que deve receber em até 60 dias os resultados do estudo que ele solicitou à SPTrans para uma possível implantação de um sistema de passe livre na cidade.

O estudo de possível tarifa zero, segundo Nunes, ainda é apenas uma prospecção.

“Não falei em tarifa zero. Eu pedi um estudo para a SPTrans e alguém vazou a informação. Foi uma solicitação, pedido de estudo para que a SPTrans faça. A SPTrans ficou de me entregar em 60 dias. Contratou uma grande consultoria que está fazendo todas as análises do ponto de vista financeiro e jurídico, agora é aguardar o resultado”, afirmou.

Ônibus parados no Terminal Dom Pedro II, no Centro de São Paulo. — Foto: Paulo Lopes/Futura Press/Estadão Conteúdo

“Se for possível a gente implanta, se não for, terei os dados para mostrar para vocês com relação ao resultado do estudo. Acho que está muito prematuro tudo nesse assunto, como tantos assuntos que eu peço estudo. São Paulo tem que estar antenado em todos os assuntos macros da cidade”, completou.

“Foi só um pedido de estudo que acabou tendo uma grande repercussão na imprensa. Tem que aguardar o estudo para saber como será o andamento desse processo”, disse o prefeito de São Paulo.

Subsídio pago pela Prefeitura de SP

  • 2023 – R$ 7,4 bilhões (estimativa)
  • 2022 – R$ 4,6 bilhões (até novembro)
  • 2021 – R$ 3,3 bilhões
  • 2020 – R$ 3,3 bilhões
  • 2019 – R$ 3,1 bilhões
  • 2018 – R$ 3,3 bilhões
  • 2017 – R$ 2,9 bilhões
  • 2016 – R$ 2,5 bilhões
  • Fonte: SPtrans e Prefeitura de SP

Custo total do sistema

O custo total do sistema em 2023, segundo a SPTrans, será de R$ 12 bilhões é superior aos R$ 10 bilhões calculados pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) ao anunciar que pediu um estudo para verificar a viabilidade de implantação de um sistema de passe livre na capital, em que os usuários não pagariam pela tarifa do ônibus na cidade.

O passe livre, segundo Nunes, seria uma forma de estimular os paulistanos a usarem o transporte público no lugar do carro. A proposta, caso se viabilize financeiramente, não será possível ser implementada já para o ano de 2023.

“Pedi para que a SPTrans faça um estudo tanto jurídico, quanto financeiro. A gente tem visto essa questão da importância de fazer com que o transporte coletivo seja mais utilizado, utilizar menos o transporte individual”, disse o prefeito ao SP2 na sexta-feira (11).

Prefeitura da capital estuda tarifa zero para os ônibus

Segundo Nunes, será preciso esclarecer se será possível usar o crédito que as empresas pagam para o trabalhador no bilhete único, na composição do caixa do “passe livre”. Na prefeitura, alguns procuradores acreditam que seja possível. O prefeito descarta usar recurso municipais na tarifa zero.

Ele entende que é necessário um financiamento para pagar o valor anualmente. Atualmente, São Paulo tem nos cofres públicos R$ 32 bilhões.

“A gente está discutindo agora COP 27, então, o que tem em relação ao transporte gratuito é um pedido de estudo, que eles vão fazer, vão me trazer, se houver e viabilidade do ponto de vista financeiro, econômico, legal, é possível que isso caminhe”, disse.

Alguns vereadores disseram à reportagem que “é impossível ficar contra a proposta”. Reuniões devem ser feitas na próxima semana.

Ônibus em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Fonte: G1

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