Prefeitura de SP suspende contrato

Prefeitura de SP suspende contrato com empresa que opera ciclofaixas após funcionários denunciarem atraso no pagamento de salários

Agência Coranda TV e Publicidade Eirelli assumiram o serviço no final de agosto. Termo de cooperação com a gestão municipal foi suspenso por 30 dias por conta das denúncias.

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Funcionários das ciclofaixas protestam na Avenida Paulista neste domingo (16) — Foto: Divulgação

A Prefeitura de São Paulo suspendeu por 30 dias o contrato com a empresa responsável pela operação da ciclofaixas de lazer na cidade. A medida foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (19).

No domingo (16), os funcionários fizeram uma paralisação e protesto em frente ao Masp por conta da falta de pagamento dos salários.

Eles afirmam que estão sem receber desde agosto. O problema começou desde que a Agência Coranda TV e Publicidade Eirelli assumiu o serviço.

O contrato firmado entre a agência e a gestão municipal prevê o término das atividades em fevereiro de 2023.

Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito disse que suspendeu o contrato com a empresa Coranda por 30 dias para apuração das irregularidades contratuais e que a empresa tem o prazo por contrato para a apresentação de suas justificativas.

A gestão municipal diz ainda que trabalha pela elaboração de um contrato emergencial para implantação da ciclofaixa de lazer no próximo domingo.

Funcionários das ciclofaixas em SP protestam por atraso nos salários

Ao g1, um dos funcionários contou que foi feito um primeiro protesto no feriado do dia 12 de outubro, mas a empresa seguiu sem pagar a totalidade dos salários.

Ele explicou que a maioria dos 800 funcionários está na mesma situação.

“Eles [Coranda] pagaram R$ 240 para alguns, mas o RH disse que vai pagar parcelado para outros. Eu nunca passei por isso”, disse .

Em nota, a empresa Coranda Publicidade diz que tem empenhado esforços para cumprir o contrato com a gestão municipal. Alega, ainda, que foram feitos investimentos em equipamentos de segurança, contratados mais de 600 funcionários e a operação ocorreu nos domingos e feriados.

“A tentativa de regularizar pagamentos aos funcionários que não tinham registro de ponto ou contas bancárias desencadeou a paralisação por iniciativa dos funcionários. Nos próximos 30 dias a empresa cumpre a suspenção determinada pela prefeitura de São e colocará o assunto a cargo de sua área jurídica.”

Entenda

Em julho, a antiga patrocinadora das ciclofaixas, a Uber, desistiu de renovar o contrato com a Prefeitura. Em agosto, a empresa de TV e publicidade Coranda assumiu o patrocínio para administrar os 114.128 metros de ciclofaixa. Pelo acordo, a agência ofereceu pagar pouco mais de R$ 6,2 milhões à Prefeitura, praticamente a metade do contrato anterior.

A Ciclofaixa de Lazer é um espaço exclusivo aos ciclistas que funciona aos domingos e feriados, das 7h às 16h.

Os funcionários disseram em entrevista à TV Globo na sexta-feira (14) que trabalharam e não receberam (veja vídeo abaixo).

“É muito triste e lamentável. Pessoas passando fome e necessidade, que têm apenas esse bico para trabalhar e eles não pagam a gente. É complicado”, disse um trabalhador.

“Cada pessoa que você conversa tem uma situação de desemprego ou de conta para pagar. Para cada pessoa, o RH da Coranda passa uma informação”, destacou outra funcionária.

Funcionários acusam empresa que opera Ciclofaixas de Lazer da capital de atrasar salários

Histórico

Movimentação no Parque do Ibirapuera (Arquivo). — Foto: Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo

As ciclofaixas de lazer foram inauguradas em 2009, no Parque Ibirapuera, e se expandiram aos atuais 114 mil metros de extensão, que englobam os seguintes trechos:

• Paulista / Jabaquara (18.616 metros)
• Paulista / Centro (16.204 metros)
• Jabaquara / Pq. Ibirapuera (10.252 metros)
• Pq. Ibirapuera / Pq. do Povo (7.902 metros)
• Pq do Povo / Pq. Villa Lobos (15.018 metros)
• Pq. Ibirapuera / Sumaré (8.542 metros)
• Zona Oeste / Pq do Povo (10.174 metros)
• Zona Norte (8.316 metros)
• Zona Leste (19.104 metros)

Os serviços prestados pela Coranda, atual administradora, são para um lote único que engloba os 9 locais.

Fonte: G1