PMs baleados após troca de tiros com criminosos durante votação no domingo

Vídeos mostram eleitores correndo em escola de SP e PMs baleados após troca de tiros com criminosos durante votação no domingo

Câmera da Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, em Cidade Dutra, e testemunhas gravaram público em pânico e mostraram policial militar mancando e soldado baleado na cabeça. Agentes estão internados em estado grave. Um suspeito foi preso e outro é procurado. Para TSE crime não teve motivação política. Bandidos queriam roubar armas e matar PMs, diz polícia.


Troca de tiros entre criminosos e PMs assusta eleitores em escola de SP

Vídeos e filmagens feitas por testemunhas, que circulam nas redes sociais, mostram o momento que eleitores correm e se jogam no chão, em pânico, dentro de uma escola da Zona Sul de São Paulo, na tarde de domingo (2), após troca de tiros entre policiais militares e criminosos durante votação para o primeiro turno das eleições (veja acima). Os agentes da Polícia Militar (PM) foram baleados. Nenhum eleitor ficou ferido.

Em outra imagem é possível ver uma policial militar mancando dentro da Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, em Cidade Dutra, depois de ter sido atingida por um disparo na barriga. Numa filmagem do lado de fora da escola, um soldado da corporação aparece caído na calçada por que foi atingido por um tiro na cabeça e no ombro. As gravações são analisadas pela Polícia Civil.

Os dois PMs faziam a segurança da escola, na frente dela. O local era um dos postos de votação para as eleições nacional e estadual, e do público. Até a última atualização desta reportagem, a policial de 35 anos e o PM de 32 anos continuavam internados em estado grave no Hospital das Clínicas (HC), no Centro da capital.

Dois suspeitos pelo crime, um homem de 21 anos e um adolescente de 17 anos, chegaram a ser detidos pela Polícia Militar. O adulto estava a pé foi ferido por um tiro no braço esquerdo e acabou preso. O garoto foi ouvido na delegacia na presença de seus responsáveis e depois acabou liberado por falta de provas.

Outro comparsa que estava numa moto fugiu e é procurado. Ele teria roubado a pistola .40 do policial militar baleado. Uma arma que estava com os bandidos, um revólver calibre 38, foi apreendida.

Investigação

Policiais isolam local onde agentes foram baleados, em frente a colégio eleitoral na Zona Sul de SP — Foto: Fernanda Elnour/TV Globo

Policiais isolam local onde agentes foram baleados, em frente a colégio eleitoral na Zona Sul de SP — Foto: Fernanda Elnour/TV Globo

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal Regional Eleitoral em São Paulo (TRE-SP), apesar de o crime ter ocorrido num colégio eleitoral, na Rua Olímpio de Oliveira Chalerge, o caso não tem motivação política ou relação com as eleições (leia mais abaixo).

A Polícia Civil apura se os criminosos queriam roubar as armas dos PMs ou matá-los. De acordo com a investigação, um dos suspeitos detidos chegou a dizer incialmente que receberia R$ 5 mil do Primeiro Comando da Capital (PCC) para “executar” os agentes.

Depois ele mudou de versão e alegou que seu comparsa, que seria membro da facção criminosa, teria lhe dado um revólver calibre 38 para atacar os policiais e roubar as pistolas deles, de calibre .40. Enquanto isso, o mentor do crime estava armado com uma pistola 9 mm em cima de uma motocicleta, e também o ajudaria a roubar as armas dos agentes.

Mas quando os dois assaltantes se aproximaram, segundo o que o suspeito detido falou à polícia, os agentes reagiram e atiraram. Em seguida, de acordo com o preso, ele e seu comparsa dispararam, começando o tiroteio em frente à escola.

Tentativa de homicídio

Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, na Zona Sul de São Paulo — Foto: Google Street View

Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, na Zona Sul de São Paulo — Foto: Google Street View

Os dois soldados da PM foram baleados e acabaram socorridos pelo helicóptero da corporação, que os levou ao Hospital das Clínicas, onde permaneciam internados. Três departamentos da PM, a Corregedoria, o Comando de Operações Especiais (COE) e as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) foram acionadas e nas buscas aos criminosos detiveram dois suspeitos: um adulto e um adolescente.

Logo após o ataque, foi possível ouvir nova troca de tiros perto da mesma escola, segundo a TV Globo. Ainda na tarde de domingo, agentes da Polícia Federal (PF) chegaram ao local. Os policiais federais foram reforçar a segurança e atender, se for o caso, a um eventual pedido para entrar na investigação.

O caso foi registrado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) como tentativa de homicídio qualificado contra autoridade policial, por emboscada e motivo torpe. O adulto preso foi indiciado pelo crime. Já o garoto acabou solto após prestar depoimento. A Polícia Civil investiga se mais pessoas participaram do crime.

TSE

Alexandre de Moraes durante coletiva do TSE — Foto: Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

Alexandre de Moraes durante coletiva do TSE — Foto: Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

Por meio de nota e até em entrevista, o Tribunal Regional Eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral informaram no domingo à imprensa que não há qualquer indício de que o crime tenha ligação com as eleições.

“O episódio aconteceu em frente à escola e a votação foi paralisada por cerca de 40 minutos, sendo reestabelecida depois. O episódio não tem relação com o processo eleitoral e maiores informações devem ser averiguadas com a Secretaria de Segurança Pública”, informa nota divulgada pela comunicação do TRE.

Ainda de acordo com o TRE-SP, o local de votação contava com 10 seções eleitorais com 3.865 eleitores.

“Estamos acompanhando, mas não tem relação com a disputa eleitoral, é um ato de banditismo puro”, afirmou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, durante coletiva aos jornalistas.

Dois policiais militares foram baleados em frente à Escola Estadual Deputado Aurélio Campos, em Cidade Dutra, na zona sul da capital, neste domingo. O local é um colégio eleitoral com 3.865 eleitores, de acordo com o TRE-SP

Fonte: G1

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