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Justiça de SP determina reabertura do Museu da Diversidade Sexual, no Centro de São Paulo

Com a nova decisão judicial, o governo paulista informou que deve reabrir o espaço dentro do Metrô República na sexta-feira (2) com a retomada da exposição “Duo Drag”.


Vista da fachada do Museu da Diversidade Sexual, localizado dentro do Metrô República, no centro de São Paulo. — Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO

Vista da fachada do Museu da Diversidade Sexual, localizado dentro do Metrô República, no centro de São Paulo. — Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO

A Justiça de São Paulo determinou nesta quarta-feira (31) a reabertura do Museu da Diversidade Sexual, no Centro de São Paulo, que estava fechado desde 8 de abril, após ação movida por um deputado estadual bolsonarista que questionava as contas da Organização Social Instituto Odeon, responsável pelo espaço.

Na nova decisão, a juíza da 5ª Vara de Fazenda Pública reviu a decisão anterior após contestação do governo paulista e autorizou a reabertura do museu, que ficou fechado por mais de quatro meses.

Com isso, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo informou que deve retomar as atividades do museu para o público na próxima sexta-feira (9) com a retomada da exposição “Duo Drag”, que estava prevista para estrear no local antes da decisão judicial que determinou o fechamento.

Exposição Duo Drag

A mostra com retratos de Drag Queens paulistanas fica em cartaz até o mês de junho — Foto: Divulgação

A mostra com retratos de Drag Queens paulistanas fica em cartaz até o mês de junho — Foto: Divulgação

A mostra reúne fotografias de cinquenta Drag Queens que movimentam a cena paulistana desde os anos de 1980 até artistas iniciantes em suas carreiras, retratadas pelo fotógrafo Paulo Vitale.

Com curadoria de Leonardo Birche, o trabalho inclui diversas artistas que são referências dessa representação, como Silvetty Montilla, Marcia Pantera, Kaká Di Polly, Miss Judy Rainbow e Lysa Bombom.

Além das fotografias, a mostra contempla ainda um vídeo com entrevistas feitas com as Drag Queens, que compartilham fatos sobre suas carreiras, vidas e desejos. O visitante terá a oportunidade de conhecer e ouvir as pessoas que estão por trás das roupas e maquiagens.

Imbróglio judicial

decisão judicial sobre o fechamento do museu de abril tem como base ação movida pelo deputado estadual Gil Diniz (PL), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em seu argumento, Diniz apontava possíveis irregularidades cometidas pelo Instituto Odeon, responsável pelo espaço, na administração do Theatro Municipal no ano de – cujo contrato à época foi rompido por reprovação das contas.

De acordo com a juíza Carmen Cristina Teijeiro e Oliveira, as circunstâncias apresentadas na época pelo deputado “colocavam em dúvida a idoneidade do Instituto Odeon, bem como a incerteza quanto à existência de penalidades eventualmente aplicadas ao Instituto em razão do descumprimento contratual”.

A magistrada decidiu suspender o contrato da empresa com o estado ao considerar “a previsão de repasses mensais vultuosos para a gestão do Museu”, de R$ 300 mil e soma em torno de R$ 25 milhões ao longo do acordo para a expansão do espaço.

Na sentença de abril, Carmen Cristina Teijeiro e Oliveira não definiu uma data máxima para o afastamento do Instituto Odeon da administração do museu. Por sua vez, o instituto não detalhou o motivo de fechar o espaço 22 dias depois de a decisão judicial ocorrer.

Exposição traz retratos de Drag Queens paulistanas que movimentam a cidade desde a década de 80  — Foto: Divulgação

Exposição traz retratos de Drag Queens paulistanas que movimentam a cidade desde a década de 80 — Foto: Divulgação

Histórico do museu

O Museu da Diversidade Sexual foi criado em 25 de maio de 2012, vinculado à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, com o objetivo de formação de acervo, divulgação e publicação de documentos, estudos, relatos, depoimentos e outros materiais referentes à memória e à história política, econômica, social e cultural da comunidade LGBT no Brasil.

Outra atribuição do estado dado pelo então governador Geraldo Alckmin (PSB) é a promoção e apoio a eventos culturais, cursos, conferências, palestras e pesquisas, com o objetivo de promover e divulgar a produção cultural relacionada com a diversidade sexual no estado.

O instituto já foi administrador do Museu de Arte do Rio (MAR), na capital fluminense, e foi gestor do Theatro Municipal de São Paulo entre 2017 e 2020, por meio de um termo de colaboração junto ao município de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura e por intermédio da Fundação Theatro Municipal de São Paulo.

O objetivo do contrato em SP, segundo a entidade, foi a gestão dos corpos artísticos formados pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Coro Lírico Municipal de São Paulo, Balé da Cidade de São Paulo, Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, Coral Paulistano e Orquestra Experimental de Repertório, da programação e pelos espaços do Theatro Municipal, da Central Técnica do Theatro Municipal e da Praça das Artes.

Fonte: G1

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