Análise: inofensivo, Corinthians é engolido pelo Atlético-GO
Timão faz um dos piores jogos com Vítor Pereira três dias após grande vitória sobre o Atlético-MG
Três dias. Esse é tempo necessário para que, no futebol brasileiro, uma equipe deixe de ser incrível para se tornar inofensiva.
Foi no domingo que o Corinthians, em pleno Mineirão, virou um jogo difícil contra o Atlético-MG, no Brasileirão, e venceu por 2 a 1. Na noite de quarta, o mesmo time perdeu por 2 a 0 para o Atlético-GO, em Goiânia, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.
Nem parecia a mesma equipe, mas a base era. Fagner, Du Queiroz, Maycon, Willian e Yuri Alberto foram novamente escalados como titulares. O time ainda contou com o retorno de Cássio, recuperado de lesão, e com as entradas de Gil, Raul, Piton, Cantillo e Róger Guedes.
Yuri Alberto em Atlético-GO x Corinthians Copa do Brasil — Foto: Heber Gomes/AGIF
Irreconhecível, o Corinthians foi um mero coadjuvante no primeiro tempo de jogo no Antônio Accioly. Não fosse Cássio, com duas boas defesas, o placar poderia ter sido ainda mais negativo. Nos 45 minutos oficiais, o Dragão abriu o placar com Jorginho, em chute que desviou em Raul e entrou.
O Corinthians foi inofensivo. O trio de volantes formado por Cantillo, Maycon e Du Queiroz não funcionou. Além de não marcar com eficiência e dar muito espaço aos meias atleticanos, houve problemas na transição ofensiva. Du Queiroz, em noite abaixo da média, saiu no intervalo. Assim como Róger Guedes, que dormiu e não fechou a linha de passe no primeiro gol do Dragão.
Vítor Pereira melhorou o time com Adson, um dos poucos destaques do time em Goiânia. E também com Giuliano, que teve uma das poucas chances ofensivas do time. Mas foi apenas um lampejo num momento em que o Atlético-GO se fechou atrás e optou por apostar nos contra-ataques.
Melhores momentos: Atlético-GO 2 x 0 Corinthians pela Copa do Brasil
Entraram ainda Rafael Ramos, Fausto Vera e Balbuena nas vagas de Fagner e Cantillo, em noite de pouca efetividade, e Raul Gustavo, que saiu machucado. O volume de jogo aumentou, mas o time seguiu criando pouco, sem dar nenhum trabalho ao goleiro Ronaldo.
Jogou bem? Veja lances da estreia de Fausto Vera
No fim do jogo, Léo Pereira chutou na gaveta uma bola excepcional e levou para 2 a 0 o placar, aumentando a angústia do torcedor até o dia 17 de agosto, data da volta na Neo Química Arena.
Foi uma das piores atuações sob o comando de Vítor Pereira. Pior até do que os 4 a 0 contra o Fluminense, no Maracanã, já que naquela ocasião o treinador escalou uma equipe repleta de jogadores reservas e teve de apostar na molecada. Agora, era o time principal. Não há muitas desculpas.
“Não pode entrar em um jogo dessa forma”, reclama Careca Bertaglia | A Voz da Torcida
Resultado difícil ao se olhar as perspectivas da temporada. O caminho do título da Copa do Brasil parecia mais curto e mais alcançável do que os que precisam ser percorridos na Libertadores e no Campeonato Brasileiro, que terá segundo turno iniciado no fim de semana. Agora, ficou mais duro.
É difícil explicar uma mudança de postura tão brusca em apenas três dias. Nada está perdido, mas será preciso jogar muito mais, com a “faca na boca”, como disse Vítor Pereira na coletiva. Ou o Atlético-GO eliminará o Corinthians pelo segundo ano seguido.
Fonte: Ge