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Aumento de roubos e furtos de celulares em São Paulo causa mudança de comportamento nas ruas

Na cidade, os furtos aumentaram 40% entre janeiro e abril, e os roubos subiram 12% no mesmo período. Muitas pessoas deixaram de usar aplicativos de banco fora de casa. Quadrilhas têm tecnologia para desbloquear aparelhos e fazer empréstimos e transferências das contas das vítimas.


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Paulistanos usam celulares mais simples na hora de sair na rua

No Brasil, o aumento no número de roubos e furtos de celulares em São Paulo está motivando uma mudança de comportamento nas ruas.

A design de sobrancelha Fafá Monteiro decidiu mudar de rotina depois de um susto no trânsito.

“Eu vi uma moto parar e assaltar um cara que estava na minha frente. Na hora que eu vi, fiquei tão nervosa, que eu falei: ‘poderia ser eu’,” relata Fafá Monteiro.

Desde então, ela só sai de casa com um celular mais simples, só para o básico.

“Eu uso ele para mensagens e para o GPS. Se alguém quer falar comigo durante o dia, fala através de mensagem, ou então pode me ligar quem tem esse número”, diz Fafá

Tudo isso para evitar um prejuízo como o que a jornalista Fernanda Gutschow teve.

“Parei, ouvi um estilhaço do vidro, olhei para um lado, um cara levando meu celular que estava desbloqueado”, conta Fernanda.

“Fizeram empréstimo de R$ 9 mil, fizeram várias compras em aplicativos, de comida e de bebida. Compraram muita coisa, fizeram uma compra de quase R$ 2 mil”, relata a jornalista.

A Avenida Paulista é um dos lugares onde há mais furtos de celulares em São Paulo. Mas esse é um problema da cidade toda. Os casos aumentaram 40% entre janeiro e abril deste ano, se comparar com o ano passado. Os roubos subiram 12% nesse período. E as quadrilhas têm tecnologia para desbloquear os aparelhos e fazer empréstimos e transferências das contas das vítimas.

O empresário, que tem medo de se identificar, foi sequestrado no estacionamento de uma lanchonete, e ficou cinco horas sendo ameaçado pelos bandidos.

“Eles tinham maquininhas de cartão de crédito e ficaram fazendo as operações via maquininha deles mesmo. Contando os meus pertences, um prejuízo de mais de R$ 100 mil”, afirma a vítima.

O cientista político Guaracy Mingardi, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, diz que a polícia deveria focar no caminho do dinheiro e também nos receptadores de celulares roubados.

“Não adianta prender um ladrão aqui, outro ali, outro acolá. Você só vai encher cadeia. Não que você não deva prender, você deve, mas o trabalho policial tem que ser contra o receptador”, diz Guaracy Mingardi.

A Febraban informou que está atenta ao problema, que os aplicativos de banco são seguros, e os dados não ficam armazenados nos aparelhos. E que não há registro de violação da segurança dos aplicativos. A Federação dos Bancos também informou que atua em parceria com a polícia para ajudar na identificação dos criminosos.

A polícia afirmou que apreendeu mais de 10 mil celulares e prendeu 600 pessoas este ano, só na região central de São Paulo. Para o delegado, as pessoas precisam redobrar os cuidados.

“É sempre prudente que as pessoas tomem a cautela necessária com o celular, não fale em público no local com muita gente, em que haja um perigo iminente, não fotografem”, recomenda o delegado Roberto Monteiro.

A Fafá abriu mão das facilidades que o celular traz. Pelo menos durante o dia, porque quando ela chega em casa e pega o segundo celular, dá para aproveitar tudo aquilo que a tecnologia permite, mas que a insegurança atrapalha.

“É uma das coisas que eu sinto falta quando eu quero comprar alguma coisa, que eu não estou em casa, que eu estou no trabalho, falo: ‘queria comprar’. Então não posso comprar naquele momento porque eu não tenho aplicativo nesse celular”, diz Fafá Monteiro.

Fonte: G1

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